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Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso


Segunda-feira, 14 de junho de 2004 08h15


O DESMATAMENTO DESORDENADO, AS QUEIMADAS E A POSSIBILIDADE DE CONFLITOS NO CAMPO EM FUNçãO DA DEMORA DE O GOVERNO FEDERAL EM REALIZAR A REFORMA AGRáRIA EM MATO GROSSO FORAM à TôNICA DAS DISCUSSõES ENTRE PARLAMENTARES NA ASSEMBLéIA LEGISLATIVA...

Demora na reforma preocupa deputados

O peemedebista Zé do Pátio defendeu a criação de uma Vara de Conflitos Agrários em Mato Grosso

ELZIS CARVALHO / SECRETARIA DE IMPRENSA



O desmatamento desordenado, as queimadas e a possibilidade de conflitos no campo em função da demora de o governo federal em realizar a reforma agrária em Mato Grosso foram à tônica das discussões entre parlamentares na Assembléia Legislativa.

Para o primeiro-secretário, deputado Silval Barbosa (PMDB), o Parlamento estadual precisa tomar frente da questão da reforma agrária em todo o Mato Grosso. Segundo o peemedebista, é preciso que o governo encaminhe o projeto de zoneamento ambiental à Assembléia.

“Precisamos cobrar do governo com urgência o zoneamento do Estado. É preciso fazer um georeferenciamento das regiões onde as terras possam ser usadas pelos produtores rurais. Dessa forma, Mato Grosso poderá reverter o quadro de líder no ranking brasileiro de desmatamentos”, observou Barbosa.

Para o deputado José Carlos do Pátio (PMDB), o problema da reforma agrária não é de policia, mas de políticas sociais destinadas ao trabalhador rural. O parlamentar disse ainda que em Mato Grosso não existem políticas públicas destinadas a preservar o meio ambiente e defendeu também a criação de uma Vara de Conflitos Agrários.

“É preciso que se estabeleça com urgência políticas que revertam o quadro da degradação do meio ambiente. Os problemas agrários são de políticas sociais. O homem do campo precisa ficar no campo, mas adequados à boa qualidade de vida”, disse.

O deputado Zeca D’Ávila (PFL) destacou que é preciso ter uma reflexão mais apurada em relação à reforma agrária em todo o país. D’Ávila contestou ainda as declarações do ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, ao dizer que o “conflito só existe quando há democracia”. “Um ministro não pode dizer isso. É preciso parar com esses tipos de declaração porque pode acontecer derramamento de sangue. É preciso gerar renda e o agronegócio é a alavanca para isso”, destacou.

Em aparte, Ságuas de Moraes (PT), contestou as declarações do deputado Zeca D’Ávila. Para o petista, o ministro “não está defendendo o conflito armado. As pessoas não podem estar andando fora da lei. Por isso é preciso a retomada das áreas públicas que estão nas mãos dos grandes fazendeiros”.

O deputado Francisco da Silva (PSB) apontou para a necessidade de o governo federal adotar políticas públicas e ações mais eficazes a fim de minimizar a questão da reforma agrária em todo o país e, principalmente, na região da grande Cáceres.

Nos três assentamentos localizados na região da grande Cáceres, de acordo com Da Silva, existem pouco mais três mil famílias esperando pela reforma agrária. “Na fazenda Grendene existiam pelo menos 1.400 famílias, na fazenda Santa Amélia 600 famílias e na São Paulo 1.100 famílias”.

“O que me preocupa é que o governo federal tem levado carretas e mais carretas para esses assentamentos e tem alguém tirando os alimentos e vendendo para supermercados. Há muita malandragem nesse meio. Isso tem que ser combatido por meio de uma reforma agrária. Não podemos compactuar com essas ações”, denunciou Da Silva.

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