A criação de empresas mistas deve ser a solução para a regularização definitiva da distribuição do gás boliviano em Mato Grosso. A decisão foi analisada hoje (13), durante uma reunião entre setores do Governo, Legislativo e empresários do ramo dos combustíveis e deve sair ainda no próximo semestre. A comercialização do produto depende da consolidação de uma parceria entre o Governo e o empresariado, que vêm discutindo a responsabilidade pelo investimento de R$ 30 milhões no setor.

Desde o ano passado, em Cuiabá, o gás boliviano de Santa Cruz de La Sierra, que chega ao Estado, por meio de tubulações de 18 pelegadas de diâmetros com capacidade de 7,5 milhões metros cúbicos dia, está com uma demanda de 700 milhões nos reservatórios da Usina Termoelétrica de Cuaibá. O presidente da Federação Mato-grossense das Indústrias (Fiemt), Alexandre Furlan disse que alertou o ex-governador Dante de Oliveira (PSDB) sobre as adequações que teriam de ser feitas no projeto que viabilizou a entrada gás no Estado.

Segundo ele, o Governo aprovou o projeto do gás no Estado, mas não seguiu as normas de distribuição usadas em mais de 20 estados brasileiro, que utilizam o gás em residências, hospitais, supermercados, hotéis, indústrias e postos de combustíveis.

O presidente da Ager, Odair da Silva Leite afirmou que está com uma proposta que deve ser encaminhada ao atual governador Rogério Salles (PSDB) que pediu a regularização da distribuição do gás ainda para o próximo semestre. De acordo com Odair da Silva, independente do modelo que será apresentado pelas partes interessadas, a Ager que é vinculada ao Governo, manterá seu papel de fiscalizadora e controladora dos serviços prestados à população, pela provável empresa mista.

A reunião teve a articulação do presidente da Assembléia Legislativa e vice-governador de Mato Grosso, deputado Humberto Bosaipo (PL) que defendeu agilidade por parte dos órgãos envolvidos para tornar viável a entrada do produto no mercado.

“Acredito que devemos chegar a um consenso sobre o gerenciamento do gás em Mato Grosso, um dos Estados com grande potencial econômico no país”, disse Bosaipo. O secretário de Indústria Comércio e Mineração, Ricardo Corrêa afirmou que a comercialização do gás é uma das prioridades do Governo Rogério Salles. Ele prometeu empenho para solucionar o impasse sem que a decisão de uma parceria com empresas mistas resulte em aumento de recursos públicos pelo Executivo que, na observação de Ricardo Corrêa passaria por dificuldades de investir no ramo. Ele propôs que os empresários interessados assumam os gastos de R$ 30 milhões e deixem a contra-partida de uma possível concessão para o Governo.

Secretaria de Imprensa
Sid Carneiro
Em:13/06/2002