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Sexta-feira, 8 de outubro de 2021 14h12


SEGUNDO DIA

AL discute políticas públicas para a dislexia em MT

A partir da 19 horas acontece duas palestras com os temas “Educação inclusiva é preciso” e “Dislexia no Brasil e seus impactos sociais”

ELZIS CARVALHO / Secretaria de Comunicação Social



Foto: Ronaldo Mazza

A Assembleia Legislativa realizou hoje (8) pela manhã, o segundo dia do VI Simpósio de Dislexia. O debate manteve o foco sobre a dislexia e as políticas públicas em Mato Grosso. As discussões foram mediadas pela presidente de honra da Associação de Dislexia de Mato Grosso, Gabrielle Maria Coury.  

O seu primeiro questionamento foi para a representante da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Juliane Fernanda Rodrigues Gusmão, que é professora-mestra em linguagens e letramento. Coury quis saber quais as ações que a pasta vem desenvolvendo nos últimos anos para melhorar as políticas públicas sobre a dislexia em Mato Grosso. 

Juliane Gusmão afirmou que a Seduc está trabalhando nessa demanda desde 2019. Nesse interim, tem focado na preparação dos professores para se adequarem às práticas de ensino voltados aos estudantes com algum tipo de dificuldade de aprendizagens. Para isso, segundo ela, a Seduc elaborou uma cartilha – lançada em julho de 2021 – com orientações pedagógicas voltadas para o reconhecimento de sinais indicativos de estudantes com dislexias. 

“Com a cartilha o professor terá facilidade para reconhecer um aluno com dificuldade de aprendizagem. O diagnóstico de que o estudante tem dislexia é de responsabilidade da saúde, mas a escola pode adaptar as suas práticas e metodologias de ensino e juntos, a escola, a saúde, os pais, possam amparar o estudante com problemas de dislexia”, disse Juliane Gusmão.

Segundo ela, a escola é o principal ambiente para que o estudante seja atendido e identificado com a dificuldade no aprendizado. Gusmão disse ainda que a Seduc está trabalhando para uma formação pedagógica continuada do professor. A presidente de honra da Associação de Dislexia afirmou que é uma medida positiva de a Seduc implementar as ações de formação do professor e tê-la inserida na agenda de trabalho da Secretaria de Estado de Educação.  

“A criação e o compartilhamento da cartilha com os professores é um marco paras as crianças que têm dificuldade de aprendizagem. O professor no dia a dia encontra dificuldade. Não é somente as famílias e as crianças que passam por essa situação, os professores também. Na sua formação acadêmica, o professor não tem na grade de ensino a dislexia. É uma grande oportunidade para eles fazem reciclem e atualizem sobre o tema dislexia”, disse Gabrielle Coury.

Para o próximo ano, de acordo com Juliane Gusmão, a Seduc tem articulado uma proposta de formação aos professores que vão trabalhar com os estudantes disléxicos e também os especiais. “Nesse momento fizemos o lançamento da Cartilha, e no ano que vem a Seduc tem a meta de fomentá-la nas escolas, que possa ser um instrumento de ajuda ao professor”, destacou Gusmão.

Outra pergunta direcionada pela mediadora do debate, Gabrielle Coury, para a representante da Seduc foi como à pasta vai trabalhar para diagnosticar o estudante suspeito com o transtorno de aprendizagem. A professora Juliane Gusmão disse “com o retorno às aulas, a Seduc vai fazer visitas in loco nas escolas. As unidades de ensino têm que ter o primeiro contato e diálogo com a família, para depois a Seduc buscar resolver o problema”, disse. 

A representante da Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania, Cristina Susie Caputi de Souza, afirmou que os serviços de assistências prestados às famílias passam por uma construção de fluxos das políticas de saúde e de educação. “No primeiro momento é preciso estar à frente, em parceria, nas campanhas de divulgação de identificações das crianças com dislexias e com isso encaminhá-las aos órgãos com maiores expertises no assunto”, disse Cristina de Souza. 

Representando o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, Maria Aparecida das Graças Correa Milhomem, que é da área de saúde mental da SES, disse que a dislexia é um assunto pouco trabalho dentro das secretarias estaduais. Ela disse ainda que por Mato Grosso ser um estado localizado na região Centro-Oeste tem encontrado dificuldades à formação de profissionais para tratar do assunto. 

“Não há formação para profissionais de terapias ocupacionais. Para os profissionais de fonoaudiologia há poucos cursos. Quando são oferecidos, são nas escolas particulares, porque não há escolas públicas de nível superior. Na SES não há nenhum programa especifico para a dislexia”, disse Milhomem. 

Milhomem pontuou que na SES há um programa que trabalha a saúde na escola, voltadas para a saúde de crianças e adolescentes. Segundo ela, há possibilidade de a secretaria implementar ações mais direcionadas à dislexia. “Isso será fundamental para que a SES e a Seduc façam um trabalho mais incisivo com os estudantes com dislexias”, disse. 

De acordo com Gabrille Coury, a Associação de Dislexia está à disposição da SES para que novas ações sejam implementadas. “Há seis anos a associação vem trabalhando com dislexias e a SES será uma parceira importante nesse processo. É um momento de levarmos informações aos professores, que trabalham com programas de saúde nas escolas. A dislexia tem que fazer parte desse programa”, disse. 

A mediadora Coury questionou a representante da SES sobre a possibilidade para a criação de um grupo de trabalho, construindo um diálogo mais otimizado entre a sociedade, o governo e a Associação de Dislexia de Mato Grosso, para minimizar o problema do transtorno de aprendizagem nas escolas de todo o estado. Em resposta Maria das Graças disse que a tendência é de estreitar esse diálogo e que a SES “vai trabalhar, por meio de ações conjuntas com outras secretarias, para minimizar essa situação”, disse.  


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