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Quinta-feira, 15 de maio de 2003 18h56


O PRIMEIRO-VICE-PRESIDENTE, DEPUTADO HERMíNIO J. BARRETO (PL), REAPRESENTOU O PROJETO DE LEI QUE OBRIGA A SECRETARIA DE ESTADO DE SAúDE A PROVIDENCIAR EXAMES DE AUDIçãO EM RECéM-NASCIDOS NOS POSTOS DE SAúDE E HOSPITAIS. OS TESTES PODEM REVELAR DOENçAS NUM ESTáGIO PRECOCE, FATO QUE FACILITA O TRATAMENTO...

Barreto propõe projeto para exame de surdez

Meta é promover o diagnóstico precoce nos recém-nascidos pela rede pública

SECRETARIA DE IMPRENSA / ALMT



Assim como o exame Fenilcetonúria, ou teste do pezinho, comumente conhecido, feito em recém-nascidos pode revelar doenças num estágio precoce, fato que facilita o tratamento, a triagem auditiva por meio do exame de Emissões Otoacústicas Evocadas também proporciona ao bebê um desenvolvimento normal, se tratado a tempo.

Com base nesse princípio, o primeiro-vice-presidente, deputado Hermínio J. Barreto (PL) reapresentou o Projeto de Lei que obriga a Secretaria de Estado de Saúde a providenciar exames de audição em recém-nascidos nos Postos de Saúde e Hospitais do Estado.

“Nossa proposta, que já foi apresentada no ano passado, deve ser considerada, uma vez que irá proporcionar aos bebês que estiverem em acompanhamento de puericultura na rede pública exames de audição para o diagnóstico de capacidade auditiva”, justificou hoje o parlamentar.

Conforme estudos realizados pela Conferência da Associação Americana para o Desenvolvimento da Ciência, 90% das crianças surdas ou com deficiência auditiva podem desenvolver linguagem normal se sua capacidade for descoberta durante os seis primeiros meses de vida e se forem tomadas providências para ajudá-las.

Desse patamar, apenas 25% das crianças que tiverem esta deficiência descoberta após os seis meses de vida conseguiram desenvolver linguagem normal. “São essas fatalidades que estamos tentando evitar”, lamentou Barreto.

O estudo revela ainda que as crianças que tiveram o problema de surdez detectado antes dos seis meses de vida, têm um vocabulário expressivo aos três anos, em comparação com aqueles que tiveram a confirmação após esse período.

Para a professora de Audiologia do Afirmativo e fonoaudióloga da Fundação Centro de Reabilitação Dom Aquino Correa e Clínica de Triagem Auditiva (CTA), Janete Barzotto a proposição é viável. “É muito mais barato o processo de triagem que o tratamento”, argumentou.

Em Mato Grosso, a CTA é a única clínica que possui o aparelho para realizar o exame, que custa R$ 80. “O exame é feito no próprio berçário em sono natural, de preferência no segundo ou terceiro dia de vida”, explicou a fonoaudióloga, ao acrescentar que nenhum plano de saúde do Estado oferece a cobertura do exame.

Ao apresentar novamente o Projeto de Lei, J. Barreto solicitou empenho do colegiado para reforçar o pedido de aprovação da proposta. “Vamos discutir a importância do projeto com todos os segmentos envolvidos”, concluiu.

Para a comerciária Elizabeth Pereira, que descobriu o problema na sua filha aos dois anos de idade, fato que ocasionou surdez total em um dos ouvidos, a idéia é muito boa. “Sei bem o que é isso. Ter uma filha que, por falta de orientação e diagnóstico precoce acabou tendo lesão irreversível e hoje, depende de um tratamento muito mais caro”, desabafou.

Problemas auditivos

Qualquer recém-nascido pode apresentar um problema auditivo ao nascimento ou adquiri-lo nos primeiros anos de vida. Isso pode ocorrer mesmo que não haja caso de surdez na família ou fatores de riso aparentes.

As Emissões Otoacústicas

É o mais recente método para identificação de perdas auditivas em neonatos. São sons provenientes da cóclea, órgão sensorial responsável pela audição, após a apresentação de um estímulo sonoro.

O método não tem como objetivo quantificar a deficiência auditiva, porém detectada a sua ocorrência, visto que as emissões otoacústicas estão presentes em todas as orelhas funcionalmente normais.

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