Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso

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Quarta-feira, 23 de agosto de 2006 17h19


A UTILIZAçãO DOS AGROTóXICOS EM MATO GROSSO é O TEMA DA PRIMEIRA DISCUSSãO DA CâMARA SETORIAL TEMáTICA (CST) DA ASSEMBLéIA LEGISLATIVA. O OBJETIVO DO EVENTO é DIAGNOSTICAR, ANALISAR E SUGERIR AçõES PARA DIRIMIR QUESTõES RELACIONADAS AO USO, TIPOS, MARCA, COMPOSIçãO QUíMICA, DESTINO DE EMBALAGENS, ENFIM, TUDO REFERENTE AOS AGROTóXICOS NO ESTADO. PARA O PRESIDENTE DA CST, JOSé LACERDA, O USO DESCONTROLADO, A PROPAGANDA MASSIVA, O MEDO DE PERDA DE PRODUTIVIDADE DA SAFRA, A CULTURA DO “FRUTO BONITO é AQUELE QUE AS PESSOAS GOSTAM DE COMPRAR”, A NãO UTILIZAçãO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEçãO E O POUCO CONHECIMENTO DOS RISCOS, SãO ALGUNS DOS RESPONSáVEIS PELA INTOXICAçãO DOS TRABALHADORES RURAIS...

CST debate uso adequado de agrotóxicos

A discussão tem por objetivo diagnosticar, analisar e sugerir questões relacionadas ao produto nocivo a saúde humana

JOSÉ LUIS LARANJA / SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO



A utilização dos agrotóxicos em Mato Grosso é o tema da primeira discussão da Câmara Setorial Temática (CST) da Assembléia Legislativa. O objetivo do evento é diagnosticar, analisar e sugerir ações para dirimir questões relacionadas ao uso, tipos, marca, composição química, destino de embalagens, enfim, tudo referente aos agrotóxicos no Estado.

Para o presidente da CST, José Lacerda, o uso descontrolado, a propaganda massiva, o medo de perda de produtividade da safra, a cultura do “fruto bonito é aquele que as pessoas gostam de comprar”, a não utilização de equipamentos de proteção e o pouco conhecimento dos riscos, são alguns dos responsáveis pela intoxicação dos trabalhadores rurais.

“Vários estudos feitos com trabalhadores demonstraram que há relação entre a exposição crônica a agrotóxicos e doenças, principalmente do sistema nervoso. Além disso, também ocorrem episódios de intoxicação aguda, colocando em risco a vida dos trabalhadores rurais, por isso, a Câmara Setorial é para buscar alternativas para conter esses problemas”, destacou Lacerda.

De acordo com diagnósticos da Associação Brasileira de Horticultura (ABH), Mato Grosso é um dos principais consumidores de agrotóxicos do país, mas, em compensação, é também detentor de um dos mais altos índices de devolução de embalagens vazias. Somente no primeiro semestre de 2005, o Estado disputou a primeira colocação com o Paraná. Porém, de acordo com as últimas estatísticas do coordenador do recebimento de embalagens vazias, o Inpev, assumiu a liderança.

Em setembro foram entregues 314.410 lavadas e 17.910 contaminadas, totalizando 332.320 embalagens. Já o Paraná, entregou 265.924. No entanto, nos próximos meses a entrega de embalagens deve cair, devido à redução das áreas de plantio de algumas regiões do país, inclusive em Mato Grosso, por causa da crise que afeta a agricultura.

Recentemente, o deputado Naildo Lopes (PV) apresentou projeto de lei para as precauções dos agrotóxicos. “Entre os herbicidas o que tem se mostrado mais danoso é, sem dúvida, o 2.4 D, sendo que, quando aplicado por via aérea, causa danos consideráveis. Por isso, sua aplicação, mais que a dos outros defensivos agrícolas, deve merecer maiores restrições”, explicou o parlamentar.

Já a destinação final das embalagens vazias de agrotóxicos é um procedimento complexo que requer a participação efetiva de todos os agentes envolvidos na fabricação, comercialização, utilização, licenciamento, fiscalização e monitoramento das atividades relacionadas com o manuseio, transporte, armazenamento e processamento dessas embalagens.

Dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) comprovam que somente na horticultura utilizam-se cerca de 10 mil litros de agrotóxicos por hectares/ano. “Em alguns casos, chega-se a provocar verdadeira intoxicação nos consumidores finais, devido ao alto índice de consumo de agrotóxicos nas lavouras”, lamentou o primeiro-secretário da Assembléia, deputado José Riva (PP).

Se ao Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias – Inpev cabe a coordenação do recolhimento das vasilhas, a fiscalização do processo em Mato Grosso fica a cargo do Instituto de Defesa Agropecuária – Indea. É este órgão que verifica se o repasse das embalagens pelo agricultor tem sido feito com rigor aos postos indicados pela revenda.

Pelo menos 20 municípios no Estado já contam com postos ou centrais de coleta de embalagens vazias de agrotóxicos. Mas ainda assim, a demanda para criação de novos pontos cresce, a cada ano.

Há alguns anos em Mato Grosso muitas embalagens vazias de agrotóxicos eram encontradas jogadas à beira das rodovias, mas o Indea mostra que a situação está mais controlada.

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