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Terça-feira, 20 de fevereiro de 2018 12h28


AUDIÊNCIA PÚBLICA

Allan cobra estudos para debater desmatamento nas cabeceiras do Rio Cuiabá

Representantes do Ministério Público Estadual (MPE) também seguiram na mesma linha, durante audiência pública realizada na manhã dessa terça-feira (20), na ALMT.

TEO MENESES / Gabinete do deputado Prof. Allan Kardec



Foto: Karen Malagoli

O professor e deputado Allan Kardec (PT) cobrou nessa terça-feira (20) a realização de estudos técnicos para fundamentar o debate sobre a Mensagem do governo do estado de número 111/2017. Ela tenta liberar novos desmatamentos na Área de Proteção Ambiental (APA) do rio Cuiabá, criada em 1999.

Allan fez a cobrança durante audiência pública realizada pela manhã na Assembleia Legislativa. Representantes do Ministério Público Estadual (MPE), como o promotor Gerson Barbosa, também seguiram na mesma linha. Empresários e produtores rurais, como o ex-prefeito Devair Valim, de Nobres, defendem a proposta do governo. O ex-prefeito argumenta que isso não geraria impactos ambientais significativos e aumentaria a oportunidade de renda, através da plantação de grãos na área.

Novos desmatamentos são proibidos através do artigo 4°, inciso VIII da lei de número 7.161/1999, que criou a APA. Por isso, a Mensagem do Executivo tenta revogar apenas esse trecho do dispositivo através da mensagem enviada em 19 de dezembro passado.

“Ninguém em sã consciência é contra a geração de empregos, mas a questão é muito mais séria. Não podemos simplesmente liberar o desmatamento sem pensar nas consequências para depois avaliar como foi o impacto direto no Pantanal e, principalmente, nas cidades banhadas pelo rio Cuiabá”, afirmou Allan.

O promotor Gerson Barbosa alega que os estudos devem ser feitos previamente para, eventualmente, justificar qualquer mudança na legislação. “Se os estudos justificarem isso, a sociedade e os deputados vão concordar. Mas o que deve ficar claro é que a preservação ambiental é fundamental, inclusive para alavancarmos o turismo sustentável nessa região. Isso sim deveria ser a prioridade”, completa Allan.

Os defensores da mudança alegam ainda que a APA Estadual das Cabeceiras do Rio Cuiabá foi criada antes da Lei Federal 9.985 de 2000, que criou o Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Ela não proíbe o uso sustentável do meio ambiente nas áreas de proteção ambiental. A APA das Cabeceiras do Rio Cuiabá abrange 473,4 mil hectares. O desmatamento, as queimadas e a mineração industrial são os maiores riscos à preservação da área.

 


Gabinete do deputado Prof. Allan Kardec