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Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso


Quarta-feira, 9 de dezembro de 2015 16h53


FINANÇAS

Governo e Assembleia se unem pelo crescimento dos municípios

Se antes, ao invés de pagar imposto onde faziam negócios, bancos operavam em ‘paraísos fiscais’ dentro do Brasil, tendência agora pode ser de mudança

FERNANDO LEAL / ASSESSORIA DE GABINETE



Deputado Wagner Ramos com o secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques (Foto: Fernando Leal/Assessoria de Gabinete)

Uma reunião entre o segundo-secretário da Assembleia Legislativa, deputado Wagner Ramos (PR), e o secretário-chefe da Casa Civil do Governo do Estado, Paulo Taques, selou o início de um processo de cooperação mútua pela emancipação financeira dos municípios mato-grossenses. Considerada fundamental para esse processo, a Proposta de Emenda Constitucional 08/2015, está pronta e com parecer favorável para votação final pelos deputados.

Com ela, a partir da atualização do Artigo 152 da Constituição de Mato Grosso, o Estado poderá firmar convênios com os municípios e dar a eles a missão de prestar informações e reunir dados – em especial os relacionados com o trânsito de mercadorias ou produtos em suas respectivas regiões.

O objetivo é resguardar a entrada de tributos estaduais nos quais os municípios tenham participação. Por sua vez, o Estado deverá informar a eles os dados das operações com cartões de crédito e modelos similares, para fins de fiscalização e de recolhimento do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – o ISSQN, como está no Código Tributário Nacional.

Segundo Wagner, autor da PEC 08, com a alteração na Constituição, os municípios estarão aptos a firmar convênio com a Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) e receber informações sobre os valores decorrentes de todas as operações efetuadas em seu território, com cartões de crédito e débito.

“Também, de posse dos dados e com a análise do código tributário, cada município deverá preparar os parâmetros tributários para iniciar o processo de notificação e intimação dos estabelecimentos clandestinos. Nesse estágio, serão apresentados documentos e as informações processadas, além da criação de banco de dados próprios e outras ações”, explicou o parlamentar.

Presente ao encontro entre Wagner e Paulo Taques, o jurista Orivaldo Peres Bergas alertou que o direito dos municípios – de exigir o ISS sobre os valores dos serviços prestados na cobrança das contas de terceiros sediados em seu território, é matéria há muito “pacificada” pelo Superior Tribunal de Justiça, desde o tempo da vigência do Decreto-Lei nº 406/68.

“O exemplo mais recente, conhecido, é o caso do arrendamento mercantil decidido de forma definitiva pelo Supremo Tribunal Federal em 04/12/2009. Os bancos não pagavam o imposto no local em que realizavam os negócios, onde as alíquotas em geral são de 5%. Ao invés disso, operavam em ‘paraísos fiscais’ dentro do Brasil onde, sob o argumento do direito adquirido pelas instituições financeiras, a alíquota continuava irrisória”, alertou o professor Bergas.

Após a reunião e com material ilustrativo contendo a PEC 08 e outras peças, além de dados sobre procedimentos técnicos para a mudança legal no âmbito de governo e prefeituras, Paulo Taques garantiu encaminhar o processo internamente.

 


Gabinete do Deputado Wagner Ramos

Telefone: (65) 3313-6723


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