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Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso


Terça-feira, 12 de julho de 2005 12h01


ZECA D’ÁVILA QUER QUE O PFL TENHA CANDIDATO PRóPRIO AO GOVERNO EM 2006. APESAR DE FAZER PARTE DA BASE ALIADA, O DEPUTADO TEM UMA POSTURA DE INDEPENDêNCIA E CRITICA A INTENçãO DO GOVERNO DE PROMOVER A FUSãO DE SECRETARIAS. TAMBéM COBRA PROMESSAS DE CAMPANHA DE MAGGI COMO A REDUçãO DO ICMS ...

Deputado cobra cumprimento de promessas de Maggi

Apesar de ser da base governista, Zeca D’Ávila é independente e diz que continuará fazendo cobranças

VALÉRIA CRISTINA / SECRETARIA DE IMPRENSA



O deputado Zeca D’Ávila quer que o PFL tenha candidato próprio ao governo no ano que vem. Mas, defende que o nome seja escolhido entre os quadros mais antigos da sigla, que ele afirma serem muito e bons. O parlamentar garante que não tem nada contra o governador Blairo Maggi (PPS), mas ressalta ser independente, apesar de estar na base do Executivo.

Zeca afirma que vai cobrar promessas de campanha não cumpridas e continuará adotando posicionamentos críticos sobre o que considerar necessário.

Confira a entrevista que o pefelista concedeu à Rádio AL onde fala sobre política, meio ambiente, reforma administrativa e sua atuação na Assembléia Legislativa. Para Zeca D´Ávila, a população tem que abrir o “olho” e ver no que se transformou o governo Lula. D’Ávila ainda defende mudanças na área ambiental para que a sociedade não venha a ser penalizada mais tarde.

Assembléia Legislativa – Por que o senhor é contra a fusão de Secretarias de Estado?

Zeca D’Ávila – Primeiramente, eu tive a oportunidade na abertura da Exposul, em Rondonópolis, de fazer um discurso, onde o governador estava presente, e dizer que eu acho que Mato Grosso é um Estado ainda eminentemente agropecuário e eu tenho a impressão que continuará a ser por muitos anos, não pode ter uma Secretaria de Agricultura fraca. No meu entender tem que fortalecer e não fundir a Secretaria com a outra de Indústria que tem interesses antagônicos ao setor produtivo e primário. Eu fico muito triste se isso vier acontecer. Melhor seria o fortalecimento do que a fusão ou a extinção. Seja lá o que for que o governador inventar em fazer é uma invenção maléfica para o setor.

AL – Deputado, o senhor conseguiu informações sobre a compra de terras em Mato Grosso e o caso teve repercussão internacional em um congresso no Texas (EUA). O que aconteceu realmente?

D’Ávila – São informações que nós obtivemos em Houston, no Texas, que estaria havendo em Mato Grosso e no Brasil, muita compra de terra por estrangeiros. E eu, sem que tivesse informações oficiais, duvidava da questão. Fomos então saber oficialmente se isso estava acontecendo em Mato Grosso. A realidade é exatamente ao contrário. Temos sim algumas compras de terras em Mato Grosso e, particularmente, por um número maior de portugueses. Eles estão comprando sítios de lazer, de 20 a 40 hectares. O maior índice é em Colíder. Então não há que se assustar por compra de terras grandes por estrangeiros no Brasil.

AL – O senhor costuma dizer que não usa cabresto. O que isso quer dizer?

D’Ávila – Significa que eu fui eleito na coligação Mato Grosso Mais Forte, pelo PFL, portanto junto com o governador Blairo Maggi, mas sou independente. Eu voto com o governo, mas tenho as minhas opiniões e quero expressá-las. Não sou pessoa de ficar só falando que o governador é bonito, tem olhos azuis, que é o melhor homem do mundo, o homem mais inteligente do mundo, o maior produtor do mundo. Esse tipo de coisa não me agrada, não me convence, e eu preciso ver efetivamente, na prática, o que se faz. Por exemplo, compromisso de campanha, abaixar o ICMS da energia e da telefonia, até agora não deu sinal de nada. Nós fizemos o projeto de lei pedindo a redução do imposto e até agora nada. E foi compromisso de campanha. Não tem deputado que fale isso, mas eu falo, porque eu subi no palanque e também defendi isso. Então tem cobrança sim daquele que prometeu e ainda não cumpriu o compromisso de campanha. E eu tenho a obrigação e a responsabilidade de ser independente e ter a coragem de falar isso e não ser submisso àqueles que não querem falar.

