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Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso

Depoimento de Arlan reforça tese de que ´vivemos um caos na saúde´

O presidente da CPI da Saúde, deputado Sérgio Ricardo, aponta para a situação crítica.Depois do CRM, será a vez do Sindicato dos Trabalhadores na saúde ser convocado

POR MARIA NASCIMENTO/SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO  •  3 DE DEZEMBRO DE 2009 ÀS 17:23:00  •  2 Acessos

POR MARIA NASCIMENTO/SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO  •  3 DE DEZEMBRO DE 2009 ÀS 17:23:00  •  2 Acessos

Após ouvir o depoimento do presidente do Conselho Estadual de Medicina de Mato Grosso (CRM) Arlan Ferreira, o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI ) que investiga a saúde em Mato Grosso, deputado Sérgio Ricardo (PR) reafirmou que estamos vivenciando um estado de caos na saúde do estado. “ Vivemos um caos na saúde. Talvez as palavras sejam fortes, mas me baseio nos dados mostrados e nas visitas que já fizemos às unidades de saúde", disse Sérgio Ricardo.

Ele citou que na manhã de hoje (03.12) teve informações de que 700 pessoas aguardam na fila do transplante renal e 300 na de córneas tudo porque o convênio com o Ministério da Saúde deixou de ser renovado em razão da falta de alvará de funcionamento dos hospitais mato-grossenses. “ Isso é caos de gestão, em minha opinião, é básico o hospital ter esse alvará.

Tanto entre os membros da CPI, como da parte do Conselho Regional de Medicina o consenso é de que é necessária a ampliação dos recursos do SUS, uma nova política de gestão e atenção especial a atenção para básica para evitar que o cidadão chegue a necessitar de atendimentos de média e alta complexidade. Ainda, de que é necessária a construção de um hospital regional na capital para responder pela demanda que superlota os Pronto Socorros Municipais de Cuiabá e Várzea Grande.

Em seu depoimento, o presidente do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso Arlan de Azevedo Ferreira reconheceu a importância da CPI: “a CPI se concentra em diagnosticar e apresentar uma proposta terapêutica para Mato Grosso sem recair em ações meramente políticas”, reconheceu. Ferreira apresentou dados referentes à estrutura de atendimento e conseqüente deficiências notificadas nas visitas feitas pelo conselho em diversos municípios mato-grossenses. O relatório é resultado de vistorias realizadas nos anos de 2008 e 2009 e evidencia os principais problemas.

O principal deles é que somente dois hospitais na capital e nenhum do interior tem o alvará da vigilância sanitária. “ Somente o Hospital Geral Universitário e outro da rede pública tem o alvará em Cuiabá, revelou. Em sua maioria, as unidades trabalham mediante assinatura de um termo de ajustamento de conduta. A precarização do trabalho também é gritante, segundo Arlan, porque 56% do pessoal é prestador de serviço. A região de fronteira sofre um agravante, médicos formados na Bolívia e sem a revalidação do diploma no Brasil são contratados. O mais grave, segundo ele, é a existência na própria rede pública de duas tabelas de pagamento desses profissionais. “ Há um preço para os formados e um para os não formados“, disse o presidente do CRM in formando ainda que 80% dos formados no país vizinho e que tentam revalidar o diploma no Brasil não obtém sucesso.

Ele elencou ainda, falta de sala de recuperação pós-anestésico, de carinho de reanimação, a cobertura é precária, com apenas 32% de cobertura, falta de núcleos de apoio de Saúde da Família, desarticulação entre os níveis de atenção- baixo, média e alta complexidade -, gestões não personalizas com fisiologismos políticos e tabelas diferenciadas de pagamento. “Tudo isso demonstra que nossas cidades precisam de estrutura física e humana para manter o atendimento”, concluiu.

Questionado sobre se o CRM não é conivente com a situação de caos instalada em Mato Grosso, Arlan respondeu que o trabalho do conselho é chamar o ministério público.

O deputado Antônio Azambuja (PMSB) alertou que há necessidade de ampliar o atendimento na rede de atenção básica. De acordo com ele por exemplo, á cada dois atendimentos de transplante o estado gasta recurso suficiente para criar e instalar um posto do PSF. “ A atenção básica é que precisa ser tratada com respeito”, disse o parlamentar. O deputado Wallace Guimarães defendeu a permanência das unidades de saúde, mesmo com as deficiências: “ mesmo com deficiências essas unidades estão atendendo. E lá que o cidadão ainda tem atendimento”, disse. E Chica Nunes (PSDB) sugeriu um estudo para a busca de emendas que ampliam o orçamento do setor.

O presidente da CPI também anunciou que na próxima quarta (09.12) a CPI visitará o Hospital Metropolitano de Várzea Grande. Na quinta-feira convocará para prestar esclarecimentos, a presidente do Sindicato dos Servidores Em Meio Ambiente e Saúde, Jacira de Jesus Campos Figueiredo.. A CPI também vai buscar informações sobre como, quem e de que forma estão sendo pagos os médicos que atuam em nosso estado sem diploma brasileiro. E.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa foi criada em 04 de novembro de 2009, trabalha para traçar um diagnóstico da saúde em Mato Grosso e tem como meta apontar soluções para a melhoria dos serviços de saúde pública na capital e interior. Ela se reúne semanalmente, às quintas-feiras às 14 horas para avaliar as informações solicitadas pelos deputados da comissão.

Mais informações:
Secretaria de Comunicação:
Telefone: 3313 6310
Data: 03/12/2009

Secretaria de Comunicação Social