Fale Conosco
Proteção de Dados (LGPD) LGPD
Entrar
Brasão

Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso

Testemunha de Rondon diz que MT ganha área

Ramis Bucair tem museu em Cuiabá, há 50 anos representou o governo para tratar dos limites com Pará e restabeleceu 780 quilômetros de linha telegráfica

POR SECRETARIA DE IMPRENSA/ALMT  •  26 DE MAIO DE 2003 ÀS 17:39:00  •  12 Acessos

POR SECRETARIA DE IMPRENSA/ALMT  •  26 DE MAIO DE 2003 ÀS 17:39:00  •  12 Acessos

Uma das principais referências vivas da importância do trabalho de demarcação da divisa MT-PA, realizado pelo Exército Brasileiro (EB) por intermédio do marechal Cândido Rondon, garantiu com documentos e argumentos que Mato Grosso sairá vitorioso em sua intenção de assumir - oficial e definitivamente - os 2,4 milhões de hectares da fronteira seca na região. Essa área é maior do que as de França e Portugal, juntas.

“Mato Grosso vai ganhar! É uma questão econômica que envolve o caso, mas prevalecerá a integridade do trabalho do Exército e de Rondon”, assegurou o engenheiro florestal Ramis Bucair Júnior. Dono do único museu particular do Brasil - o Museu de Pedras que leva o seu nome, localizado no calçadão da Rua Galdino Pimentel, centro de Cuiabá - e de um grande acervo histórico sobre Rondon, Bucair não tem dúvidas sobre uma decisão favorável em qualquer instância para o governo mato-grossense.

O engenheiro revelou sua opinião ao presidente das Comissões Permanentes de Revisão Territorial e de Terras e Meio Ambiente da Assembléia Legislativa de Mato Grosso, deputado Pedro Satélite (PPS), em reunião, após ter sido procurado pelo parlamentar.

Meio século atrás, representando o Estado, o engenheiro integrou a primeira comissão formada para tratar da definição dos limites entre Mato Grosso e Pará. Já naquela ocasião, envolvidos no trabalho, o Exército (Serviço Geográfico) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também fizeram parte do grupo.

Bucair lembrou ainda que, em 1954, ele passou cerca de seis meses percorrendo 780 quilômetros para restabelecer a linha telegráfica entre os municípios de Barra do Bugres - distante 163 quilômetros de Cuiabá - e Vilhena (RO).

Documento valioso

Em uma das paredes da sala que ocupa no Escritório Técnico Ramis Bucair (Eterb) - Engenharia, Geoprocessamento e Planejamento Florestal, situado na esquina das Ruas Pedro Celestino e Voluntários da Pátria, também no centro da Capital, o engenheiro exibe cópia do mapa de Mato Grosso - versão 1952 - com a divisa originalmente traçada pelo marechal Rondon e diferente da utilizada pelo IBGE.

O mapa foi batizado à época com o nome de “Carta do Estado de Mato Grosso e Regiões Circunvizinhas”, depois de organizado e desenhado no Serviço de Conclusão da Carta de Mato Grosso, do então Ministério da Guerra - Estado Maior do Exército. O trabalho foi realizado sob a direção-geral do general de Divisão Cândido Mariano da Silva Rondon e a direção gráfica executiva do general Francisco Jaguaribe Gomes de Mattos, “de acordo com as circunstâncias e os elementos indicados”.

A Carta de Mato Grosso foi assinada por autoridades nacionais e estaduais da época: presidente da República, Getúlio Vargas; ministro da Guerra, general de Brigada Cyro do Espírito Santo Cardoso; também pelo chefe do Estado Maior do Exército, general Álvaro Fiúza de Castro; ministro da Viação, Álvaro de Souza Lima; ministro da Agricultura, João Cleophas de Oliveira; e pelo governador de Mato Grosso, Fernando Corrêa da Costa.

Decepção e questionamentos

“Como alguém ou um órgão do governo federal não reconhece como oficial um documento desse porte, elaborado, confeccionado e assinado por autoridades máximas do nosso país? Por mais documentos legais que já existissem ou viessem a aparecer, a Carta de Mato Grosso não deveria ter sido em qualquer época, no mínimo, motivo de reflexões, debates e discussões políticas acerca da real delimitação da fronteira entre Mato Grosso e Pará?”, questionou Satélite.

O deputado disse, ainda, que suas observações são “genéricas” com relação ao comportamento de governos anteriores sobre o caso da divisa MT-PA. “Não é uma questão pontual sobre este ou aquele, mas houve, sim, falta de vontade política nos anos anteriores”, concluiu o parlamentar.

No encontro, Ramis Bucair também apresentou o Mapa Cadastral do Município de Barra do Garças, de 1960, com as áreas loteadas na região do litígio e os nomes de seus respectivos proprietários. O mapa foi aprovado em dezembro daquele ano pelo então secretário de Agricultura, Indústria, Comércio, Viação e Obras Públicas de Mato Grosso, Manoel Bonifácio Nunes da Cunha.

Em seu escritório, o engenheiro florestal Ramis Bucair Júnior também guarda como um troféu valioso o “Theodolito W. L. E. Gurley Troy N.Y.”. Com o equipamento, o marechal Rondon percorreu 8 mil quilômetros instalando a linha telegráfica, e desbravou e levantou cerca de 500 mil quilômetros quadrados do Centro Oeste brasileiro.

Mais informações:
Secretaria de Imprensa da Assembléia Legislativa
Fones: 613-2553 / 613-2597 / 9982-0261 / 9951-1323

Secretaria de Comunicação Social