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Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso


Quarta-feira, 21 de maio de 2003 17h35


Discurso Humberto Bosaipo sobre saída do PL

Deputado diz que saiu do partido para liberar prefeitos e vereadores e que respeita o Governo, mas não abre mão de criticá-lo

SECRETARIA DE IMPRENSA / ALMT



Eu não quero falar pela Liderança, até porque eu vou comunicar que estou sem Partido. Portanto, quero comunicar ao Plenário a minha decisão partidária. Hoje, Sr. Presidente, reunido que estive com Vossa Excelência, líder do PL nesta Casa, com o ilustre e eminente deputado federal Wellington Fagundes, que hoje preside o Partido Liberal, com os demais membros da Executiva Regional, comunicar o meu desligamento do Partido Liberal e pedir a Vossa Excelência que determine a Assessoria da Mesa que faça essas anotações e explico aos Srs. Deputados a minha decisão.

O Partido Liberal, Partido pelo qual disputei a eleição de 2002, Partido que me acolheu de braços abertos, inclusive, eu tive uma história muito rápida nesse Partido, porque eu fiz a minha filiação a pedido de um grande amigo meu, de um grande companheiro, que foi deputado aqui comigo por três mandatos, o deputado Amador Tut, da qual eu tenho o maior respeito e que tenho por ele uma amizade profunda, pela sua postura ética de companheiro, pela sua extrema lealdade e amizade que construímos, aqui, por mais de doze anos.

E também, deputado J. Barreto, Vossa Excelência foi responsável para. vamos dizer assim, bater o martelo naquela época para que eu pudesse vir para o Partido e trazer também o deputado Wellington Fagundes que era a condição que eu impunha, para que nós dois, o deputado e eu, no Partido pudéssemos ter a oportunidade de eleger um deputado federal e até três deputados estaduais. E Vossa Excelência, como um amigo pessoal que tenho, como uma pessoa confidente, como uma pessoa ética, uma pessoa respeitada, um amigo, um companheiro, me convenceu de que naquele momento eu deveria vir para o Partido Liberal no qual Vossa Excelência sempre foi o baluarte. E uma coluna neste Estado. Creio que em uma das visitas que o ilustre amigo fez a minha residência pode sentir que essa possibilidade aventada tinha sido concretizada naquela hora.

Mas os partidos políticos no Brasil são partidos muitos frágeis, partidos fisiológicos, partidos que se curvam ao poder muito facilmente, partidos que não agüentam, pelas suas fragilidades, ouvir o canto da sereia. E nós estamos abismados. Isso acontece hoje em todo o território brasileiro. Estamos abismados com as mudanças que estão ocorrendo na política brasileira e, eu não condeno ninguém. Isso é fruto, absolutamente, da falta de uma reforma política no País, da fragilidade partidária, onde uma meia dúzia define a vida das pessoas sem consultá-las, sem reuniões, sem debates, sem discussões. As pessoas se curvam, às vezes, ao poder para defender interesses, muitas vezes, pessoais, esquecendo os interesses partidários. Não é esse o caso, que estou me referindo, do Partido Liberal. Estou me referindo à política brasileira como um todo.

Mas, Sr. Presidente, Vossa Excelência sabe, e demais parlamentares desta Casa, que, desde a primeira hora em que o Senador Antero Paes de Barros lançou sua candidatura, o Partido Liberal fez a coligação para apoiá-lo nas eleições para Governo do Estado, bem como para apoiar o ex-Governador Dante de Oliveiro para o Senado da República e fizemos uma coligação com o Partido dos Trabalhadores no âmbito Federal e no âmbito estadual com o PMN para disputar as eleições.

Na campanha o Partido Liberal sustentava uma postura contrária à política da direita, que se aproximava, muito perigosamente, para ganhar o Governo, como realmente aconteceu com a eleição do Sr. Blairo Maggi, onde a burguesia, Sr. Presidente, onde as pessoas ricas, com poder financeiro astronômico, galgaram o poder, contrariando uma tese que defendíamos, a tese das pequenas cidades, dos pequenos municípios, de um fortalecimento municipalista, de um Parlamento forte. E o que aconteceu? Adentramos nesta legislatura com o Governador bombardeando esta Casa, com o Governador governando por decreto.,com o Governador ignorando os deputados da sua base política, com o Governador dando se quer bola para os deputados que elegeu dentro de sua coligação e, escolhendo para líder um deputado de Partido contrário, no que pese ser um dos mais respeitado desse Estado, o deputado Renê Barbour, PSDB.

