A decisão de troca de comando, anunciada na manhã desta quarta-feira, durante reunião no Palácio Paiaguás entre deputados estaduais e o governador Blairo Maggi, teve como base um relatório produzido por uma equipe de inteligência da PM criada para investigar denúncias de abuso de autoridade e agressões durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão de armas e drogas em três fazendas da região do Araguaia, no último dia 7 de abril.
Há cerca de um mês, o presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da Assembléia Legislativa, deputado Zé Carlos do Pátio (PMDB) percorreu órgãos do Governo, como Casa Militar, gabinete do governador e Ministério Público Estadual discutindo a situação dos moradores que tiveram suas casas queimadas e sofreram agressões físicas. “Não houve solicitação por documento da retirada daquelas pessoas da região. Portanto, não justifica a truculência praticada com aquelas pessoas”, explicou Pátio, que acompanhou os agredidos no conflito com a PM em reunião com o governador.
Daltinho explicou que alertou as autoridades sobre os abusos cometidos por policiais militares na Gleba União, localizada entre as fazendas Bordon e Suiá-Missu – fazendas que fariam parte da ação de desarmamento -, situadas entre os municípios de Alto Boa Vista e Bom Jesus do Araguaia. A área que engloba as fazendas, além dos conflitos entre colonos, está sob embargo judicial e na iminência de ser transformada em reserva indígena. “Era para fazer uma ação e fez outra. Maggi garantiu que cabeças iriam rolar e acho que o resultado começou a aparecer nesta quarta”, garantiu Daltinho.
Na mesma ocasião, o deputado denunciou à Assembléia Legislativa a participação da polícia militar em crime de “pistolagem” na região dos conflitos. Na gleba, como as casas dos agricultores foram destruídas (queimadas), foi realizada uma reunião numa barraca improvisada de lona plástica, poucos dias após a ação dos policiais.
O presidente da Casa, deputado Sérgio Ricardo (sem partido) solicitou, durante sessão ordinária desta quarta-feira a realização de uma audiência em Estrela do Araguaia, município de quase quatro mil habitantes, pelos membros da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania, Amparo à Criança, ao Adolescente e ao Idoso da Assembléia Legislativa. “Porque independentemente das medidas punitivas terem sido tomadas, os danos psicológicos a estas 100 famílias da Gleba União e de toda região, são irreparáveis. A Policia Militar é uma instituição honrosa e que merece ter em sua corporação pessoas que a respeite”, destacou.
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