Teatro Zulmira tem as paredes pintadas por artista renomado. (Foto: Angelo Varela/ALMT)

O artista plástico Adriano Figueiredo finaliza neste final de semana o seu trabalho em parceria com o Teatro do Cerrado Zulmira Canavarros. Dois painéis grandes, situados nas paredes que ladeiam a escadaria de acesso ao foyer, tornaram-se murais e passam a abrigar a obra do artista.

"Minha intenção é criar novas sensações para quem vem ao Zulmira Canavarros. Quero que as pessoas se apropriem e vivam a minha arte", diz Adriano, um inquieto artista cuiabano, cuja criação vem aflorando quase sempre com essa proposta aqui definida. "Nem sempre a gente consegue, mas a intenção é essa, de impactar as pessoas e causar boa energia", relatou.

Há poucos dias, Adriano recebeu uma ligação de Fernando Martins, diretor geral do Teatro Zulmira. O assunto em pauta era essa parceria, porém a administração do teatro não dispõe de recursos para pagar os artistas. Adriano topou praticamente de imediato, pois sabia do alcance da proposta e tinha consciência que a empreitada cultural geraria interesse da parte de seu patrocinador. E assim aconteceu.

"O teatro é um espaço que vem abrigando várias manifestações artísticas e muita diversidade. Achamos interessante trazer, também, para dentro da arquitetura do teatro as artes plásticas da terra", explica Fernando Martins. Ele disse ainda que o teatro está aberto a participação de outros artistas plásticos e que essa iniciativa é desenvolvida em conjunto com a Secretaria de Patrimônio da Assembleia Legislativa e segue orientações de profissionais que atuam na engenharia e na arquitetura da instituição.

 

Adriano começou sua trajetória como artista há aproximadamente quatro anos e está em franca ascensão. A força das suas cores e a sensualidade das formas que cria têm chamado a atenção do público em geral. É um artista ao qual cabe o rótulo de contemporâneo, pois não se restringe a suportes ou mídias únicas para descarregar sua verve, assim como, não consegue ostentar uma cabeça estacionária. "Hoje sou uma coisa, amanhã sou outra. Nunca sei pra onde vou", diz ele.

Pois é. Mas é certo que sua arte vem crescendo. E agora passa a estampar num dos principais espaços culturais de Mato Grosso, ocupando duas paredes grandes: uma em preto e branco (20 X 2,50 metros) e outra em cores (6,30 X 3,60).  O trabalho de preenchimento desses murais durou cerca de 30 horas ao longo de cinco dias e o artista recebeu total apoio da sua esposa e assessora Thatiana Takei.