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Segunda-feira, 21 de novembro de 2022 10h28


É LEI

Semana de Conscientização sobre Esquizofrenia deve difundir informações e quebrar tabus

A Lei 11.917/2022, sancionada em novembro, é uma iniciativa do Parlamento estadual por meio de uma iniciativa do deputado Thiago Silva (MDB)

LAIS COSTA MARQUES / Secretaria de Comunicação Social



Foto: Marcos Lopes

Mato Grosso passa a contar com a Semana Estadual de Conscientização sobre a Esquizofrenia, uma condição que atinge cerca de dois milhões de brasileiros, mas que ainda é envolta de muita desinformação e preconceito. A iniciativa de instituição da data partiu da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) e foi sancionada, no último dia 11 de novembro, pelo Governo do Estado, como Lei 11.917/2022.

A data, a ser celebrada todos os anos na semana do dia 24 de maio, tem como objetivo discutir e difundir informações sobre o transtorno que é considerado a terceira maior causa de perda de qualidade de vida entre a população jovem, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Esta não é a primeira iniciativa do deputado estadual Thiago Silva (MDB), que também foi autor da Lei 11.377/2021, que dispõe sobre a criação da rede de atenção às pessoas com esquizofrenia em Mato Grosso.

Segundo o deputado Thiago Silva, as iniciativas visam chamar a atenção para a esquizofrenia. “É uma doença cercada de estigmas, tabus e muito preconceito, que afeta até 1% da população brasileira e envolve toda a família. É preciso muita informação e apoio para lidar da melhor maneira possível com a doença”, explica o parlamentar.

Para a psicóloga Brunah Rockenbach, apesar de ter avanços no entendimento dos transtornos mentais, ainda existe muito preconceito, que também é gerado pela falta de informação sobre a temática. “É importante criar contextos para que esse assunto se torne uma pauta mais frequente. Isso pode ser feito a partir da criação de um programa de conscientização que busque mapear o grau de consciência/conhecimento que a população tem acerca dos transtornos mentais. A partir disso, pode ser importante a confecção de cartilhas e a realização de ciclos de palestras para a comunidade em geral. É fundamental que sejam criados mais espaços que incentivem diálogos sobre esse assunto”.

A servidora Celly Silva conta que há 17 anos seu pai sofre com os sintomas do transtorno e desde então toda a família foi impactada, inclusive com a mudança de cidade por conta de alucinações do pai, que se sentia perseguido. Para Celly, a desinformação e a falta de conscientização prejudicam o tratamento e, principalmente, a qualidade de vida das pessoas acometidas pelo transtorno. 

Para facilitar o diagnóstico, tratamento e diálogo entre os profissionais, em 1952 foi criado o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), com o objetivo de sistematizar e descrever os sintomas dos transtornos mentais. 

“Atualmente, são mais de 300 transtornos mentais abordados no Manual e os comportamentos que precisam ser considerados no diagnóstico são relacionados às alterações do nosso próprio funcionamento, como, da atenção, do humor, da ansiedade, da energia, do apetite e do sono. É preciso destacar que estamos falando de alterações que também são orgânicas e que precisam de um acompanhamento especializado”, explica especialista Brunah Rockenbach.

Sobre a esquizofrenia, a psicóloga destaca que ela se caracteriza pela manifestação e um ou mais sintomas e o tratamento é realizado com a administração de medicamentos, acompanhamento psiquiátrico e psicológico e a depender da gravidade, é importante a participação de uma equipe multiprofissional. 

“Para a realização do diagnóstico, é fundamental a avaliação de um psiquiatra. No serviço público, a assistência é realizada pelo Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), onde é realizada uma avaliação conduzida por uma equipe multiprofissional. Os profissionais após uma escuta especializada avaliam o caso e elaboram um projeto terapêutico individual, considerando as necessidades de cada paciente”.

Celly Silva reforça a necessidade de uma atenção especial e o acolhimento das pessoas com transtornos mentais. “É preciso olhar com mais humanidade para as pessoas que possuem algum transtorno mental. Não é porque estão nesta condição que deixam de ser cidadãs, pais, mães, avós. Meu pai é um homem honesto, trabalhador e não pode ser colocado à margem da sociedade. Além disso, o sistema de saúde também precisa estar pronto para atender essas pessoas e toda a família, que também sofre com os sintomas e consequências dessa condição”, desabafa Celly.


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