A Assembléia Legislativa abriu oficialmente nesta terça-feira (7) as comemorações ao Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta quarta-feira 08. A Sala da Mulher, coordenada por Roseli Barbosa, em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde, Comitê de Combate a Mortalidade materno-infantil e Núcleo de Estudos da Mulher da UFMT (Nuepom) levaram as mulheres e homens presentes ao auditório II da Casa, a uma reflexão sobre o histórico da luta feminina pelos espaços no mercado de trabalho e no poder político.

A violência contra elas, a saúde, os debates, as conquistas, avanços, as diferenças raciais que se impõem ao gênero, e as necessidades de igualdade com os homens também permearam os debates.

Na primeira palestra da tarde, a representante do Nuepom, Madalena Rodrigues, fez uma reflexão histórica dos avanços conquistados por elas deste o ano de 1975, quando da realização da I Conferência sobre a Mulher realizada no México, os presentes se comprometiam a implementar além de discussões políticas de acesso à elas. Segundo ela, um estudo realizado em 2005 - quando outras três conferências já haviam sido realizadas, mostrou que mesmo com a conquista de espaços no mercado de trabalho, na política e em suas liberdades pessoais, não houve avanço se considerado as decisões a partir da primeira conferência em 1975.

Ainda de acordo com a pesquisadora, segundo a ONU, se os avanços se derem no mesmo ritmo em que se deu deste então até agora, serão necessários 400 anos para que as mulheres estejam em pé de igualdade com os homens, no âmbito geral. No espaço decisório do poder, ou seja, na política, se mantido o ritmo atual de avanço da participação feminina serão necessários 70 anos para que a igualdade aconteça.

Num tom que sempre marcou o 8 de marco, a professora também reivindicou da classe política a aprovação do Projeto de Lei 4579/04 que tramita no Congresso Nacional e que vai punir com mais rigor os agressores de mulheres. “É importante essa aprovação porque hoje os companheiros e maridos são os maiores agressores e infelizmente a mão que afaga e a boca que beija são as mesmas que batem e xingam”, disse. Já coordenadora da sala da Mulher, Roseli Barbosa, citou que só em Cuiabá são 4,4 agressões ou mortes de mulheres diariamente.

A segunda palestra foi proferida pela presidente da Comissão da OAB Mulher e teve o tema “Efetividade dos Aspectos Jurídicos na Perspectiva de Gênero”. O médico ginecologista e sexólogo Walter Esteves Lima encerrou a tarde com o tema: “Sexualidade Mitos e Verdades”.

A programação da Sala da Mulher da AL segue a agenda única da cidade. Amanhã a programação é em parceria com a BPW Cuiabá com o seminário Mulher Ativa e Empreendedora. Às 19:30 a coordenadora da Sala, Roseli Barbosa será homenageada pela associação de mulheres empreenderas, com o título de mérito BPW, concedido anualmente a mulheres que têm ações de reflexos positivos na sociedade.

No dia 9, a partir das 14 horas a programação retorna ao Auditório da AL. Tem palestra cênica com música, poesia e teatro que encenam a realidade da mulher dividida entre as suas várias atividades na sociedade contemporânea. A apresentação será feira pelo Grupo Ânima e tem o tema “A mulher é”.

Em seguida tem palestra com o tema “Envelhecimento da pele: como prevenir”, com Eleacy Jaudy. Na mesma tarde tem abertura da exposição Mulheres Mato-grossenses e que Mulheres, que fica nos Saguão até 16 de março. Ela retrata a história de 33 mulheres consideradas pioneiras nas suas atividades e é produzida anualmente pelo Instituto Memória da AL.

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