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Segunda-feira, 16 de maio de 2022 10h13


AUDIÊNCIA PÚBLICA

ALMT discute atividade leiteira na comunidade Nossa Senhora Aparecida, em VG

No assentamento moram 700 famílias que reclamam da falta de linhas de crédito.

ROBSON FRAGA / Gabinete do deputado Wilson Santos



Foto: ANGELO VARELA / ALMT

A Assembleia Legislativa realizou na última sexta-feira (13), audiência pública para discutir demandas relacionadas à atividade leiteira no assentamento Nossa Senhora Aparecida, conhecido como Sadia II, localizado em Várzea Grande; km 455 da BR-163 (sentido Jangada).

Os cerca de 700 produtores locais demonstraram dificuldades no acesso à linhas de crédito para financiamento da atividade, falaram dos problemas provocados pelas sucessivas quedas no fornecimento de energia e da falta de manutenção nas estradas rurais, entre outros temas. O requerimento da audiência  é do deputado estadual Eduardo Botelho (União Brasil) e tem o deputado Wilson Santos (PSD), que presidiu o debate, como coautor da proposição.

“Nosso objetivo é debatermos as dificuldades destes produtores em relação a regularização fundiária, acesso à linhas de crédito, recuperação das estradas rurais e regularidade no fornecimento de energia. O resultado deste debate será levado à Assembleia para que possamos ajudar a resolver todos estes problemas. Daqui a 90 dias, voltaremos com nova audiência para apresentar os resultados obtidos neste encontro”, explicou Wilson Santos.

Crédito - Para terem acesso ao crédito, os produtores enfrentam problemas com a ausência da APF (Autorização Provisória de Funcionamento de Atividade Rural) emitida pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). O documento é exigido por bancos e instituições financeiras, mas a burocracia do governo atrapalha a emissão.

A secretária Adjunta da Sema, Luciane Bertinatto Copett, explicou que para acesso à APF o produtor precisa estar com o Cadastro da Ambiental Rural (CAR) em dia. No documento constam os  dados do proprietário, comprovação de propriedade ou posse e informações georreferenciadas do perímetro do imóvel, das áreas de interesse social e das áreas de utilidade pública, com a informação da localização dos remanescentes de vegetação nativa, das Áreas de Preservação Permanente, das áreas de Uso Restrito, das áreas consolidadas e das reservas legais.

Foto: ANGELO VARELA / ALMT

“Neste assentamento, 80% dos proprietários já possuem a escritura das terras e podem entrar com pedido do CAR individual. De acordo com os documentos apresentados por alguns assentados é possível ver que já está referenciada a matrícula da reserva legal. Portanto,  acredito que já conseguimos tirar o CAR individual de cada um desses proprietários que têm documento da terra para emitirmos a APF. A Sema tem uma equipe de técnicos para auxiliar todos vocês neste processo”, garantiu.

O representante da Caixa Econômica Federal garantiu que de posse da APF todos os produtores de pequena propriedade poderão ter acesso ao crédito fundiário.

Energia e produção - Quanto a questão das constantes quedas de energia, o que dificulta a produção de leite e outras atividades como a irrigação do pasto, o representante da concessionária Energisa disse que os problemas na rede de distribuição estão sendo solucionados. Vale ressaltar que a falta de energia paralisou as atividades da cooperativa Coopergrandelac, única planta cooperativada que industrializa derivados do leite na Baixada Cuiabana e com capacidade para beneficiar no mínimo 5 mil litros de leite/dia.

Estradas - A prefeitura de Várzea Grande garantiu que fará a manutenção das estradas para facilitar a escoação da produção do assentamento. Problemas teriam sido provocados pelas chuvas dos últimos tempos. Mas, agora, em tempo de estiagem, as vicinais receberão manutenção.

Empaer - Para que a produção de leite, carne e outros produtos da atividade rural voltem à normalidade, técnicos da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) têm dado assistência técnica à comunidade. Um sítio foi transformado em modelo de pequena propriedade sustentável.

“Pegamos uma propriedade e trabalhamos toda ela para que recuperasse sua produção. Hoje, produz leite e produtos da hortifrúti-cultura. É um modelo de negócio rural sustentável que queremos implantar em todas as propriedades. Queremos implantar pelo menos 40 plantas destas e vamos precisar do apoio da Sema, dos parlamentares e das instituições financeiras. Com assistência rural, todas estas propriedades são capazes de gerar trabalho e renda para a comunidade”, garantiu  Gilmar Brunetto, técnico da Empaer.

O senador Carlos Fávaro (PSD), também esteve presente à audiência e falou do PL 510/2022, de sua autoria. Ele classificou de ‘pena de morte’ a burocracia que entrava a regularização fundiária no país.

“Sou relator do PL 510, que simplifica a regularização fundiária. Não é possível! Não temos pena de morte no Brasil, graças a Deus, porém a burocracia mata aos poucos os cidadãos. Como pode um produtor ficar 30 anos sem o título da terra e, consequentemente, impedido de produzir? Estamos trabalhando atentamente nessa matéria, ouvindo todos os setores, acolhendo as propostas que aperfeiçoam o texto, buscando consenso para entregar um projeto redondinho com as respostas que os pequenos e médios produtores e agricultores familiares precisam”, disse.


Gabinete do deputado Wilson Santos

Telefone: (65) 3313-6420