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Sexta-feira, 24 de junho de 2022 16h05


DISLEXIA

“Queremos que nossa voz seja ouvida", diz Gabriele de Andrade na abertura do VII Simpósio sobre Dislexia da ALMT

O encontro debate "Novos caminhos e possibilidade na saúde e educação"

ROBSON FRAGA / Gabinete do deputado Wilson Santos



A proposta é discutir a cada ano políticas públicas que garantam educação inclusiva, acessibilidade e saúde pública para pessoas com dislexia

Foto: ANGELO VARELA / ALMT

“Queremos que nossa voz seja ouvida e que nossos filhos sejam respeitados em suas singularidades”. Este foi o desabafo de Gabriele Cunha de Andrade, da Associação de Mães do Brasil Dislexia, na abertura do VII Simpósio sobre Dislexia nessa quinta (23). O evento vem sendo realizado desde 2015 pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso, sob coordenação o deputado estadual Wilson Santos. A proposta é discutir a cada ano políticas públicas que garantam educação inclusiva, acessibilidade e saúde pública para pessoas com dislexia.

Neste período, sete leis foram criadas e estão em vigor no Estado de Mato Grosso. Destaque para 11.239/2020 que cria um plano de atenção especializada às pessoas com dislexia. Contudo, “uma lei que ainda não saiu do papel”.

“Esta, talvez, seja a lei mais importante dentre as sete porque garante ao disléxico todo o atendimento multidisciplinar que ele precisa e merece. Mas até hoje o governo do estado ainda não conseguiu colocá-la em prática. Precisamos de educação especializada, de um centro de diagnóstico infantil, de uma rede de apoio para essas pessoas. O Estado precisa sair da inércia e atuar nesse sentido o quanto antes”, disse o deputado Wilson Santos.

Juliene Gusmão, representante da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), disse que a Seduc criou uma cartilha para ajudar os profissionais de educação a identificar sintomas e também a lidar com estes alunos. O material foi imprenso e distribuído e o treinamento destes profissionais deve começar em breve.

“Sabemos das dificuldades que temos, somos professores e não temo formação para diagnosticar os casos dentro de sala, mas sabemos o quanto isso é importante. Por isso, elaboramos esta cartilha com orientações pedagógicas para facilitar o reconhecimento dos sinais de dislexia e apontar caminhos para o atendimento destes estudantes. Estamos licitando a contratação e uma empresa especializada no treinamento de pessoal”, justificou a ação do Governo.

Palestras

No primeiro dia de evento, três palestrantes trataram de temas inerentes à dislexia.

O publicitário Felipi Ponce, que é disléxico, elencou dez pontos que podem ajudar as pessoas com este transtorno a aceitarem e entenderem suas dificuldades e como driblá-las para viverem bem e a alcançarem sucesso nos estudos e profissional.  Lembrou de sua infância e juventude e do apoio da mãe nas tarefas lúdicas para ajudar na leitura, escrita, discalculia e memorização.

“Leia no seu tempo, de forma prazerosa. Se for necessário entregar uma tarefa, peça tempo de folga para conseguir cumpri-la e entreguem o melhor de vocês, sem medo de errar. Acreditem em si, se concentrem, estudem e divirtam-se”, explicou Pippo.

Maria Ângela Nogueira Nico, fonoaudióloga e presidente da Associação Brasileira de Dislexia tratou do tema ‘Dislexia: Critérios fonoaudiólogos e psicopedagógicos para avaliação’.

Ângela explicou o que é dislexia, sinais, sintomas, diagnósticos e técnicas para auxiliar os disléxicos a lidar com suas dificuldades. Ressaltou eu dislexia não é doença, portanto não tem tratamento medicamentoso, mas “com amor, carinho, respeito e estímulos todos podem ler, escrever, memorizar e viver bem”.

Por último, o professor doutor Rauni Roama Alves, psicólogo e neuropsicólogo, tratou do tema “Dilexia: nova legislação federal e proposta de políticas públicas para sua efetivação”. A legislação (Lei federal 14.254/2021) visa a inclusão da dislexia e do TDAH.

Também participaram do encontro Erica Fernandes de Souza, da Associação Mato-grossense de Dislexia; André Luis Augusto Martins, do Conselho Estadual de Educação; Marilda Alves da Silva, presidente da Associação Mato-grossense de Dislexia, que leu um poema do livro Abismos e Asas: uma jornada. De disléxica a terapeuta de disléxicos; e Priscila Garrido, presidente da Dislex Bahia.

O evento segue nesta sexta (24), a partir das 19h, no Plenário das Deliberações Renê Barbour e com transmissão, ao vivo, pelo canal do youtube da Assembleia Legislativa.


Gabinete do deputado Wilson Santos

Telefone: (65) 3313-6420


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