Encontro reuniu representantes da sociedade civil e autoridades em Rosário Oeste

Foto: Ronaldo Mazza

A Expedição Fluvial no Rio Cuiabá, comandada pelo deputado estadual Wilson Santos (PSD), com intuito de diagnosticar as condições do rio chegou a Rosário Oeste no fim da tarde dessa segunda-feira (16) e pouco depois realizou encontro entre comitiva, autoridades locais e população no Cinema Municipal.

Membro da comitiva e coordenador do projeto do Plano de Bacia do Rio Cuiabá, Jose Álvaro da Silva, enfatizou a importância das demandas de quem vive do rio para a proposição de programas, projetos e ações dentro do plano. “Já fizemos estudos, um panorama geral, delimitamos toda a área, o que está faltando é receber as reivindicações de vocês”, explicou o engenheiro sanitarista e pesquisador da Universidade Federal de Mato Grosso. Na ocasião, foi aplicado um questionário com quatro perguntas em relação ao rio para todos os presentes responderem. 

O coronel da reserva do Corpo de Bombeiros Márcio Paulo usou a palavra para alertar a população de Rosário sobre o aumento de riscos de desastres e danos caso sejam criadas pequenas hidrelétricas na região. “Para quem vive aqui vai ser o caos, se efetivadas seis novas situações de risco, como falam em instalar seis hidrelétricas. Precisamos nos sentir donos do rio, da educação nas escolas à luta contra essas obras”, argumentou. 

Moradores de Rosário Oeste destacaram ainda que a água que abastece e nutre as pessoas vem do rio Cuiabá e defenderam a importância de defender um patrimônio que é de todos os munícipes. No mesmo tom, autoridades locais discursaram em prol da preservação do rio e contra as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). “Sempre me coloquei contra e sou contra falar em cinco, seis hidrelétricas no rio Cuiabá. Hoje temos alternativas melhores, a energia solar, eólica”, lembrou o prefeito de Rosário Oeste, Alex Berto. Ele ainda anunciou parceria com a Marinha para orientar pescadores para emitir a carteira profissional.

“Nós vereadores sabemos da importância do rio, apenas 1% da água do mundo é potável. E com essas PCHs nossos ribeirinhos, chacareiros estarão perdidos. A Câmara Municipal está lá para ser contra estas usinas”, garantiu o vereador Amilson Neponoceno. “Vimos a transformação com uma usina de Manso, o quanto diminuiu os peixes que eram abundantes. Não vemos mais as enchentes, caiu muito a quantidade de água. O que será dessa população que somos nós com a construção de seis PCHs?”, ressaltou a vereadora Marta de Almeida. 

Chefe da expedição, Wilson Santos afirmou que o rio Cuiabá tem sido agredido de diversas formas. “Na descida que fizemos até Rosário paramos em diversos lugares para retirar redes que são proibidas em Mato Grosso. Isso é crime ambiental sendo praticado aqui. Vimos fazenda que desmatou 100% da mata ciliar e plantou capim. Nós vamos aterrissar em algumas propriedades que não respeitam a legislação ambiental, não podemos brincar com coisa séria”, contou o parlamentar.