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Sexta-feira, 12 de julho de 2019 12h07


FRONTEIRA OESTE

Lideranças regionais denunciam estrutura precária da polícia no interior

Prefeitos, vereadores e representantes de Conselhos Comunitários de Segurança (Consegs) participaram da audiência pública voltada à segurança na região oeste nesta quinta-feira (11), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso.

ROSE DOMINGUES / Gabinete do deputado Dr. Gimenez



Audiência Pública realizada nesta quinta-feira (11) pelo deputado Dr. Gimenez (PV) reuniu forças de segurança e líderes regionais

Foto: HELDER FARIA / ALMT

Número insuficiente ou ausência de policiais, déficit de viaturas, frota antiga e muitas vezes sem condições de uso, equipamentos defasados. A estrutura de trabalho das policiais na maioria dos 23 municípios da região oeste de Mato Grosso é apontada por lideranças políticas e comunitárias como precária. 

“A segurança pública em Cáceres pede socorro e acredito que não está muito fora do que acontece em todo país, por isso queremos auxiliar e dar um suporte para que esse trabalho realizado pela polícia seja aperfeiçoado e aumente a sensação de segurança da comunidade”, afirma Mirian Soares, representante do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) de Cáceres. 

A mesma avaliação faz os prefeitos de Glória D’Oeste, Indiavaí e São José dos Quatro Marcos, Paulo Remédio, Valteir Quirino e Ronaldo Floriano, respectivamente, que denunciam o abandono por parte do poder público estadual e federal. A população dos municípios sofre com roubos, furtos, cárcere privado e tráfico de drogas.

“Queremos sensibilizar os políticos da nossa situação”. Valteir explica que em Indiavaí há apenas uma base da polícia militar onde deveria haver sete policiais, porém, como o efetivo e o único veículo são divididos com a comarca de Araputanga, a 28 km de distância, normalmente restam apenas um ou dois policiais sem viatura que ficam impedidos dos atendimentos.

Representantes dos Conselhos Comunitários de Segurança Pública (Conseg) de Cáceres e São José dos Quatro Marcos

Foto: ROSE DOMINGUES

Vítima recente de roubo com cárcere privado, Paulo Remédio conta que Glória D’Oeste embora tenha um posto da polícia militar, na prática, não possui efetivo e estrutura, já que a única caminhonete é muito velha. Os atendimentos das ocorrências são feitos entre Glória e Porto Espiridião, deixando a população muitas vezes desassistida. “Nosso policial responsável se aposentou e não houve substituição, mas não consegui sensibilizar o secretário de segurança pública ainda”.

Em São José dos Quatro Marcos, além do prefeito, a representante do Conseg, a advogada Mércia do Carmo, critica as condições limitadas do aparato de segurança pública, que possui uma delegacia de polícia civil, base da PM e um presídio. “Precisamos de viaturas adequadas e novas, rádio com sistema criptografado ao invés de analógico, câmeras de monitoramento e mais efetivo”, avalia a advogada.

Criado há cerca de 10 anos, o Conseg de Quatro Marcos tem feito parcerias com  prefeitura, empresários e poder judiciário para auxiliar a atuação das polícias. Os recursos obtidos são investidos, por exemplo, na manutenção de viaturas, aquisição de pneus e material para delegacia e base militar. “Ficamos sabendo da liberação de um volume grande recursos pelo governo do Estado e queremos estar incluídos”.

Prefeitos Valteir Quirino (Indiavaí), Ronaldo Flores (Quatro Marcos) e Paulo Remédio (Glória D'Oeste)

Foto: ROSE DOMINGUES

Maria Celene Alves veio de Rio Branco para participar da audiência pública na tarde de quinta-feira (11), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, em Cuiabá. Mas disse que valeu a pena, porque foi ouvida pelo alto escalão da segurança pública em suas angústias. “Esta é uma de extrema importância, compõe os três pilares educação, saúde e segurança”.

Atualmente ela atua como vereadora, mas chegou ao município em 2002 para tomar posse no concurso como investigadora da polícia civil. Na época, eram 18 profissionais e hoje são apenas sete, devido a aposentadorias, mortes e afastamentos. “Já pedi ao secretário e aos diretores que olhem para região, apesar das limitações financeiras do estado, é inconcebível ter apenas um policial no plantão”. 

Audiência pública

Todos os encaminhamentos feitos pelas lideranças regionais e as forças de segurança durante a audiência pública promovida pelo deputado estadual Dr. Gimenez (PV) serão levadas ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Justiça, Sérgio Moro. A senadora Selma Arruda (PSL) participou do evento e garantiu apoio, por se tratar de tema prioritário.

“Já fiz várias indicações ao governo estadual e federal reivindicando melhorias no aparato da segurança pública da região da fronteira oeste, a falta de efetivo é preocupante. Na polícia civil, além de um déficit de 300 policiais para atender os municípios da fronteira, teremos mais 200 aposentadorias previstas que vão afetar no atendimento à população”, pontua o parlamentar.

Conforme o delegado-geral da Polícia Judiciária Civil, Mário Dermeval Aravechia de Resende, o efetivo possui 2,9 mil servidores está aquém das necessidades do estado, que tem mais de 900 km de fronteira com a Bolívia. Porém a situação deve se agravar até o final do ano. 

“Em Barra do Garças, por exemplo, cinco dos sete delegados estão aptos a se aposentar. Diante das limitações legais e orçamentárias, as alternativas são utilizar novas tecnologias, terceirização e recursos extras, advindo de parcerias e emendas parlamentares”.


 


Gabinete do deputado Dr. Gimenez


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