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Quinta-feira, 29 de setembro de 2016 17h23


CONCERTO

Música com alcance cultural e social

Orquestra Sinfônica Ciranda Mundo e Assembleia Legislativa colhem frutos de uma parceria que está mostrando a que veio

LORENZO FALCÃO / ASSESSORA DO TEATRO ZULMIRA



Orquestra Sinfônica Ciranda Mundo se apresenta no Teatro Zulmira Canavarros (Foto: JLSiqueira/ALMT)
Muita expectativa e apreensão marcaram a véspera do concerto desta quarta-feira (28/09) no Teatro do Cerrado Zulmira Canavarros. E após essa ansiedade natural, a Orquestra Sinfônica Ciranda Mundo soube dar o seu recado, no palco.

Formada por professores e alunos do Instituto Ciranda, que completa 13 anos de trajetória em 2016, o concerto teve três protagonistas principais que, é correto dizer, são crias do Ciranda: o jovem maestro Abner Roa e os instrumentistas e compositores Jasson André e Augusto César. 

Enquanto os dois compositores tiveram estreias mundiais de obras suas, o maestro, pela primeira vez, recebeu a incumbência de organizar um programa inteiro, além da responsabilidade de comandar os bastidores da preparação de um concerto. 

"Eles foram colocados à prova dentro de um contexto responsável. Tinham plenas condições de contribuir e assim fizeram." A avaliação é do maestro e presidente do Ciranda, Murilo Alves, que chegou a Cuiabá há 35 anos e aqui sentiu um ambiente favorável para se iniciar e lapidar sua formação musical. 
Orquestra Sinfônica Ciranda Mundo se apresenta no Teatro Zulmira Canavarros (Foto: JLSiqueira/ALMT)

A Murilo cabe o rótulo de expoente forte da silenciosa revolução musical que anda acontecendo em Cuiabá e também em Mato Grosso. O Instituto Ciranda, por exemplo, tem mais de 1500 alunos espalhados em pólos situados em diferentes regiões do estado.

Os frutos dessa empreitada cultural vem sendo colhidos a cada ano e cada concerto, quando as novas gerações musicais mato-grossenses vão se consolidando e cristalizando. Pensando bem, uma orquestra que interpreta peças de musicistas que passaram por ela, ou a integram, tem mais é que comemorar.

"Já faz dois anos que comecei a compor, mas esta foi a primeira vez que escrevi uma peça para orquestra", explicou Augusto César, cuiabano de 24 anos, morador do CPA. Ele se confessou bastante apreensivo e, na quarta, durante o ensaio, andava pelo palco roendo as unhas. 

"Ourique", sua composição executada, combina o fado português com o rasqueado cuiabano. "Foi um longo trabalho de pesquisa compor essa fantasia". Augusto deve se formar Música na UFMT no ano que vem e, sobre sua peça, destaca que também procurou explorar toda a versatilidade do saxofone, o seu instrumento.

Abner Roa tem 27 anos e é natural de Corumbá (MS). Quer dizer, já é meio cuiabano, pois reside na Cidade Verde há mais de duas décadas. Está cursando o último semestre de Música na UFMT.

"Foram dois meses de preparação e um passo muito importante para a minha realização pessoal. Um aprendizado muito grande", ressaltou Abner, sobre o concerto de quarta-feira. 

Ele chamou a atenção para o fato de que conduziu a orquestra interpretando composições bem diferenciadas, desde aquelas com um nível mais elementar, até chegar a um nível de intensa complexidade artística. "É muito importante que Cuiabá atinja esse refinamento musical, tanto para os músicos da terra, quanto para o público", conclui Abner.
 

Jasson André tem 27 anos e reside em Várzea Grande há 24 anos, vindo de Jauru, pequeno município mato-grossense. "Ciranda Sax: Uma Fantasia em quatro momentos para saxofone e orquestra" é o nome da sua peça interpretada no concerto. Como se fosse uma homenagem ao quarteto Ciranda Sax, criado há dez anos no seio da Orquestra Ciranda Mundo. 

Ele é formado em música pela UFMT e tem mestrado também nessa instituição. Compõe há sete anos e a peça que estreou é o ápice da sua ainda curta trajetória de compositor. "É a minha Monalisa", compara Jasson. 

"Essa peça reúne todo meu conhecimento técnico como compositor e também todo o meu vocabulário musical", revela Jasson, saxofonista, que teve sua iniciação musical dentro de casa, com seu pai, saxofonista. O compositor é um entusiasta atento do atual momento da música regional: "Nosso cenário musical, hoje, é muito mais rico do que há dez anos atrás", sentencia Jasson, referendando a revolução musical instalada nestas paragens.

Pegada social

Questões musicais e artísticas à parte, é importante registrar que a parceria entre o Instituto Ciranda e a Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso, que já está em seu segundo ano, incide ainda no aspecto social. Em todos os concertos, o ingresso tem significado a arrecadação de alimentos não perecíveis que, posteriormente, são distribuídos pela Sala da Mulher à instituições filantrópicas. 

"Agradeço à Assmbleia Legislativa que, através da Sala da Mulher e da administração do Teatro Zulmira, tem somado conosco na construção de um futuro melhor e mais amplo por meio da música e da cidadania", finaliza Murilo Alves.

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