A maior surpresa Sr. Presidente, foi quando o grupo de deputados, que estavam em confronto eleitoral com o Governador Blairo Maggi, no abrir da Legislatura, já abriram também o coração para o novo Governo. Abriram o coração e aderiram ao Governo, e, esta Casa, se fragilizou mais ainda.

O deputado Humberto Bosaipo, com Vossa Excelência, com o eminente deputado e conterrâneo Alencar Soares, com o deputado Carlão Nascimento, nós estivemos aqui em todos os momentos na trincheira da oposição, nós estivemos aqui em todos os momentos defendendo a nossa coerência política, nós estivemos aqui, Sr. Presidente, dizendo aos eleitores “Vocês votaram em nós, e nós vamos respeitar o voto de vocês”.

Mas, também, não quero condenar os que abriram o coração para o Governo, cada um aqui sabe das suas necessidades políticas, das suas necessidades até pessoais de manter relacionamentos com o Governo, aliás, Sr. Presidente, tem gente que não agüenta sentir o cheiro do Palácio, que eu confesso que é um cheiro gostoso, já passei por lá.

Mas, eu tenho que mostrar para as pessoas que eu tenho coerência de vida, de vida política. Que o político, não pode ficar apenas de um lado só. E o meu Partido, até, então, o Partido Liberal, vinha em um trabalho inverso daquilo que eu fazia aqui nesta Casa, e Vossa Excelência, de uma forma mais branda e educada me acompanhava. Era a oposição ao Governo do Estado, aliás, Sr. Presidente, nós podemos bater no peito, nós aqui, principalmente os deputados que eu citei, que nós sempre fomos oposição ao Governo, mas, nunca atrapalhamos nenhum projeto do Governador Blairo Maggi, nesta Casa, pelo contrário, tem alguns jornalistas que são contratados por alguns prefeitos, por algumas lideranças para escrever, contra nós, e a favor de outros. Porque, tem isso também, que começam a nos criticar, por exemplo, porque não questionamos aqui, os dois indicados da AGER. Eu digo por mim. Não questionei porque eu vi aqui um cidadão extremamente preparado para a função que estava sendo sabatinado, Sr. Presidente. Eu sou um homem que se não tivesse essa convicção não teria deixado de sabatiná-lo, mas ele me convenceu, principalmente - eu esqueço o nome dele agora - o Gabriel, e o Diogo, os dois.

Um eu já o conhecia nas funções de delegado de polícia, muito competente, e o outro eu vim conhecer aqui. Respeitei e respeito. E vou votar favorável, Sr. Presidente, pela competência do nome que foi indicado por esta Casa para o Governador e que eu não posso a bel prazer, porque não sou a favor do Governador, deixar de reconhecer o mérito de quem se prepara, de quem estuda, de quem está interessado, como eu senti aqui no Dr. Gabriel e no Dr. Diogo.

Esta posição, deputado Alencar Soares, me fez votar aqui as matérias do Governo e, que o deputado Renê Barbour pediu. Como, por exemplo, as modificações que a Secretaria de Agricultura apresentou aqui. Para vota-las passamos, inclusive, por cima dos vetos. Votou aqui o ICMS sobre a madeira que o Governador já começou a cobrar. Votou aqui o que bem quis, até a viagem do Governador para China. De forma que temos as nossas convicções, mas somos extremamente maduros, amamos o estado de Mato Grosso e em nenhum momento nós vamos causar empecilho para que o Governador Blairo Maggi governe este Estado.

Eu li também num periódico da cidade de que o deputado Humberto Bosaipo tinha raiva do Governador. Eu não tenho absolutamente raiva de ninguém e nem tenho o direito de ter raiva. A pessoa que está sendo paga para escrever isso, não conhece a minha personalidade. O deputado Humberto Bosaipo respeita uma autoridade que é legalmente constituída. Antes de ser constituída por um povo, é constituída por Deus, toda autoridade é constituída por Deus. E eu tenho o dever e a obrigação de respeitar, mas também tenho o dever de ser coerente com as minhas posições. Um dia eu estou batendo lata, o outro dia não posso estar me curvando à frente das pessoas, como muitos fazem. Eu tenho personalidade política. Perdemos o Governo. Vamos bater palmas e esperar que os vencedores cumpram aquilo que prometeram e o que o povo espera, que até agora, absolutamente, ao meu ver, não fizeram nada neste Estado. Até agora eu desafio o Governador a me mostrar uma obra de importância neste estado. Se fizer, eu sou o primeiro a aplaudir, mas na virada do mês, nós já vamos para seis meses de Governo.

