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Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso


Quinta-feira, 16 de junho de 2016 14h41


SAÚDE

Campanha deverá alertar sobre perigos da apneia do sono

Doença afeta boa parte da população. Estudos apontam que caminhoneiros estão entre os mais vulneráveis devido à rotina

ITIMARA FIGUEIREDO / ASSESSORIA DE GABINETE



Deputado Gilmar Fabris (Foto: Angelo Varela/ALMT)

Mato Grosso deverá concentrar esforços para oferecer à população medidas que melhorem os serviços de saúde. Uma delas se refere a campanhas publicitárias para alertar sobre os perigos causados pela síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono - (SAOS). O alerta está embasado em estudos feitos pela mestranda em Saúde Pública, Bianca Souza, da Universidade Federal de Mato Grosso, orientado pelo médico cardiologista, Luiz Scala.

A indicação feita pelo deputado Gilmar Fabris (PSD) e encaminhada ao governador Pedro Taques (PSDB), aponta que essa doença é muito comum e pode aumentar os riscos de doenças cardiovasculares.

Bianca disse que essa campanha será o pontapé inicial para o combate à doença. Também diagnosticou a necessidade de se construir em Mato Grosso o Instituto Público do Sono. Atualmente, apenas dois laboratórios privados fazem o exame de Polissonografia, em Cuiabá. “É um exame que diagnostica os problemas relacionados ao sono. Precisamos despertar o olhar da sociedade para esse problema que não esta sendo observado”, destaca a pesquisadora.

Bianca Souzamestranda em Saúde Pública da Universidade Federal de Mato Grosso (Foto: Fabiano Cavalcante/Acervo pessoal)

Um dos problemas constatados foi à falta de atendimento público no Departamento Estadual de Trânsito – Detran. Bianca explicou que mesmo a legislação prevendo o exame de sonolência no ato da renovação da Carteira Nacional de Habilitação, categorias C, D, E, a maioria dos caminhoneiros não dispõe de plano de saúde para realizar esse exame.

Scala, que também é membro associado da Faculdade de Medicina da UFMT, explica que com apoio dos poderes públicos será possível ampliar o debate junto à sociedade. “Queremos realizar um fórum de debates sobre a apneia do sono, chamando a atenção para as suas graves consequências. Não podemos ficar apenas olhando para o problema sem que nada seja feito. Nossa equipe de trabalho esta à disposição. É preciso decisão política para que, em breve, Mato Grosso tenha funcionando o laboratório público do sono”.  

O médico defende que a indicação de Fabris será importante também para chamar a atenção dos poderes públicos à criação de uma força-tarefa que resulte na inserção de políticas públicas que combatam o problema. Nesse fórum devem participar especialistas em doenças crônicas não transmissíveis. Um deles é o renomado médico Alberto Barceló, assessor regional sobre a diabetes na Organização de Saúde / Organização Mundial de Saúde Panamericana.

SAOS - Caracteriza-se pela interrupção do fluxo aéreo decorrente do colapso inspiratório durante o sono, seguida de queda da saturação arterial de oxigênio, associados a sinais e sintomas clínicos.

A redução do fluxo aéreo pode ocorrer de forma parcial (hipopneia) ou completa (apneia), com duração variável de 10 segundos, acompanhada de aumento do esforço respiratório. As sucessivas interrupções da ventilação causam dessaturação da oxihemoglobina e hipercapnia, seguida de microdespertares para restauração da ventilação.

De acordo com a American Academy of Sleep Medicine, a prevalência da apneia do sono é de 4% entre homens e 2% entre as mulheres. No Brasil, estudo de base populacional, realizado em São Paulo, mostrou prevalência de apneia em 32,8%.

Consequências - Entre as consequências da doença estão alterações neuroendócrinas, cardiovasculares, sonolência diurna excessiva (SDE), má qualidade de sono, alterações neurocognitivas e de humor, que comprometem a qualidade de vida, além do aumento acidentes no trabalho e de trânsito.


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