Foto: Felipe Okamura / Assessoria de Gabinete

Em primeira reunião externa realizada no município de Campinápolis, nesta segunda-feira (9), a CPI do Leite, Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga possíveis infrações de ordem econômica na cadeia produtiva do leite e seus derivados em Mato Grosso, ouviu produtores e representantes da indústria da região do Araguaia.

Para o presidente da comissão, deputado estadual Gilberto Cattani (PL), a reunião externa representou uma aproximação com os produtores que vivem no interior do Estado e que não podem estar indo pessoalmente para Assembleia Legislativa na capital para acompanhar os trabalhos.

“O produtor de leite trabalha 365 dias por ano, sem parar nem no natal. Então não tem como ele ir na Assembleia participar de uma oitiva, então trouxemos a CPI até ele. Ouvimos vários produtores, tivemos também depoimento de representantes da maior indústria que coleta leite”, disse o parlamentar.

O presidente da Cooperativa de Produtores de Leite de Campinápolis (CAMPILEITE), Jeovan Faria foi um dos representantes do setor ouvidos pelos deputados. Ele também se comprometeu a entregar documentos, sobre incentivos fiscais à Comissão.

“O representante da cooperativa que está presente em quatro municípios da região Araguaia respondeu questionamentos dos deputados e de alguns produtores. Tudo será utilizado para identificarmos a raiz do problema e para encontrarmos as soluções”, explicou Cattani.

Além do presidente da cooperativa, a Comissão composta pelo relator Carlos Avalone (PSDB) e o deputado membro Dr. Eugênio (PSB) também ouviu pequenos e médios produtores de leite, e advogados. 

Os representantes da CPI ainda aprovaram um requerimento de informação para a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), em relação as condições para aderir ao Prodeic (Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso), e outro para o Indea-MT (Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso), pedindo um relatório da evolução do rebanho da pecuária leiteira do Estado, dos últimos dez anos.

Um terceiro requerimento pedindo a convocação do matemático Antônio Luz, consultor técnico da FarSul (Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul), criador do Indíce do Leite Cru (ICL) no Rio Grande do Sul, também foi aprovado pelos parlamentares. 

“Queremos que ele nos ajude a explicar como podemos implantar isso em Mato Grosso. Um dos produtores que ouvimos hoje fez a prestação de contas e nos mostrou que tem o prejuízo de mais de 2 mil por mês. Isso somado a todo ano, ele precisa vender um bezerro para cobrir este prejuízo. O produtor tem que ter lucratividade em cima do leite e isso não está acontecendo. É isso que a CPI está apurando e vamos achar esta solução", disse Cattani.

Agenda - A próxima reunião da CPI está agendada para dia 18 de maio, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, ocasião em que serão ouvidos o superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) e o presidente da Associação dos Produtores de Leite do Estado de Mato Grosso (Aproleite-MT), Dolor de Figueiredo Neto. Uma segunda reunião externa, no município de Terra Nova do Norte também irá acontecer no dia 30 de maio.