O deputado Lúdio Cabral (PT), um dos autores que solicitou a criação da CST, afirmou que é importante de os estudantes usarem as ferramentas disponíveis no Parlamento estadual

Foto: Ronaldo Mazza

A Câmara Setorial Temática (CST) da Juventude instalada na Assembleia Legislativa de Mato Grosso realizou na manhã desta segunda-feira (27), a quarta reunião ordinária para discutir a reconstrução e a reativação da Associação Mato-grossense dos Estudantes (AME). A câmara criada em 2021 para discutir políticas públicas para a juventude estudantil em todos os 141 municípios; o presidente escolhido para conduzir os trabalhos é Daniel Vitor Pereira de Abreu, que também é presidente do Conselho Estadual da Juventude de Mato Grosso. 

“É preciso reativar a AME para que os estudantes tenham um instrumento voltado à luta e, com isso, conquistem mais direitos ligados à classe estudantil. A meta é barrar o retrocesso das conquistas que está sendo implementado nos últimos anos”, disse Daniel de Abreu.

A presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, Jade Beatriz, afirmou que nos últimos quatro anos, o Brasil bateu o recorde de abandono escolar. Segundo ela, o último Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), em 2021, teve o menor índice de inscrição. 

“Não é à toa que [o ano] bateu o recorde de evasão escolar. Foi o Enem com a maior ‘evasão branca’ da história, com menos candidatos inscritos. Não é à toa que estamos com o índice muito grande de desemprego e que 70% dos estudantes dos Institutos Federais vivem em situação de vulnerabilidade”, disse Beatriz.  

Representando o deputado Allan Kardec (PSB), Vinicius Fernandes disse que as escolas públicas – estaduais e federais – de todo o país vêm sofrendo um desmonte em relação à política educacional pelo atual governo federal. Segundo ele, há uma tentativa de tirar os estudantes das salas de aula e das universidades públicas. 

“Os estudantes secundaristas têm como desafio cobrar melhorias das autoridades ligadas à educação, especialmente, nas instituições federais de ensino. Essa mesma juventude que luta para combater os cortes, luta pela continuidade das políticas afirmativas das escolas federais como, por exemplo, às políticas de cotas tanto aos mais pobres quanto a juventude negra de todo o país”, disse.  

Fernando Santos, representando o deputado Valdir Barranco (PT), afirmou que é “uma luta principalmente dos estudantes da cidade vizinha Várzea Grande, a conquista do passe livre dos alunos várzea-grandenses. Eles não têm direito ao passe livre no transporte coletivo e intermunicipal. Muitos moram em Várzea Grande, mas estudam em Cuiabá. O transporte gratuito é uma luta de todos os estudantes”, disse.   

De acordo com a representante dos estudantes de Mato Grosso, Maria Clara, afirmou que as políticas públicas voltadas aos estudantes do estado sofrem retrocesso. Entre as causas desse atraso é à falta de concessão de passes livres a todos os estudantes mato-grossenses. 

“Por isso é importante a reconstrução da Associação Mato-grossense dos Estudantes, para que se tenha uma representação maior alcance e visibilidade aos estudantes na reivindicação de seus direitos estudantis. A AME deve lutar pelos direitos dos estudantes menos favorecidos tanto em informações quanto em instruções em sala de aula”, disse Maria Clara.

O deputado Lúdio Cabral (PT), um dos autores que solicitou a criação da CST, afirmou que é importante de os estudantes usarem as ferramentas disponíveis no Parlamento estadual. 

“Um mandato de um parlamentar é uma caixa de ferramentas. É importante que isso seja utilizado em defesa dos direitos à população. Por isso é fundamental que os trabalhos da CST sejam prorrogados por mais 180 dias. A pauta é muito extensa porque exige o debate de vários assuntos voltados aos interesses dos estudantes secundaristas”, disse Cabral.

A CST criada proposta pelos deputados Lúdio Cabral (PT) e Wilson Santos (PSD). Ela tem o objetivo de discutir, avaliar, acompanhar e fomentar políticas públicas para a juventude mato-grossense.