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Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso

Rodovia irrita produtor, diz líder de sindicato

Presidente do Sindicato Rural de Lucas confrontou desempenho positivo no campo com “falta de ações” do Governo Federal

POR FERNANDO LEAL/SECRETARIA DE IMPRENSA  •  7 DE AGOSTO DE 2003 ÀS 12:12:00  •  3 Acessos

POR FERNANDO LEAL/SECRETARIA DE IMPRENSA  •  7 DE AGOSTO DE 2003 ÀS 12:12:00  •  3 Acessos

A atual existência de impedimentos jurídicos no caminho da recuperação da BR-163 fortalece a tese da decretação do “estado de emergência” para ela, pelo Governo Federal. Essa medida preventiva - de efeitos multilaterais considerados positivos para a retomada das obras na rodovia -, no entanto, não é consenso entre os diversos segmentos que fazem a economia de Mato Grosso.

É que, segundo alguns, a rodovia pode vir a ser motivo de possíveis irregularidades como superfaturamento, por exemplo. Para o presidente do Sindicato Rural de Lucas do Rio Verde e suplente de deputado federal, Helmute Lawisch (PFL), a medida é “uma faca de dois gumes", uma vez que o DNIT (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes) poderá contratar sem licitação.

Diversos produtores reforçaram esta semana um alerta comum de Satélite e de Helmute, diferenciado apenas pelas palavras. “Houve um crescimento acelerado e desenfreado da produção agrícola no Norte do Estado, nos últimos 20 anos, e o poder público não acompanhou esse desenvolvimento”, alertou o primeiro. “Tivemos um grande incremento em nossa produção e, em conseqüência disso, aumentou o tráfego na rodovia e o Governo Federal continua sem desenvolver ações para reverter esse quadro. Somos bons produtores da porteira pra dentro por causa da inércia do governo”, completou Lawisch.

A principal preocupação está na proximidade do período de chuvas que pode começar em dois meses. Para o deputado Pedro Satélite (PPS), a importância desses números e da BR-163 para Mato Grosso, é reforçada por outros. Por ela passam cerca de 70% das produções agrícola e madeireira, além de 90% da suína, no Estado.

“Precisamos, mesmo, é reforçar essa mobilização e um dos nossos principais aliados será a Associação dos Transportadores de Cargas de Mato Grosso (sediada em Rondonópolis), que deve ser convidada pela Assembléia Legislativa para a audiência”, observou Helmute. Para o presidente do sindicato, é importante questionar a bancada federal mato-grossense. “Precisamos saber por que o Governo Federal libera recursos para essa rodovia em algumas regiões do Brasil e não para Mato Grosso”, disse o presidente, que também está engajado no trabalho desenvolvido pelo Consórcio da BR-163.

Com as deficiências da rodovia, estão cada vez mais inviabilizados os transportes de passageiros e de carga, e - como um todo - a pecuária, a agricultura, a suinocultura e a produção de madeira. Em março, o ministro dos Transportes, Anderson Adauto, esteve no Estado e assumiu o compromisso de liberar R$ 60 milhões para a recuperação da malha viária. O montante liberado, no entanto, não chegou a 10% do prometido, segundo Satélite.

Municípios atingidos

Em todo o Estado, as deficiências da rodovia têm causado prejuízos econômicos de grande monta. O trecho que liga Cuiabá a Santarém possui 650 quilômetros asfaltados e 90 km de chão. Os considerados mais críticos estão entre Santa Helena e Sinop (120 km) e entre o Posto Gil e Nova Mutum (60 km).

O saldo desse quadro ficou claro em poucas palavras do deputado federal Wilson Santos (PSDB): “A BR-163 já perdeu o asfalto e agora está perdendo base e sub-base”. O tempo de vida dos trechos asfaltados também tem influência. Infiltrações, erosões e falta de balanças para o controle da tonelagem foram consideradas “vitais” para o desgaste. A diferença: os caminhões “truck” de antes, que transportavam até 15 toneladas são substituídos pelos “treminhões”, que chegam a transportar entre 70 toneladas e 80 toneladas de uma só vez.

O presidente do Sindicato Rural de Lucas deu outra mostra de problema. “Estamos no final da segunda safra - antes chamada de ‘safrinha de milho’. O Estado colheu agora dois milhões de toneladas de milho só em nossa região”, observou o suplente de deputado federal.

O exemplo aponta para outro quadro negativo: o milho é um produto de baixo valor agregado e quanto mais caro se torna pior para o produtor. O escoamento da produção fica travado pela necessidade da venda por valor abaixo do preço de produção. Por fim, para melhorar produção, precisa melhorar também o custo do frete e, para isso, é necessário se melhorar a rodovia. Ao longo da BR-163, alguns dos municípios seriamente prejudicados são: Guarantã do Norte, Novo Mundo, Nova Guarita, Peixoto de Azevedo, Matupá, Itaúba, Terra Nova do Norte, Nova Santa Helena, Sinop, Sorriso, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Nobres, Jangada, Carlinda, Nova Canaã do Norte, Rosário Oeste, Colíder, Alta Floresta, Paranaíta, Apiacás, Nova Monte Verde, Nova Bandeirantes, Marcelândia, Santa Carmen, Vera, Cláudia, Tapurah, Juara, Juína, Diamantino, Ipiranga, Itanhangá, Nova Boa Esperança.

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