A Comissão Especial de Saúde da Assembléia Legislativa vai sabatinar a delegada Alana Derlane de Souza Cardoso. Os parlamentares querem saber como estão sendo conduzidos os trabalhos de investigações de possíveis irregularidades e de indícios de “máfia” na Secretaria de Saúde. A delegada vai ser ouvida nesta segunda-feira (27), às 15 horas, no Auditório Deputado Milton Figueiredo, Plenarinho.

O presidente da comissão, deputado Carlos Carlão Nascimento (PSDB), afirmou que o caos foi instalado na secretaria, desde o início de 2003. Segundo o parlamentar, a pasta já está com o terceiro secretário e que este não fica até dezembro. Por isso, a delegada precisa esclarecer o que está acontecendo com a saúde pública de Mato Grosso.

“O levantamento que fizemos na saúde dá conta que o governo deixou de investir na saúde R$ 64 milhões. O governador veio a público dizer que tinha uma máfia instalada na saúde. Marcos Machado criou uma delegacia no órgão de saúde e ninguém sabe o que estão levantando de irregularidades”, disse.

Enquanto isso, o deputado Joaquim Sucena, que é membro da Comissão, disse que os parlamentares querem saber em que ritmo está sendo feito as investigações de supostas irregularidades e da possível existência de “máfia” na pasta de saúde.

“Precisamos saber o que mais foi descoberto. Não só com os pareceres das auditorias, mas principalmente em relação às providencias já tomadas dentro dessa auditoria. Por isso, nada melhor que a delegada para nos informar o que já foi feito e também das medidas que já foram adotadas e o que ainda resta por fazer”, explicou Sucena.

A deputada Vera Araújo (PT) afirmou que na semana passada foi realizada uma reunião da comissão para discutir os procedimentos e os levantamentos de tudo o que está sendo investigado na SES. “A Assembléia tem que fiscalizar e acompanhar esses procedimentos, não ficando a reboque. Até porque a sociedade precisa saber o que realmente aconteceu nessa secretaria”.

Na semana passada, o secretário de Saúde Marcos Machado disse que respeita os trabalhos legislativos, mas afirmou que não há necessidade alguma de acompanhamento das investigações. Segundo o secretário, o destinatário de toda e qualquer apuração envolvendo improbidades ou delitos está no Ministério Público e na Justiça.

Alana Cardoso atuava na Delegacia Fazendária. O trabalho da delegada começou a partir dos resultados apontados por duas auditorias realizadas na secretaria. Diversos indícios de irregularidades foram descobertos apenas pela análise de documentos em dois meses de 2002 e em período semelhante deste ano.

A comissão, proposta pela deputada Vera Araújo (PT), é integrada pelos seguintes parlamentares, além da petista: Joaquim Sucena (PFL), Mauro Savi (PPS), Eliene Lima (PSB) e Carlão Nascimento (PSDB).

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Elzis Carvalho

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