AL – O senhor tem alguns projetos que tratam de doação de sangue e coleta seletiva de lixo. Como estão?

D’Ávila – Primeiro a doação de sangue. A Assembléia é um lugar que tem movimento diário muito grande de pessoas e a cada 90 dias nós trazemos o MT Sangue para cá para que possa fazer a coleta de sangue entre as pessoas que freqüentam o local. Esse sangue é necessário para o Estado e eu acho que isso é um social importante. Quanto ao outro assunto, nós temos uma resolução de coleta de material reciclável, ou seja, papel, jornal, revista. Ou seja, estamos com essa resolução, ela está caminhando capenga, mas agora após a mudança para a sede nova, com lugar e recipiente apropriados, daremos mais ênfase para que essa reciclagem seja feita a contento da resolução.

AL – O senhor defende a reserva legal e é contra a CPI do desmatamento, por que?

D’Ávila – Olha eu acho que isso é assunto ainda federal, porque tem essa medida provisória que tramita no Congresso. Eu defendo a reserva legal, que é encosta de morro, reserva permanente, beira de rio, enfim, aquilo que realmente precisa ser preservado. Agora, essas aberrações que se colocam no Brasil por intimidação de Ongs ou governos estrangeiros que já acabaram com o que tinham e agora, querem nos impor algo, proibindo o desenvolvimento do país. E o mais importante disso tudo, que quase ninguém fala, é que a espécie que mais temos que preservar e cuidar é o ser humano. Não adianta nada preservar macaco, cobra, lagarto, se nós morrermos de fome. Não vai ter quem veja. E nós estamos aí lutando é pela sobrevivência. São milhões de pessoas com fome no mundo e isso só se resolve com política social, produção e produtividade de alimentos, se não divisão de renda, geração de emprego. Isso que precisamos ver para que possamos desenvolver. Se é que o Brasil quer, tem que tomar o seu rumo e a sua decisão e não ficar recebendo orientação de quem não tem nada a ver conosco.

AL – Na sua opinião qual seria a solução para preservar a mata?

D’Ávila – É fazer a lei adequada e decente para que todos possam cumprir. O produtor não é depredador. Ele quer cuidar do meio ambiente dentro da legalidade, não imposta da forma que está colocada de preservar 80%. Com 50% já concordamos, que não é o ideal, mas é o suportável.

AL – Como o senhor avalia o governo Lula?

D’Ávila – Eu não quero nem fazer avaliação. Quero que a população olhe, assista televisão, leia jornal, ouça rádio, leia revista. Esse é o governo que aí está, o governo que era moralista ontem e hoje caiu nessa desgraça que nós estamos vendo todo dia na mídia nacional.

AL – O PT de Mato Grosso é o reflexo do governo federal?

D’Ávila – Não só em Mato Grosso, mas em todo Brasil.

AL – O senhor é contra o PFL apoiar a reeleição de Blairo Maggi ou contra a filiação dele no partido?

D’Ávila – Eu declaro e declararei que o PFL é um partido grande, hoje de respeito nacional e mato-grossense. Partido que não disputa a eleição está fadado ao insucesso. É igual time de futebol que não compete para ser campeão, toda vida é vice, quarto ou quinto lugar e está fadado a acabar. Então o PFL é um partido que tem nomes, não é nome só, tem condição de disputar a eleição e para tanto é que eu trabalho. Quero que o PFL tenha candidato próprio na majoritária e na proporcional.

AL – E sobre as coligações?

D’Ávila – Isso é um processo que até 30 de setembro nós teremos decisão nacional sobre a reforma política. Então temos que aguardar a reforma política para falar sobre coligação.

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