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Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso


Segunda-feira, 21 de março de 2005 17h54


Crise mundial preocupa população

Humberto Bosaipo quer a garantia da preservação dos recursos hídricos e a sua melhor aplicação

ADEILDO LUCENA / SECRETARIA DE IMPRENSA



Uma pesquisa inédita realizada pelo Ibope e pela organização WWF-Brasil revelou que os brasileiros se preocupam com o futuro do abastecimento de água no país. De acordo com a pesquisa, 80% dos entrevistados acreditam que o Brasil irá sofrer com problemas de água a médio ou longo prazo, mostrou o estudo divulgado no dia 10 deste mês de março. Esse número sobe para 94% entre os jovens.

Hoje, a crise de água no mundo, é um dos problemas que mais afetam a sobrevivência da humanidade. E segundo declarações do diretor-geral da Unesco (órgão da ONU para educação, ciência e cultura), Koichiro Matssura, feitas em Paris no mês de março de 2003, durante o lançamento do Relatório Mundial de Recursos Hídricos, nenhuma região será poupada. Segundo Matssura, nos próximos 20 anos, a previsão é de queda de um terço na média mundial de abastecimento por habitante.

Nem mesmo o Brasil que é a maior reserva mundial com 12% do total da água doce do planeta, está fora dessa discussão. E é justamente essa questão que está levando o deputado Humberto Bosaipo (PFL) a agilizar na Assembléia Legislativa a formação da Frente Parlamentar Estadual pela Defesa da Água. O parlamentar pefelista é o autor do projeto de resolução que dispõe sobre a criação de Frente Parlamentar Estadual pela Defesa da Água, com o objetivo de elaborar políticas públicas para preservar os mananciais, garantindo a preservação de recursos hídricos e sua melhor utilização.

Conforme o projeto, a Frente tem caráter temporário, com duração até o dia 01 de dezembro de 2006 e cabe a ela promover seminários, fóruns, elaborar políticas públicas, fiscalizar as políticas públicas e elaborar projetos de lei que efetivem a defesa da água.

Sobre o fato do Estado de Mato Grosso ficar localizado numa das regiões do mundo onde há maior abundância de água doce, Humberto Bosaipo observa que, para a população do país onde fica a bacia Amazônica e o Pantanal mato-grossense, talvez seja difícil ter a exata noção dos riscos que a anunciada escassez de água doce no planeta poderá trazer.

No entanto, pergunta: “Será que o fato de ter todo esse suprimento em solo pátrio representa uma garantia para brasileiros?” Para Humberto Bosaipo, as aparências podem enganar, sobretudo pela maneira como essa riqueza vem sendo utilizada. “Se soubermos usar não vai faltar água nos próximos anos”, garante. Porém, volta a alertar para o fato de que, se não houver mudanças na forma de consumir e administrar esse potencial e se não houver mais atenção das autoridades para com o setor hídrico, o Brasil poderá viver uma crise sem precedentes.

Na avaliação do deputado o problema começa na grande quantidade de água que é desperdiçada no país. Segundo ele, o índice de perda total de água tratada e injetada nas redes de distribuição varia de 40% a 60% no Brasil, devido, principalmente, às tubulações antigas, aos vazamentos e às ligações clandestinas (popularmente conhecidas como “gatos”). Enquanto isso, nos países desenvolvidos essa proporção não passa de 10%. Mas o desperdício não pára por aí. Não são apenas os canais de abastecimento os responsáveis pela perda. Para Bosaipo, a população não poupa a água como deveria.

Em Mato Grosso é dado um destaque para a degradação do Rio Cuiabá. Porém, Bosaipo lembra que outros rios estaduais vêm sofrendo com impactos causados pela ocupação desenfreada de áreas para agricultura e pecuária. “Temos informações preocupantes sobre a situação dos rios Xingu, das Mortes e Tapirapé na região do Araguaia”, revela o parlamentar.

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