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Quarta-feira, 13 de setembro de 2023 13h02


SAÚDE

Dia Mundial da Sepse alerta para o diagnóstico rápido e tratamento imediato

Em Mato Grosso, a Lei n° 10.855 instituiu a Semana de Conscientização, Prevenção e Combate à Sepse

ROSANGELA MILLES / Secretaria de Comunicação Social



1º Simpósio sobre Sepse promovido pelo HUJM

Foto: Helder Faria

Márcio Paes, chefe da UTI e médico gastroenterologista do HUJM

Foto: Helder Faria

Infectologista Paula Sossai Rizzo, palestrante no 1º Simpósio sobre Sepse promovido pelo HUJM

Foto: Helder Faria

Considerado um problema de saúde pública, atualmente a sepse é responsável por 25% da ocupação de leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) no Brasil, além de ser a principal causa de morte nessas unidades, matando mais do que o infarto do miocárdio e do que alguns tipos de câncer. A cada segundo, alguém morre de sepse no Brasil, segundo dados do Instituto Latino-Americano de Sepse (Ilas). Para conscientizar a população sobre a doença e reforçar aos profissionais de saúde a importância de agir rápido nesses casos, o dia 13 de setembro foi instituído como Dia Mundial da Sepse. Em Mato Grosso, a Lei nº 10.855/2019 instituiu a Semana de Conscientização, Prevenção e Combate à Sepse, a partir de um projeto de lei de autoria do então deputado estadual Oscar Bezerra.

De acordo com a propositura, a sepse é um inimigo silencioso, fatal e quase desconhecido e visa orientar a população sobre a importância e riscos da doença, por meio da divulgação em toda a rede pública e privada de saúde e ensino no estado de Mato Grosso. Dados do Ilas apontam que 240 mil pessoas morrem anualmente no país, para cada 10 pessoas que contraem a doença, 5 vão a óbito. No Centro-Oeste, esse número aumenta para 7. No Brasil, são registrados cerca de 400 mil casos de sepse em pacientes adultos por ano. 

Com o objetivo de sistematizar e fortalecer o protocolo da doença, o Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM) da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) realizou, nesta quarta-feira (13), o 1º Simpósio sobre Sepse, um ciclo de palestras com o tema “Pense: pode ser sepse?”, que envolveu uma equipe multidisciplinar para falar da importância do diagnóstico precoce e tratamento imediato. 

“A cada dez pacientes graves internados em uma unidade de terapia intensiva, seis vão a óbito por processo infeccioso. A diferença é que, identificando precocemente esses quadros, esse número cai para menos de 2,5%, uma realidade muito drástica”, enfatizou o chefe da UTI e médico gastroenterologista do HUJM, Márcio Paes. Ele salientou que “além da vida que se perde, esse paciente fica por semanas internado e gera custos ao sistema de saúde, sendo que o desfecho, lamentavelmente, costuma ser desfavorável”.

No Dia Mundial da Sepse, o chefe da UTI do HUJM lembrou da importância da Lei nº 10.855 para alertar toda a comunidade sobre o reconhecimento precoce dos processos infecciosos. “O HUJM montou um protocolo de atendimento para o reconhecimento ser precoce, dando ferramentas a todos os funcionários profissionais da saúde que detectem as alterações básicas da consciência do paciente, se está febril, com frequência cardíaca aumentada, e com isso deflagrar uma ação médica e minimizar esses riscos inerentes ao paciente”, concluiu Márcio. 

A infectologista Paula Sossai Rizzo, palestrante no 1º Simpósio sobre Sepse, promovido pelo HUJM, disse que “a doença é muito grave e o diagnóstico rápido pode aumentar a sobrevida do paciente. Quanto mais tempo a gente demora para começar o tratamento, mais aumenta o risco de mortalidade do paciente”.

“Hoje, as instituições do mundo inteiro se mobilizam fazendo campanhas, ações para reforçar a importância do tema e o diagnóstico precoce. Aqui nesse evento, temos médicos intensivistas, neonatologistas e pediatras, farmacêuticos, enfermeiros, alunos, ou seja, uma equipe multidisciplinar, todos envolvidos em um diagnóstico precoce”, explicou Paula. Ela lembrou também que não só os profissionais da área de saúde, mas a população em geral pode ajudar quando sentir que algo está alterado em sua saúde. “Os principais sintomas são febre, falta de ar, confusão mental e alteração neurológica. Quantidade de urina diminuída pode caracterizar a sepse e, neste caso, a pessoa precisa procurar um serviço de saúde o mais rápido possível”, explicou a infectologista.

Sepse - De acordo com orientações de especialistas do HUJM, antes a doença era conhecida como infecção generalizada ou septicemia, a sepse é uma resposta inadequada do próprio organismo contra uma infecção em qualquer órgão do corpo. Essa infecção pode ser bacteriana, fúngica, viral, parasitária ou por protozoários e gera uma inflamação para tentar combater o agente infeccioso.

Porém, essa resposta pode comprometer o funcionamento de vários órgãos, levando ao que é chamado de disfunção ou falência múltipla de órgãos. Os pacientes podem desenvolver a sepse durante uma internação hospitalar ou chegar ao hospital já em quadro séptico provocado por problemas comuns, como infecção urinária ou pneumonia. 

Embora qualquer pessoa possa desenvolver a sepse, pacientes com baixa imunidade e com doenças crônicas têm um risco maior, incluindo prematuros, crianças com menos de um ano, idosos acima de 65 anos, pessoas com câncer, HIV, insuficiência cardíaca ou renal e diabetes. O diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento, normalmente com uso de antibiótico, são fundamentais para definir o desfecho do caso. O ideal é que as medidas iniciais sejam tomadas na primeira hora de infecção. A chamada “hora de ouro” é fundamental para evitar o comprometimento do organismo, principalmente de órgãos vitais, além de prevenir sequelas, como lesões renais, cardíacas e neurológicas. 

 


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