“De acordo com dados divulgados no mundo, o álcool é a mais perigosa das drogas, responsável por 90% das internações em hospitais neuropsiquiátricos, 45% dos acidentes com jovens entre 13 e 19 anos e por 65% dos acidentes fatais. Além disso, é a porta de entrada para outras drogas”. A afirmativa que reforça um alerta nacional feito recentemente em telenovela da Rede Globo, é do deputado estadual Hermínio Barreto (PL), que quer instituir, em Mato Grosso o Programa de Prevenção e Conscientização do Alcoolismo Juvenil.

“A Organização Mundial de Saúde considerada o alcoolismo como a doença que mais mata no mundo, sendo responsável por pelo menos outros 350 tipos de doenças físicas ou psíquicas. Além disso, a adolescência é o período em que a maioria experimenta a bebida pela primeira vez. Por isso, proponho que o governo, por meio das escolas, faça um amplo trabalho de prevenção exatamente nesta etapa da vida do adolescente”, explicou.

Segundo Barreto, dados do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas (Cebrido) mostram que de 15.503 estudantes entrevistados nas capitais do país, 53,2% consomem álcool e 6% são dependentes. O mais agravante é que depois de beber, 11% se envolvem em brigas e 19% faltam à escola. “É a síndrome do dia posterior, a chamada ressaca que acaba causando grandes perdas para o estudante e para o ser humano”, lamentou.

Ele citou ainda outra pesquisa do mesmo Centro, divulgada recentemente no Jornal Folha de São Paulo, que apontou que a faixa etária que apresenta maior índice de dependência alcoólica entre homens, com 18,2%, é de 18 a 24 anos. “Essa é a idade em que o jovem vê menos risco em tomar um ou dois goles”.

É para evitar essa fase que o deputado está propondo o programa. Ele visa oferecer treinamento de forma ampla e contínua aos professores das redes pública e privada, do ensino médio para que atuem como agentes, visando a prevenção do alcoolismo juvenil. Para isso, o governo fica autorizado a celebrar convênio com instituições públicas e privadas que desenvolvam atividades teóricas e práticas, culturais e/ou educacionais que previnam o alcoolismo.

“Temos a cultura do encontro regado a bebidas e é preciso chamar a atenção do jovem do ensino médio, que vai passar para a fase de 18 a 24, na qual se bebe mais, de que essa é uma cultura leva a fatores negativos em sua vida. Precisamos criar novas mentalidades, para as quais as pessoas, e não a bebida, seja o grande motivo do encontro”, disse Barreto.

Ao justificar o seu projeto, o deputado chamou a atenção, também para a presente ligação entre álcool, drogas e violência. “Aliados ao uso do álcool estão a violência, estupros, acidente, desajustes familiares. Precisamos lançar mão de mecanismos que atuem diretamente na preparação destes fatores com a comunicação em suas mais variadas formas, num processo contínuo de disseminação do saber e durante o ensino médio, fase em que a onda ainda não pegou o jovem e os danos, na maioria dos casos, ainda não ocorreram”, finalizou.

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