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Sexta-feira, 23 de agosto de 2019 15h15


LEI DA PESCA

Deputados promovem debate sobre o projeto ‘Cota Zero’ em Barão de Melgaço

A audiência pública, promovida pelos deputados estaduais João Batista e Elizeu Nascimento, tem o objetivo de discutir o conteúdo da lei que regulamenta as atividades pesqueiras em MT

LUCIENE LINS / Gabinete do deputado João Batista



Foto: FABLICIO RODRIGUES / ALMT

Com o objetivo de debater o Projeto de Lei (PL) nº 668/2019, que prevê mudanças na Política Estadual de Desenvolvimento Sustentável da Pesca, os deputados estaduais João Batista (Pros) e Elizeu Nascimento (DC) promovem uma audiência pública, nesta segunda-feira (26), no município de Barão de Melgaço (110 km de Cuiabá).

De acordo com João Batista, o evento tem por finalidade discutir com a população, principalmente com os pescadores, os assuntos que regulamentam as atividades pesqueiras no estado. “Convidamos todos os pescadores profissionais, amadores e amantes da pesca para esta audiência pública e juntos debatermos o conteúdo do PL, especificamente o que trata o artigo 18, que proíbe por cinco anos o transporte, armazenamento e comercialização do pescado oriundo dos rios mato-grossenses. É o que determina a chamada legislação da Cota Zero”, explicou o parlamentar.

A presidente da Associação de Lojistas da Caça e da Pesca em Mato Grosso, Nilma Silva, confirmou presença na audiência e ressaltou que, se o projeto for aprovado, Mato Grosso terá cerca de cem mil pais de família desempregados. “O governo não tem um plano socioeconômico para amparar essas famílias, nem plano sustentável para o repovoamento dos rios, muito menos um estudo populacional de dinâmica dos peixes. O que prova que esse projeto é embasado em ‘achismo’. Um achismo que vai provocar desemprego e fere a dignidade da pessoa humana. O peixe é um bem plural, pertence à população e é um direito constitucional, como consta no artigo 225”, explanou Nilma, com tom de indignação e revolta.

O deputado Elizeu Nascimento explicou que os pescadores não são responsáveis pela depredação dos rios e que Mato Grosso já possui uma legislação severa no controle da pesca. “O que o governo precisa de fato fazer é oferecer melhores condições de trabalho para os profissionais. Não defendemos a pesca predatória, inclusive, nós apresentamos um substitutivo na ALMT do que realmente precisa ser feito, queremos ampliar a fiscalização pelos órgãos responsáveis e realizar um recadastramento dos pescadores legítimos”, afirmou Elizeu.

Na avaliação de Domingos Capim, presidente há 17 anos da colônia de pescadores ‘Z5’ de Barão de Melgaço, a atual composição da lei da pesca é prejudicial àqueles que sobrevivem do pescado.

"Estou à frente de um grupo composto por mil e duzentas pessoas, trabalhadores de origem simples que vivem apenas da pesca. Um trabalhador que vive somente disso e precisa transportar o peixe até a população, será totalmente prejudicado com esse projeto. Queremos saber qual amparo que o governo vai propor aos trabalhadores, tendo em vista que esse pessoal não tem outra formação a não ser a atividade pesqueira. Por isso, contamos com o apoio de todos os deputados para que esta matéria não seja aprovada pela Casa de Leis”, concluiu Capim.


Gabinete do deputado João Batista