Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso

Brasão

Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso


Quinta-feira, 10 de novembro de 2016 16h38


IMPACTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS

Zeca Viana teme guerra fiscal e saída de empresas do Estado com reforma tributária

Deputado quer clareza nas propostas e discorda do aumento de impostos

JONAS DA SILVA / ASSESSORIA DE GABINETE



Dep. Zeca Viana (Foto: Marcos Lopes/ALMT)

O deputado Zeca Viana (PDT) teme que a proposta de reforma tributária a ser encaminhada para a Assembleia Legislativa pelo governo Pedro Taques (PSDB) provoque guerra fiscal com os estados de Goiás e Mato Grosso do Sul, em função das alíquotas de produtos a serem estabelecidas.

O deputado pede mais debates entre os parlamentares e empresários para ter mais clareza quanto às mudanças que serão feitas no ICMS. Ele já agendou uma reunião dia 17/11 (quinta-feira), no Poder Legislativo, com setores da produção agrícola, industrial e de comércio e serviços, a fim de debater o tema.

Atualmente há em Mato Grosso diversas formas de recolher o ICMS, com alíquotas que variam de 2% a 35%. A minuta do projeto de lei da reforma tributária pode ser encontrada no site da Secretaria de Fazenda (Sefaz), no endereço www.sefaz.mt.gov.br.

O parlamentar ainda ressalva que propostas feitas às pressas pelo Executivo podem prejudicar o ambiente de negócios e segurança jurídica quanto à política fiscal e, na prática, afugentar empresas, como já tem acontecido.

“As empresas menores, as tradings menores vão desaparecer tudo. Eu já tenho caso na minha cidade que tem empresa que mudou para Goiás, na divisa com Mato Grosso, e vão fazer comercialização lá e não aqui dentro do Estado”, exemplifica Zeca Viana.

“Será que ele (governador) quer acabar com o nosso agronegócio no estado. Vamos falar em milho, da forma que o governo quer tributar, só vão ficar as multinacionais comprando milho no Estado. Assim como outras empresas, que podem perder a competitividade com a reforma tributária”, afirma o deputado.

O deputado teme a falta de competitividade entre produtos de Mato Grosso e outros Estados. “Não é possível, por exemplo, a gente cobrar 12% no ICMS de milho aqui em Mato Grosso e Goiás e Mato Grosso do Sul cobrarem 3%”, compara.

“Nós vamos prejudicar os produtores daqui, que vão ficar limitados a vender para duas ou três empresas grandes. Querem tributar, elevar demais a pauta do gado, obrigando os pecuaristas a matarem aqui dentro e os frigoríficos vão deitar e rolar”, diz Zeca Viana.

A proposta do governo, que ainda não está em tramitação no Legislativo, teve consultoria para elaboração da Fundação Getúlio Vargas (FGV Projetos).

Debate e sugestões

O governo fez um calendário de reuniões com segmentos econômicos, cuja agenda começou semana passada. Os setores terão até o dia 15 de novembro para apresentar sugestões à proposta a ser enviada à Assembleia Legislativa.

A política de reforma tributária de Mato Grosso está inserida no contexto de maior arrecadação defendida pelo governo, diante do cenário de crise sempre anunciado pela equipe econômica de Taques.

Até agosto, a receita tributária do Estado somou R$ 6,349 bilhões, segundo Balanço Orçamentário da Sefaz publicado no “Diário Oficial do Estado”. Entre janeiro e agosto de 2015, a receita tributária totalizou R$ 5,953 bilhões, de acordo com a mesma Sefaz. Ou seja, foi ampliada em 6,6% sem descontar a inflação.

O governo informa que a liberação do auxílio financeiro para Fomento das Exportações (FEX) em 2016, no valor de 391,7 milhões, deve amenizar a falta de recursos para políticas públicas do Executivo.

Mas, as chamadas transferências correntes de verba da União no ano estão R$ 765,35 milhões menores até outubro do que o previsto. Isto é, mesmo com o aporte do FEX, o déficit das contas do governo no período é de R$ 373,65 milhões.


Gabinete do Deputado Zeca Viana

Telefone: (65) 3313-6603


Associadas


Imagens