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Sexta-feira, 16 de agosto de 2019 09h43


Ficha Técnica: O Último Romântico - Lulu Santos

Luciano Campbell / Superintendência da Rádio Assembleia



TUDO PASSA - Recentemente, ao entrar numa padaria, encontrei uma pessoa que há muito tempo não via. Uma mulher que, em outros tempos, fez parte da minha família e com quem convivi bastante durante a infância. Conversamos um pouco e eu senti uma alegria enorme de vê-la ali, com o filho mais novo. Num determinado momento da conversa, ela apontou o menino, que comia um sanduíche, e disse: Tudo passa!, o que repetiu pouco tempo depois. Fazia tempo que eu não me sentia tão comovida com um encontro, a ponto de pensar nele durante alguns dias e até escrever sobre ele, como estou fazendo agora. Aquela mulher, que eu encontrei na padaria, sofreu um golpe muito pesado da vida. Perdeu um filho, e não deve haver dor pior que essa. E perdê-lo, em decorrência de um acidente, fez com que ela precisasse lidar com muitos sentimentos, principalmente a culpa. Eu a conheci naquele momento da vida dela e tinha a sensação de que ela seria, para sempre, a personificação do sofrimento. Mas a vida é boa e nada dura para sempre, inclusive as piores dores. Encontrá-la na padaria, depois de tantos anos, com o filho mais novo, reacendeu em mim o sentimento de esperança. Ao dizer que “Tudo passa”, ela trazia um sorriso no rosto e sensação de leveza. E todas essas sensações chegaram até mim a partir daquelas palavras, daquele abraço e do sorriso aberto. Apesar de todo sofrimento, a vida deu outras chances àquela mulher. Entre outras coisas, a vida deu a ela um outro filho, para amar, cuidar e viver o amor. Ela já não carrega o semblante cansado, arrasado, de quem deseja desistir de tudo. No dia em que encontrei aquela mulher, eu ouvi Como uma onda, do Lulu Santos, e a música fez ainda mais sentido. A gente até sabe que “Tudo passa, tudo sempre passará”, mas algumas situações da vida podem nos fazer esquecer disso. A beleza está, realmente, em aceitar que “tudo muda o tempo todo no mundo” e saber viver com as mudanças. Não há como prever, não há como voltar no tempo, mas “há tanta vida lá fora, aqui dentro, sempre, como uma onda no mar”.

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