Em seu discurso, o governador Blairo Maggi fez um apelo aos produtores para desocuparem as estradas e aguardar até o dia 25 quando o governo federal deve anunciar um pacote de medidas para salvar a agricultura, “para que Mato Grosso não morra sufocado”. Maggi afirmou que há um déficit de 45% da receita do setor, mas disse ser necessário “dar um voto de confiança ao presidente”.
O governador, que chegou ao Plenário acompanhado de uma comitiva de secretários, destacou as ações do “Grito do Ipiranga” e a busca de uma solução para a crise que afeta todo o setor produtivo. Maggi e outros 8 governadores mantiveram reunião com o presidente Lula.
Compuseram a comitiva Paulo Prado (Procurador de Justiça), Jurandir Florêncio de Castilho (vice-presidente do Tribunal de Justiça), José Carlos Novelli (Presidente do Tribunal de Contas), Ubiratan Spinelli (Conselheiro do Tribunal de Contas), o auditor Geral do Estado Sirio Pinheiro, e os secretários Waldir Teis (Fazenda), Clóves Vettorato (Desenvolvimento Rural) Yenes Magalhães (Planejamento), Geraldo De Vitto (Administração) e Antônio Kato (Casa Civil), Ana Carla (Educação), Yeda Marli Oliveira (Turismo), João Carlos Ferreira (Cultura), Marcos Machado (Meio Ambiente), Joaquim Curvo (Adjunto Infra-estrutura). Representantes do setor produtivo como o presidente da Famato Homero Pereira e da Fiemt, Nereu Pasine também acompanharam o governador.
Em seu pronunciamento o governador lembrou que o problema antes restrito à Mato Grosso agora é do Brasil: “um problema de dimensão nacional, onde a atividade da agricultura como principal atividade econômica está comprometida”.
Maggi fez uma análise histórica da crise que se reflete na falta de condições de o produtor honrar compromissos anteriores: “vínhamos num ritmo crescente, soja, algodão, madeira.. e acelerado crescimento no Centro-Oeste, batendo recorde de crescimento entre 8% e 10%. Nenhuma instituição financeira, financia sem que haja estudo do risco do empréstimo. Se houver capacidade de pagamento. Com acontecimentos adversos ele ( o produtor) não tem como honrar os compromissos... o dólar antes de cerca de R$ 3 a até R$ 4, numa queda de 45% e conseqüente queda de 45% real, foi o que ocorreu com os segmentos que trabalham com mercadoria para o exterior, perdendo 45% da receita.
Na opinião de Maggi já há um entendimento político em torno da questão: o setor político passou a entender a partir dos manifestos dos produtores que algo grave está por trás dessa história... Na reunião ( em Brasília com Lula) tivemos a oportunidade de colocar muito claramente as questões que vêm sendo vividas, Lula fez intervenção bastante firme”.
Maggi disse esperar que as medidas a serem anunciada possam solucionar a crise com a recuperação da renda do produtor e tratamento adequado para resolver o problema cambial, que possa colocar a economia de Mato Grosso e dos demais estados no rumo de antes.
O governador disse que na atual conjuntura a Secretaria de Fazenda tem previsão nada otimista para os próximos meses, por prever um déficit de R$ 600 milhões, e anunciou um esforço para cumprir as metas sociais, “vamos viver momentos bastante difíceis, nada fáceis de atravessar e exercer políticas de dar a contribuição dos papéis mínimos nas áreas sociais que o governo tem que atuar”. Por último fez o apelo: “Venho para dizer ao povo de Mato Grosso que temos que pedir aos produtores que estão nas rodovias que dêem crédito ao presidente Lula, desobstruindo as estradas para que Mato Grosso possa sobreviver”, pediu.
O governador disse que o Grito do Ipiranga serviu para o governo federal anunciar que nenhuma atitude mais paliativa será feita na agricultura, mas reforçou ser preciso ““um relaxamento para que o estado possa respirar e retomar seu rumo”.
O presidente da Assembléia fez suas considerações: aqui sentamos com os produtores. Tivemos oportunidade de ouvir o motivo do movimento organizado... Esperamos os dois pacotes que serão anunciados e que essas medidas contemplem os nossos produtores, para que tenham capacidade de produzir. Os produtores podem contar com este parlamento”, disse.
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