Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso

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Sexta-feira, 5 de novembro de 2004 17h49


A CRISE DA áGUA NO MUNDO é UM DOS PROBLEMAS QUE MAIS AFETAM A SOBREVIVêNCIA DA HUMANIDADE. E SEGUNDO DECLARAçõES DO DIRETOR-GERAL DA UNESCO, KOICHIRO MATSSURA, FEITAS EM PARIS NO MêS DE MARçO DE 2003, DURANTE O LANçAMENTO DO RELATóRIO MUNDIAL DE RECURSOS HíDRICOS, NENHUMA REGIãO SERá POUPADA...

Crise mundial da água preocupa Bosaipo

Deputado apresenta Projeto de Resolução para criação de Frente Parlamentar Estadual pela Defesa da Água

ADEILDO LUCENA / SECRETARIA DE IMPRENSA



A crise da água no mundo é um dos problemas que mais afetam a sobrevivência da humanidade. E segundo declarações do diretor-geral da Unesco (órgão da ONU para educação, ciência e cultura), Koichiro Matssura, feitas em Paris no mês de março de 2003, durante o lançamento do Relatório Mundial de Recursos Hídricos, nenhuma região será poupada.

Segundo ele, nos próximos 20 anos, a previsão é de queda de um terço na média mundial de abastecimento por habitante.

Nem mesmo o Brasil, que detém 12% do total da água doce do planeta e é a maior reserva mundial, está fora dessa discussão. Muito pelo contrário, está no centro dela. E foi justamente essa questão que levou o deputado Humberto Bosaipo (sem partido) a apresentar na Assembléia Legislativa um projeto de resolução que dispõe sobre a criação de Frente Parlamentar Estadual pela Defesa da Água. Objetivo é elaborar políticas públicas para preservar os mananciais, garantindo a preservação de recursos hídricos e sua melhor utilização.

Conforme o projeto de resolução do deputado, a Frente será criada em caráter temporário, com duração até o dia 01 de dezembro de 2006. Caberá a ela promover seminários, fóruns, elaborar políticas públicas, fiscalizar as políticas públicas e elaborar projetos de lei que efetivem a defesa da água.

O projeto de Bosaipo prevê que a Frente será composta sempre que possível por um representante de cada partido político representado na Assembléia Legislativa e um integrante da Mesa Diretora. Porém, isso não impede a adesão de qualquer parlamentar que queira fazer parte da mesma.

Fica garantida também a participação popular, que será sempre garantida e exercida por representantes das entidades civis. As reuniões, de acordo com o projeto, serão sempre públicas, com os seus atos e deliberações divulgados com a utilização de todas as formas de publicidade à disposição da Asembléia Legislativa, em especial o Diário Oficial, a Tv e a Rádio Assembléia e Internet.

Na justificativa do projeto, o deputado Humberto Bosaipo observa que, para a população do país onde fica a bacia Amazônica e o Pantanal mato-grossense, talvez seja difícil ter a exata noção dos riscos que a anunciada escassez de água doce no planeta poderá trazer.

Ainda mais – ressalta o parlamentar – por causa da abundância que se encontra na superfície somando-se 70% do Aqüífero Guarani, o maior reservatório subterrâneo de água doce do mundo, com área de cerca de 1,2 milhão de quilômetros quadrados, equivalentes à dos territórios de Espanha, França e Inglaterra juntos.

“Os 30% restantes estão divididos entre Argentina, Paraguai e Uruguai”, explica o parlamentar.

No entanto, pergunta: “Será que o fato de ter todo esse suprimento em solo pátrio representa uma garantia para brasileiros?” Para Humberto Bosaipo, as aparências podem enganar, sobretudo pela maneira como essa riqueza vem sendo utilizada. “Se soubermos usar não vai faltar água nos próximos anos”, garante.

Porém, o deputado faz um alerta para o fato de que, se não houver mudanças na forma de consumir e administrar esse potencial e se o setor hídrico não receber mais atenção das autoridades, o Brasil poderá viver uma crise sem precedentes.

Humberto Bosaipo diz que o problema começa na grande quantidade água que é desperdiçada no país. Segundo ele, o índice de perda total de água tratada e injetada nas redes de distribuição varia de 40% a 60% no Brasil, devido, principalmente, às tubulações antigas, aos vazamentos e às ligações clandestinas (popularmente conhecidas como “gatos”). Enquanto isso, nos países desenvolvidos essa proporção não passa de 10%.

Mas, na avaliação do deputado, não são apenas os canais de abastecimento os responsáveis pela perda: a população não poupa o recurso como deveria.

Em seguida, Bosaipo cita que em Mato Grosso, é dado um destaque para a degradação do Rio Cuiabá, mas lembra que outros rios estaduais vêm sofrendo com impactos causados pela ocupação desenfreada de áreas para agricultura e pecuária. “Temos informações preocupantes sobre a situação dos rios Xingu, das Mortes e Tapirapé na região do Araguaia”, observa.

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