Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso

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Terça-feira, 16 de setembro de 2003 11h21


A PROPOSTA DE UMA FóRMULA PARA SELAR A PAZ ENTRE PRODUTORES RURAIS E INDíGENAS DE PRIMAVERA DO LESTE (DISTANTE 239 QUILôMETROS DE CUIABá) FOI COLOCADA NA MESA ENTRE REPRESENTANTES DOS PRIMEIROS E A PRESIDêNCIA DA ASSEMBLéIA LEGISLATIVA. O CENTRO DA QUESTãO é A TENTATIVA DE EXPANSãO DOS 100 MIL HECTARES DA RESERVA INDíGENA DO SANGRADOURO, NAQUELE MUNICíPIO...

Aliança pretende equipar índios e evitar conflitos

Para produtores rurais, solução estaria na união entre eles, Assembléia e governo, estimulando parcerias inclusive tecnológicas para indígenas

FERNANDO LEAL / SECRETARIA DE IMPRENSA



A proposta de uma fórmula simples para selar a paz entre produtores rurais e indígenas de Primavera do Leste (distante 239 quilômetros de Cuiabá) foi colocada na mesa entre representantes dos primeiros e a presidência da Assembléia Legislativa. O centro da questão é a tentativa de expansão dos 100 mil hectares da Reserva Indígena do Sangradouro, em Mata Grande, naquele município.

A área é ocupada por cerca de 800 índios - média de 125 hectares para cada um. As terras em torno da reserva são produtivas, somam 600 mil hectares e já foram palco de conflito entre produtores e os indígenas, que teriam sido induzidos ao confronto.

Por conta disso, produtores de Primavera pediram à Assembléia o estabelecimento de uma política definitiva em torno das reservas indígenas de Mato Grosso. Eles apontaram para as dificuldades existentes entre o progresso e a qualidade de vida dos índios, alertando que todas as áreas produtivas estão ocupadas.

O advogado Luiz Carlos da Silva Lima - um dos representantes da categoria - disse que o Governo do Estado chegou a “abafar” um possível insurgimento da parte dos indígenas fazendo parcerias. “Por isso, estamos vindo à Assembléia. Os produtores querem conter a tentativa de expansão das reservas indígenas. Também, há anseios entre eles e os índios na realização de parcerias com o propósito de promoverem melhoria de vida destes últimos”, esclareceu Silva Lima.

Para o presidente do Legislativo, deputado José Riva (PTB), a situação não está afeita apenas àquele município, mas extensiva a todo o Estado. “A preocupação de Primavera é pertinente. Vamos chamar essa discussão para a Assembléia, que precisa assumir uma postura em relação a isso e, inclusive, cobrar uma posição das demais autoridades”, garantiu o parlamentar. Ele observou, ainda, que os produtores estão em estado de angústia por verem as reservas indígenas ampliadas em cima das áreas que já estão produzindo. “A tendência lógica é entrarem em desespero”.

Ao término do encontro, Riva definiu as ações a serem desenvolvidas: “Vamos formar uma equipe de estudos para atuar com os produtores, no sentido de respaldá-los e de dar apoio até para evitar um conflito maior”. A intenção é que a Assembléia participe apoiando ações na busca de melhorias da qualidade de vida dos indígenas, inclusive com parcerias tecnológicas.

Segundo Silva Lima, o fato de o Legislativo ser fiscal do orçamento e o governo ter demonstrado boa vontade em fazer já é um grande avanço. Essa parte da ‘receita’ seria acrescida da participação dos produtores - entrando com recursos para a logística. Assim, os índios seriam beneficiados no trabalho e com a tecnologia, e iriam desenvolver atividades para as quais teriam vocação.

“Primavera dá, hoje, ao mundo, um exemplo na produção de soja e de algodão, e os índios querem a oportunidade de produzir. Assim, os produtores darão as mãos a eles, o governo entra com sua logística e a Assembléia com seu ‘império político’ para que os índios possam ter a oportunidade de conquistar a entidade produtiva e sua associação”, sugeriu o advogado.

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