“Coisas de meninas”, espetáculo de dança sob a direção de Rafael Cerigato. (Foto: Colégio Peninha Verde)

Na noite desta quarta-feira (18), às 20h, as jovens dançarinas do Colégio Peninha Verde sobem ao palco no Teatro do Cerrado Zulmira Canavarros para apresentar “Coisas de Meninas”, sob a direção-geral do bailarino e coreógrafo Rafael Cerigati.

O espetáculo, no qual cinquenta meninas entre três e dez anos, dançam balé e sapateado; foi concebido por Robson Oliveira, que também faz cenário e sonoplastia. A iluminação é do Francisco, os figurinos de Luciana Lins, bordados de Rosana Mendes e a costura da artista boliviana Maida Mariscal. “Ela olha os desenhos e faz, até melhor do que a gente pensou”, agradece o diretor.

A trilha sonora é fruto da minuciosa pesquisa realizada por Rafael Cerigato, baseada em clássicos da música erudita –  com destaque para a imortal valsa “A Bela Adormecida”, composta pelo célebre russo Piotr Ilitch Tchaickovisky (1840-1893) e peças jazzísticas dos anos 1920 – no estilo ‘Charleston’, dança surgida no pós Primeira Guerra, na cidade homônima, na Carolina do Sul (EUA), para divertimento dos cabarés, onde as mulheres dançavam e mostravam mais as pernas porque as saias eram mais curtas e tinham o cabelo à garçonne.

“Temos dificuldade por conta dos direitos autorais, então, procuro peças antigas e, na medida do possível,  desconhecidas do grande público”, explica Cerigato.

ARTE & EDUCAÇÃO – “Aprendi a valorizar o ser humano, não importa se a menina é gordinha, magrinha, se é coordenada ou descoordenada, importa se quer dançar; a segurança que essas crianças terão ao encarar a plateia do Teatro Zulmira Canavarros, elas terão daqui a alguns anos no vestibular, depois no trabalho e assim, espero, pela vida toda”, ensina o diretor.

Ensinamentos que ele aprendeu com a bailarina e coreógrafa Elka Victorina, com quem Rafael Cerigato deu os primeiros passos para a vida toda.

O DIRETOR – De ascendência italiana, Rafael Cerigato nasceu em São Bernardo do Campo (SP), onde a prima Márcia Helena Tonetto tem academia de dança – na qual o pai dele, Moacir, fazia os cenários e a mãe, Divina, dançava jazz. “Foi meu berço”, reconhece o artista.

Lá pelos idos de 1990, quando Rafael tinha oito anos de idade, a família chegou a Mato Grosso. Afora a arte, o pai Moacir também tinha mais conhecimentos e montou uma oficina de consertos eletrônicos, no bairro Araés, em Cuiabá.

“Aí, um dia, meu pai pegou um órgão eletrônico pra consertar, eu sentei e toquei ‘de ouvido’ o tema ‘Carruagens de Fogo’ e fui tocando, até que ele não aguentou mais ouvir a mesma música e me colocou na escola da Maísa Nogueira, lá no Araés”, recorda Cerigato.

“Depois, toquei na banda, na Igreja Nossa Senhora de Fátima e, daí, tive a oportunidade de acompanhar o trompetista ‘Juca de Mestre’, irmão do inesquecível João Batista de Jesus, o Bolinha do saxofone”, lembra o diretor.

Ainda na escola musical, Rafael Cerigato começou a cantar, e do canto à dança foi um pulo. Em 1995, os discípulos de Maísa Nogueira foram convidados para a “Semana Expressão”, evento realizado por um educandário no Ginásio da Lixeira.

“Depois que acabamos de cantar, entrou um grupo de dança, da Academia Arte Expressão, sob a direção da mestre Elka Victorina; eu me apaixonei, entrei lá, aprendi com ela e agora estou aqui, passando esse conhecimento pra frente”.

SERVIÇO

O QUE: “Coisas de meninas”, espetáculo de dança sob a direção de Rafael Cerigato

ONDE: Teatro do Cerrado Zulmira Canavarros

QUANDO: Nesta quarta-feira (18), às 20h

QUANTO: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia)

INGRESSOS: À entrada do espetáculo, na bilheteria do Teatro