Apesar de concordarem quanto à ilegitimidade da ação, os deputados estaduais de Mato Grosso estão dispostos a se unir para ajudar Cuiabá na empreitada de construir uma sede própria para a Câmara de Vereadores. O impasse criado há uma semana sobre a ocupação do antigo prédio da Assembléia Legislativa - se seria destinado a secretarias do governo do Estado ou à Câmara de Cuiabá - terminou pacificamente na manhã de sexta-feira (19), quando os vereadores deixaram o prédio invadido no dia anterior.

Em reunião com o prefeito Wilson Santos (PSDB), os deputados estaduais José Riva (PP) e Humberto Bosaipo (PFL) se comprometeram, em nome da Assembléia Legislativa, a colaborar com o projeto que será executado pela Prefeitura de Cuiabá com contrapartida do Poder Executivo Estadual. Em caso de complementação orçamentária, os parlamentares destinarão emendas feitas ao Orçamento do Estado para a finalização da obra. “O acordo é coerente e a decisão dos vereadores de deixarem o prédio foi sensata. A sociedade não pode aceitar a invasão, porque não é uma atitude correta. Os Poderes devem ser modelos de conduta”, destacou o primeiro secretário da AL, deputado José Riva.

Na próxima terça-feira (23), às 14:30, no Palácio Paiaguás, será feita uma reunião entre os vereadores, o governador e o prefeito Wilson Santos a fim de selar o acordo. Os parlamentares devem intermediar as conversações, já que se trata da antiga sede do Poder Legislativo Estadual.

Entretanto, os vereadores se dizem preocupados em relação à ocupação do Palácio Filinto Muller neste período. O legislativo municipal exige que o local não seja ocupado por ninguém até que saia uma decisão oficial sobre a construção da sede própria para a Câmara Municipal.

“Foi Uma ação equivocada, sem qualquer justificativa. Agora vamos nos unir para que tudo seja resolvido o mais rápido possível”, ponderou o deputado estadual Humberto Bosaipo.

O procurador da Assembléia Legislativa, Anderson Godoi pondera que nenhuma medida será tomada uma vez que na Casa ainda funcionam 21 departamentos e secretarias da Assembléia Legislativa que ainda não foram transferidas para o novo prédio. “Temos aqui documentos de uso e poder exclusivo da Assembléia Legislativa e que estão sendo transportados cuidadosamente para a nova sede da Assembléia. Não podemos admitir a possibilidade de, em meio a confusão, haver qualquer extravio ou perda. Além do que temos servidores trabalhando normalmente aqui”, ponderou Anderson.

Com a mudança da AL para o Centro Político Administrativo, o Estado planejava instalar na antiga sede as Secretarias de Estado de Cultura, de Esporte e Lazer e Turismo. Ontem, o governo registrou queixa na polícia sobre a ocupação do prédio público e pediu a reintegração de posse. O deputado José Riva garantiu que não será dado qualquer desdobramento para o caso, em termos judiciais. “Esperamos que situações assim não se repitam”, disse o primeiro-secretário.

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