"Atravessando Fronteiras" - Encontro Internacional de Capoeiras (Foto: Marcos Lopes/ALMT)

Muito mais do que um evento focado na capoeira, quem compareceu ao “Atravessando Fronteiras”, no último sábado (30/07), no Teatro do Cerrado Zulmira Canavarros, presenciou várias manifestações que remetem às contribuições dos povos africanos à formação da cultura brasileira.

Organizado pelo Aruandê, grupo difusor da capoeira em várias cidades brasileiras e noutros países, como os Estados Unidos e o Canadá, o evento foi pontuado por uma bela diversidade de manifestações, extrapolando os movimentos e imagens espetaculares que a capoeira, em si, já resulta, através do domínio corporal que é evidente em seus “jogadores”, embalados pela percussão específica de seus instrumentos e pelas vozes e palmas.

Promovido pelo Aruandê e tendo à frente o Mestre Demétrios, o “Atravessando Fronteiras” contou com apoio da Assembleia Legislativa, por intermédio da Sala da Mulher e do Teatro Zulmira. Também arrecadou alimentos levados pelo público que compareceu, que serão destinados a instituições beneficentes. 

Na plateia, cerca de 400 pessoas e intensa movimentação, já que boa parte do público era formada por crianças e adolescentes. Gentes que não conseguem permanecer por muito tempo em estado contemplativo. Mas nem por isso a fluência das manifestações apresentadas se viu prejudicada. 

No palco, aliás, a movimentação foi o que não faltou. Atores de diferentes idades se alternavam em rodas de capoeira, apresentações de música e de dança, de siriri e manifestações rituais da capoeira como o maculelê e a puxada de rede, além da encenação teatral “Um turista no Brasil”.

Todas as manifestações eram curtas, o que propiciou uma interessante dinâmica ao evento. As rodas de capoeira e a troca de graduação foram um momento especial para os capoeiristas do Aruandê e seus familiares. Mas o evento, conforme já foi frisado aqui, foi muito além, com a participação do Tradição Atalaiense, grupo de siriri do Parque Atalaia; o grupo de dança afrodescendente Ayoluwa, a percussão de Josué Carvalho e a voz de Bia Borel, assim como o espetáculo teatral “Um turista no Brasil”.

"Em resumo, o Teatro Zulmira foi palco para um belo evento de capoeira. Uma capoeira bem representada, e muito bem acompanhada".