Foto: ELIEL TENORIO PEREIRA
A Câmara Municipal de Campo Verde em Mato Grosso promoveu, na última terça-feira (5), uma audiência pública para ouvir a população sobre os serviços e o aumento abusivo na conta de energia da população do município. O debate foi presidido pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Solivan Fonseca (PP), autor do requerimento, que tratou de abrir a discussão com questionamentos aos representantes da empresa de energia. O deputado estadual Elizeu Nascimento (DC), presidente da CPI da Energisa na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), também participou do encontro.
O vereador Solivan fez a abertura da audiência pública ressaltando que a audiência é o espaço que a população tem para expor suas reclamações em relação à Energisa. “As reclamações têm sido constantes devido a vários fatores, a exemplo: valores absurdos que têm vindo nas contas, problemas relativos a quedas de energia com consequência de perda e danos em aparelhos em casas e comércios, estrutura de produção rural, entre vários outros problemas. Iremos produzir, diante do apontamento de cada morador presente, um relatório final para contribuir com a CPI da Energisa na Assembleia Legislativa”, disse o vereador.
O deputado Elizeu Nascimento defendeu a importância das audiências públicas nos municípios de Mato Grosso. “Sou a favor e tentarei ir a todas as audiências que os vereadores me convidarem relacionadas à CPI da Energisa, esse é o espaço que os membros da CPI terão para ouvir a população. Escutar a população é a melhor maneira de identificar quais as principais irregularidades que a empresa está cometendo com os consumidores”, enfatizou o parlamentar.
Durante a audiência pública, pequenos produtores rurais pediram socorro por todos os problemas que estão enfrentando devido à má prestação do serviço que a Energisa tem prestado. A moradora do assentamento Dom Osório, em Campo Verde, Lorraine Vanessa Assunção se emocionou ao contar o que está passando. “Eu já perdi toda minha pequena produção algumas vezes, já perdi litros de leite, porque não tinha energia e sem energia o resfriador não funciona. Eu já liguei no 0800, não me deram atenção nenhuma, tenho vários números de protocolo e nada foi resolvido. A leitura não é feita todo mês, os valores vêm alto, preciso de alguém que possa me ajudar”, clamou Lorraine.
A representante do Procon do município, Tatiane de Andrade, também esteve presente e disse que muitas pessoas choram antes de fazer suas denúncias. "A forma que encontrei de barrar a Energisa foi abrir processos administrativos, porque não foi um, dois consumidores, foram muitos que choraram na minha frente, o que essa empresa está fazendo é uma arbitrariedade. Em Campo Verde, têm vários pequenos produtores rurais que recebem em um mês R$ 50 na conta e, por falta de leitura, gerando acúmulo, depois de três meses vêm cerca de R$ 2 mil, ninguém vai ter condições. O Procon está de portas abertas para fazer todo o procedimento que for necessário ”, expressou Tatiane.
"A energia é um bem de consumo que a cada dia parece ser mais importante na nossa vida, nós estamos cada vez mais dependentes de equipamentos de consumo de energia, parece que estamos andando para trás em relação à prestação desse serviço no estado. Tenho recebido muitas reclamações em meu gabinete, a maioria em relação às quedas de energia, que têm gerado muitos prejuízos", expôs o prefeito do município, Fábio Schroeter (PSB).
“Por onde passa, a Energisa deixa rastro de destruição e insensibilidade. A reclamação é geral. A empresa é campeã de reclamações. Tenho recebido centenas de reclamações. Não fazem nem o serviço de manutenção. É fato que a população de Mato Grosso está sofrendo com a conta abusiva. Foram vários problemas que chegaram ao meu gabinete. A população pode esperar um trabalho sério da CPI, vamos apurar todas as denúncias que já recebemos, investigaremos com responsabilidade os serviços que a Energisa tem prestado, o principal objetivo dos trabalhos é o de dar respostas efetivas à população mato-grossense”, acentuou Nascimento.