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Terça-feira, 21 de agosto de 2018 07h42


AGROCULTURAS

Conferência discute expansão do agronegócio na Amazônia

Iniciativa da Universidade de Cardiff (Reino Unido) em parceria com a UFMT, seminário reúne estudiosos na ALMT

MÁRCIA ANDREOLA / Secretaria de Comunicação Social



Foto: FABLICIO RODRIGUES / ALMT

Por Haroldo Assunção/ Secretaria de Comunicação  

O avanço da fronteira agrícola sobre o território amazônico e os consequentes impactos socioambientais estão entre os principais pontos de discussão abordados no Seminário Internacional sobre Identidades, Relacionamentos e Linguagens Emergentes na Amazônia, que acontece nos dias 20 e 21 de agosto, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso.

O evento, que traz palestras de especialistas nacionais e internacionais (da França, Reino Unido e Estados Unidos), apresentações de trabalhos acadêmicos da comunidade científica regional e mesas de debate, é parte de uma série de atividades organizadas pela Rede Agroculturas (www.agrocultures.org), uma iniciativa internacional coordenada pela Universidade Federal de Mato Grosso e pela Universidade de Cardiff, no Reino Unido.

Coordenador da reunião científica e um dos principais articuladores do programa, o professor Antonio Ioris, docente da School of Geography and Planning, Cardiff University, sediada no País de Gales (Reino Unido), explica que a expansão do agronegócio na Amazônia desde a década de 1970 e a decorrente “monetarização” das políticas sociais e ambientais na região delimitam o campo de estudos proposto pela Rede Agroculturas.

Nesse contexto, o agronegócio é posto em discussão.

“É nítido que o agronegócio, não obstante o discurso propalado pela elite do setor, que enfatiza a geração de divisas para o país, é responsável pelo agravamento de desigualdades sociais, conflitos agrários, danos ambientais, entre outras mazelas”, assinala Ioris.

Ele também observa a íntima relação do setor com o poder público, "a ponto de uma das principais tradings constituir patrimônio familiar do atual ministro da Agricultura, senador licenciado Blairo Maggi (PP-MT)".

“Nota-se, então, a defesa de interesses privados na iniciativa pública, como por exemplo no que toca à discussão o chamado “Pacote do Veneno”, que visa flexibilizar o controle sobre o uso de agrotóxicos em benefício do agrobusiness, em que pesem as consequências danosas ao meio ambiente e à saúde pública”, critica o pesquisador.

O encontro é o segundo de uma série de cinco seminários programados para realização no Reino Unido e na América do Sul – o primeiro foi realizado em Cardiff, em maio do ano passado.

Simultaneamente, acontece a Primeira Conferência sobre Amazônia, Modernidade e Desenvolvimento, aberta para a apresentação de trabalhos científicos, pesquisas e experiências sociais.

Além da UFMT e Cardiff University, a iniciativa tem apoio da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Universidade do Estado de São Paulo (Unesp), Universidade Federal de Rondônia (Unir), Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), Universidad Nacional de Colombia e King's College London.

“Eventos como esse servem para repensar quem ganha e quem perde no Brasil de hoje, para ajudar a identificar o que pode e deve ser diferente - isso é fundamental, porque o sucesso do agronegócio não é confirmado nem pelos próprios critérios comumente adotados pelo setor; é um cenário de contradições: cada vez há menos fazendeiros, tanta terra e pouco dono, mas que, de toda maneira, dependem de empresas com capital estrangeiro e de políticas públicas voltadas à manutenção de um modelo econômico elitista e baseado na perpetuação de injustiças”, conclui Antonio Ioris. 


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