No dia 12 de novembro, data em que comemoramos o Dia do Pantanal, nada mais oportuno para refletirmos sobre a importância da maior planície alagável de água doce do planeta. A data é uma homenagem ao ambientalista e jornalista Francisco Ancelmo de Barros, que durante 25 anos dedicou-se à luta pela preservação do bioma.

O Pantanal ocupa uma área de 158.592 quilômetros quadrados, mas a Bacia Hidrográfica do Alto Paraguai, responsável pela sua formação, é muito maior.

Ao todo, a bacia transfronteiriça abrange uma área de 624.320 km², sendo aproximadamente 62% no Brasil, 20% na Bolívia e 18% no Paraguai.

Trata-se do Patrimônio Natural da Humanidade, Reserva da Biosfera, de belezas mil, com recursos hidrológicos importantes para o abastecimento das cidades, onde vivem aproximadamente três milhões de pessoas. 

A importância ambiental da maior área úmida continental teve o seu reconhecimento a partir de 1988, quando o bioma foi decretado Patrimônio Nacional, pela Constituição brasileira. Em 2000, o Pantanal recebeu o título de Reserva da Biosfera pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Mas nem só de belezas naturais vive o Pantanal. Ele também sofre os efeitos da degradação causada pelo uso não sustentável da terra, principalmente nas regiões de cerrado, no planalto da bacia, onde está a maior parte de suas nascentes. Na planície, os maiores impactos dizem respeito principalmente para a abertura de áreas de pastagem e cultivo.

Reverter a degradação da região é o foco de políticas públicas que devemos colocar na pauta de discussões. Temos que melhorar o gerenciamento de recursos hídricos e proteger os principais afluentes da região - os rios Alto-Paraguai, Sepotuba, Jauru e Cabaçal, que são responsáveis por até 30% do fluxo de água da região.

O Pantanal é um ecossistema com características únicas e que possui uma grande variedade de espécies, sendo que essas alterações podem representar um sério risco à sobrevivência do homem pantaneiro. 

Permito-me registrar que o grande patrimônio da região, além de seu fabuloso potencial econômico, turístico e cultural, é o seu povo bom, ordeiro, trabalhador e, acima de tudo, hospitaleiro.

Portanto, vamos aproveitar essa data para refletir e auxiliar na preservação desse importante ecossistema. Afinal, fazemos parte desse paraíso, no qual somos privilegiados por suas riquezas naturais e muitos desconhecem as suas particularidades. Vamos unir forças e garantir a sobrevida do Pantanal. 

Viva o Pantanal, símbolo de bonança ambiental.

*Emanuel Pinheiro é deputado estadual pelo Partido da República em Mato Grosso