Num debate acalorado na TV Assembléia, canal 36, na tarde desta quinta-feira, o deputado estadual Humberto Bosaipo (PFL) e o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Homero Pereira pontuaram questões que envolvem o agronegócio no estado, e numa análise mais profunda convergiram sobre o fato de que a crise que assola o setor está preste a acabar. Na quinta-feira, Dia do Agricultor, o setor foi brindado com a notícia de que no próximo ano será liberado o crédito de R$1,2 bilhão para o País, que garantirá o custeio da safra 2005 àqueles que tiveram prejuízo na colheita e por algum motivo podem ter comprometida a safra do próximo ano.

Segundo Pereira, o ‘fundo do poço’ para os produtores do Estado já aconteceu e agora o período é de transição para uma nova fase “mais calma, mas tão produtiva para o estado quanto antes”. Entretanto, é preciso diminuir o ritmo para manter a estabilidade. Segundo informações apresentadas, o crescimento do Estado só pode ser comparado ao da China, entre oito e 10% ao ano. O Brasil mantém um ritmo de crescimento de 3%, bem inferior as estatísticas estaduais.

Tudo isso para garantir que agricultores e a sociedade civil descartem a possibilidade de um ‘colapso econômico no Estado’, uma vez que Mato Grosso se destaca mundialmente pela economia eminentemente agrícola. “A Assembléia Legislativa atuou intensamente neste momento difícil, provocando debates e promovendo audiências públicas. Não é preciso frear, mas o momento pede que tiremos o pé do acelerador”, declarou Homero.

De acordo com o deputado Humberto Bosaipo o agronegócio, que é responsável por 31% do Produto Interno Bruto (PIB) do País e 37,6% das exportações nacional, vive hoje um momento de dificuldades financeiras para os principais grãos, mas desponta em outras áreas como a pecuária.

O mais grave é questão das legislações trabalhistas e ambientais. Segundo o parlamentar, as leis foram criadas tendo em vista o caráter urbano do trabalho e por isso não se adequam a realidade do campo. “As coisas se encaminham a partir de uma legislação adequada. Por isso é preciso que haja estes ajustes”, disse Bosaipo.

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