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Sexta-feira, 8 de março de 2024 15h18


PORTÃO DO INFERNO

Estudos técnicos para recuperação da MT-251 ainda estão em andamento, diz Sinfra

A informação foi repassada em audiência pública da ALMT nesta quinta (7)

ROBSON FRAGA / Gabinete do deputado Wilson Santos



Foto: Ronaldo Mazza

A secretária-adjunta de Sinfra-MT, Nívea Calzolari, ouviu atentamente as reclamações de moradores, empresários, guias turísticos e autoridades da Chapada dos Guimarães (65 km de Cuiabá), durante audiência pública realizada na noite desta quinta-feira (7), na Câmara Municipal. Encontro requerido pelo deputado estadual Wilson Santos, vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente Recurso Hídricos e Minerais da Assembleia Legislativa de Mato Grosso.

A população reclama do fechamento parcial da MT-251, Rodovia Emanuel Pinheiro, no trecho conhecido como Portão do Inferno, o que traria prejuízos ao comércio e ao turismo do município pela diminuição do fluxo de visitantes, dificuldade no escoamento da produção da agricultura familiar e não há tráfego de usuários da rodovia nos dois sentidos, inclusive de universitários que estudam na capital do estado.

Desde o início do período das chuvas, o local tem sofrido com penetração de rochas e movimento de pedras que se desprendem do paredão no local. O que, segundo a Sinfra, coloca em risco o tráfego de veículos pelo local.

Como medida inicial, a Secretaria instalou telas de contenção ao longo do trecho com mais críticas de penetração e restrição ao tráfego de veículos de até 2 toneladas. Isso, quando não está chovendo, momentos em que a interdição é total.

“Essas são medidas emergenciais. As telas são capazes de conter pedras de até 10, 15 toneladas para que não atinjam a pista. A medida já se mostrou eficiente em várias partes do país, como em São Paulo. Também estamos retirando várias pedras sob risco de queda. Estamos monitorando toda a região e fazendo estudos técnicos para chegarmos a uma solução definitiva. Já ficou comprovado que há infiltração de água nas rochas, inclusive na parte inferior do viaduto do paredão do inferno. Existe risco de entrega de rochas e desmoronamento. Limitamos o tráfego para colocar em risco a vida das pessoas”, disse a secretária.

“Estamos ilhados na Chapada, não conseguimos sair ou entrar livremente na cidade. A Chapada já virou chacota em todo o país, o que afasta os turistas que têm medo de passar pelo portão do inferno e não vêm da nossa cidade. Já perdemos mais de 80% do fluxo de turistas e estamos demitindo funcionários de todos os setores. Já tive que dispensar três funcionárias”, disse a dona de uma pousada que tem 25 apartamentos cuja lotação não conseguiu chegar a 20%. Queremos a volta dos nossos turistas e da nossa economia ou vamos falhar”, disse uma empresária do ramo da hotelaria.

O engenheiro Wilson Conciani, contratado pela Sinfra, fez uma apresentação audiovisual mostrando os resultados dos estudos preliminares. A apresentação mostra rachaduras e buracos internos nas rochas por onde corre a água das chuvas, desmoronamento do piso que sustenta o viaduto e grande quantidade de água em um dos lados de sustentação. Imagens feitas através de tomógrafos especiais que “dão uma visão do todo”.

“Assim a gente tem informações sobre todo o maciço de rochas e não apenas de pontos específicos, o que nos permite tomar decisões mais acertadas. Existem muitas soluções possíveis, qual a Sinfra vai escolher depende dos impactos sociais e das capacidades técnicas e econômicas. Entre elas, a continuidade da colocação de telas de contenção; a construção de uma estrutura, tipo um túnel falso, que impede que possíveis possibilidades de atinjam os carros que estão passando por eles; uma ponte sobre o precipício deixando o trânsito livre ou ainda, túneis curtos reais, de até 80 metros, através das rochas para que a gente saia da região de risco”, explicou.

O geólogo Caiubi Kuhn, discorda que você está tendo penetração de rochas sob o viaduto do portão do inferno. Segundo ele, as placas estão “equilibradas” e não há risco de desmoronamento do viaduto. A transmissão captada pela tomografia seria uma movimentação normal.

“Do ponto de vista geológico, existe na parte de baixo do pontilhão um processo de desprendimento de blocos. Porém, quando se olha o pontilhão em si, não há indicativo de que você esteja fazendo a entrega da ponte em si. Temos que entender que esses blocos têm uma continuidade lateral horizontal que acaba funcionando como uma sapata, uma parte plana que segura as unidades. É lógico que precisa ser monitorado, mas hoje, naquele local não existe indicativo de que a movimentação geológica esteja afetando o pontilhão”, explicou.

“Vejo que a solução hoje, é encerrar as ações emergenciais que estão sendo feitas e liberar as duas pistas da MT-251; não tem outro caminho. Qualquer medida mais complexa vai levar 1, 2 anos, e a população da Chapada não pode esperar. Não há justificativa para manter um siga e pare após a instalação das medidas emergenciais”, completou.

Aline Assunção, representante da Associação de Guias e Condutores de Chapada dos Guimarães, transmitiu às autoridades um abaixo enviado pedido de abertura da MT-251 e uma série e medidas, como a instalação de balanças para que veículos maiores, a exemplo dos ônibus, possam voltar a trafegar na rodovia, melhorando assim a logística para os estudantes do município, que precisam se deslocar para Cuiabá para cursos de formação superior.

O deputado Wilson Santos cobrou da Sinfra uma solução definitiva para o problema.

“Nosso objetivo aqui era ouvir a população e os técnicos do governo e sair com uma solução. No entanto, fomos informados pela secretária Nívea Calzolari, que gentilmente compareceu a esta audiência, que apenas na próxima terça-feira (12), a Sinfra receberá os estudos finais que irão apontar algumas soluções para então decidir que a obra será feita e nesse prazo. Vamos aguardar e cobrar um cronograma oficial com início, meio e fim das obras. Já marcamos nova audiência para 14 de abril, onde esperamos que esta resposta/projeto seja apresentada e já em execução. Até lá, espero que as medidas emergenciais funcionem e que o trânsito possa ser liberado o quanto antes”, afirmou o parlamentar.


Gabinete do deputado Wilson Santos

Telefone: (65) 3313-6420