Levantamento feito junto às instituições policiais, naquele ano, revelou que tinham ocorrido 602 mortes provocadas, 3.696 crimes contra a pessoa, 13.759 contra o patrimônio e 20.594 tipos diversos de violência”. Surgiu, então, o relatório “Mapa da Violência de Cuiabá”.
“A partir da percepção coletiva de que Cuiabá é uma cidade violenta, as brutalidades passaram a ser encaradas como uma questão política. Não por acaso, em 1999 foram realizados vários eventos, iniciativas e ações públicas centrados nos temas de segurança, combate à violência e defesa dos direitos humanos”, lembrou Gilney Viana em seu relatório final.
Com efeito, entre os eventos da época aconteceram:
a) a I Conferência Estadual de Direitos Humanos promovida por organizações não-governamentais com parcerias da Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania, e da Assembléia Legislativa. Ela aprovou uma proposta de Plano Estadual de Direitos Humanos encaminhada aos poderes públicos;
b) a Câmara de Vereadores de Cuiabá instalou uma Comissão Especial sobre a Violência. Ela ouviu segmentos organizados da sociedade cuiabana e produziu, ao final, relatório onde fez recomendações de políticas públicas municipais para enfrentar ou amenizar a violência;
c) a Assembléia Legislativa criou a Comissão Permanente de Direitos Humanos e Cidadania. Suas finalidades: combate a todas as formas de violência aos direitos da pessoa humana;
d) o Governo do Estado passou a assumir o discurso da necessidade da melhoria da política de segurança pública, tendo – inclusive – anunciado a elaboração de um Plano de Segurança Pública semelhante à iniciativa do Governo Federal.
“Os resultados práticos dessas iniciativas ainda são tímidos e incapazes de inverter a curva ascendente da violência, mas representam ações organizadas de enfrentamento do problema, tanto da parte da sociedade civil como da parte do Estado”, afirmou Gilney no relatório final.
Nos mesmos cenário e época, a segurança pública, a insegurança coletiva e os direitos humanos passaram a ser temas dos debates políticos nas eleições municipais de 2000. “Isso, como nunca tinha acontecido em Cuiabá e em Mato Grosso, e – infelizmente – sempre sem a qualificação devida e os suportes técnico e analítico necessários”, diz o então presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da AL no relatório final do “Mapa da Violência”.
Os objetivos desse trabalho foram – entre outros – sistematizar os dados de registros de ocorrências policiais e democratizar essas informações de forma que pudessem servir de base para discussão pública; e formular e calcular indicadores de violência para Cuiabá, cuja leitura pudesse oferecer visão imediata do quadro de violência existente e do risco que cada cidadão corre em relação aos tipos de violência.
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