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Quinta-feira, 9 de setembro de 2021 17h30


ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

Avallone propõe criação de câmara setorial para as questões indígenas

Deputado destaca importância de discussão aprofundada sobre os problemas que afetam as 42 etnias  de Mato Grosso

EDUARDO RICCI / Gabinete do deputado Carlos Avallone



Foto: Marcos Lopes

O deputado Carlos Avallone (PSDB) propôs, durante sessão desta quinta-feira (9), a criação de uma Câmara Setorial Temática para discutir a questão indígena em Mato Grosso. O objetivo é promover levantamentos técnicos, estudos, pesquisas e análises sobre os principais problemas que afetam as nações indígenas existentes no estado. 

Segundo o último Censo, de 2010, Mato Grosso abriga 42.538 índios, divididos em 42 etnias. Destes, 5.821 vivem em áreas urbanas. Dos 141 municípios, 55 contam com terras indígenas, segundo a Funai. Em uma década, de 2000 - quando havia uma população de 29.196 índios - até 2010, houve aumento de 45,6% da população indígena no estado. 

“Estas questões precisam ser discutidas com mais profundidade pela Assembleia, governo do estado e sociedade organizada, daí a importância da criação desta Câmara Setorial Indígena. E vou além, defendo também a criação de uma comissão permanente sobre a questão indígena, nos moldes das outras já existentes na Assembleia Legislativa. Estamos conversando com a Mesa Diretora e o conjunto dos parlamentares para avaliar esta possibilidade, que considero fundamental para assegurar os direitos e o desenvolvimento social e econômico das comunidades indígenas”, disse Avallone. 

A câmara setorial temática é um mecanismo de aperfeiçoamento do processo legislativo, integrando  agentes públicos representantes dos poderes Executivo, Legislativo, Judiciário, sociedade civil e ong’s, com o objetivo de diagnosticar, estudar e debater temas de relevante interesse para o estado e as matérias sobre o tema em tramitação, visando o seu aperfeiçoamento. A vigência da CST é de 180 dias, prorrogável por mais seis meses.

À Câmara Setorial Temática caberá discutir o tema que motivou a sua composição, realizar reuniões públicas com entidades da sociedade civil, solicitar informações de entidades públicas ou privadas que entender necessárias para subsidiar os seus trabalhos e solicitar cooperação técnica de qualquer autoridade, cidadão e entidades públicas ou privadas.

Desigualdades

Em sua justificativa, Avallone citou as visitas recentes que fez a aldeias indígenas em Sapezal, Campo Novo e Campinápolis, acompanhado do deputado Ulysses Moraes (PSL) - co-autor do requerimento da CST - e do secretário de Educação Alan Porto. “Passei dois dias visitando as aldeias de Campinápolis e fiquei muito preocupado com a falta de estrutura na saúde e na educação, que afeta duramente as nações indígenas”, disse o parlamentar.

As comunidades indígenas vivem situações diferenciadas, algumas avançando na realização de atividades econômicas como a agricultura e outras extremamente carentes na saúde e na educação, principalmente. Os dados do Censo 2010 mostram que 52,9% dos indígenas não possuíam nenhum tipo de renda. 

“Os indígenas de Sapezal, por exemplo, mais avançados na agricultura, reivindicam apoio jurídico e crédito para financiar a produção agrícola. Querem produzir e precisamos dar nossa contribuição para que sobrevivam dignamente, preservando o meio ambiente e mantendo sua cultura e tradições”, ressaltou o deputado.


Gabinete do deputado Carlos Avallone