De forma, Sr. Presidente, que eu deixo o Partido Liberal, deixo amigos, com o desejo de que façam um grande Partido. O deputado Wellinton Fagundes tem vocação governista, é um deputado que, desde o primeiro mandato ele trabalha com o Governo. O Presidente do meu ex-Partido, Valdemar da Costa Neto tem vocação governista e, eles, os dois, juntamente com o Vice-Presidente da República, fizeram um convite ao Sr. Blairo Maggi, para filiar ao Partido. A única coisa que eu mereceria seria pelo menos ser avisado, mas não fui. E eu cobrei isso do deputado Wellinton Fagundes. Mas, compreendo os motivos dele ser governista, compreendo perfeitamente, discuti isso com ele e acho que o deputado tem as suas razões de estar aliado ao Governo desde a primeira hora.

Até chamei, Sr. Presidente, a atenção do deputado Wellinton Fagundes, para que não ficasse governista demais, porque o zunzunzum na cidade é que Primeira Dama já não agüentava mais ele na residência aos domingos lá em Rondonópolis, com o Governador no Palácio, já estava ficando uma coisa insossa, e causando ciúme na Bancada do Governo, que não tinha o mesmo privilégio.

Então, só sugeri ao deputado que tomasse esse cuidado, porque é um deputado com mais de cento e vinte mil votos no Estado, que ajudou, inclusive, a eleger um deputado federal de outra sigla, porque a nossa legenda somou e elegeu mais um deputado do PT, é um Deputado que tem futuro, um deputado que, pelas suas palavras, pode ser Governador, pode ser Senador e até Presidente da República, se Deus assim o permitir.

Mas, eu quero dizer, Sr. Presidente, que o meu destino parece que é para fazer Partido. Fui lá para o PPS, organizei o PPS, fizemos o PPS, o Roberto França entrou, eu não quis causar problema para o Roberto França, que apesar de estar em outro Partido é um grande amigo meu, pessoal, do qual eu tenho o maior respeito e tenho certeza dele, da mesma forma. Quando o Roberto França me procurou no meu escritório e me disse que queria vir para o PPS, o PPS já estava todo montado, o PPS já tinha elegido inúmeros prefeitos e diversos vereadores, eu disse ao prefeito Roberto França o que eu disse, hoje, ao deputado Wellinton Fagundes e disse a Vossa Excelência: eu desejo que o senhor cresça o Partido, eu saio daqui pela mesma porta que entrei, com a mesma amizade, sem nenhuma, eu saio daqui pela mesma porta que entrei, com a mesma amizade, sem nenhuma mágoa, a mesma coisa eu disse ao prefeito Roberto França.

Fui para o Partido Liberal, que tinha apenas o Prefeito de Alto Araguaia, nobre companheiro Maia Neto, que é um dos prefeitos de apoio da base do deputado federal Wellinton Fagundes. Acompanhava o prefeito Maia Neto, se não me engano, apenas 22 vereadores! Era a sigla do PL. O ex-deputado Amador Tut era o Presidente e o deputado J. Barreto era deputado na Casa.

Fizemos, Sr. Presidente, um trabalho, não meu, apenas do deputado Humberto Bosaipo, mas de Vossa Excelência, do ex-deputado Amador Tut, do deputado Federal Wellinton Fagundes, fizemos uma guinada e passamos esse Partido para 22 prefeitos, o número do Partido. De 22 vereadores, nós ultrapassamos a casa dos 200 vereadores, isso full time, porque nós estávamos às vésperas da data base de se mudar de Partido para se fazer as convenções partidárias.

Ora, este Partido teve uma importância vital na composição nacional com o Partido dos Trabalhadores, porque ninguém queria coligar com o PT. Nós não queríamos coligar com o Lula, apesar de que as pesquisas o apontavam como virtual candidato eleito à presidência da república. Por quê? A política do PT era extremamente antagônica a política liberal! O Partido dos Trabalhadores, na época, era um Partido que mudou, porque está todo mundo governista, mas como existem diversas linguagens do Partido, cada um puxava a corda para um lado, parecendo um cabo de guerra.

E nós perguntamos ao Senador José de Alencar: como é que o Senhor vai conviver com uma diferença partidária como essa? Como bom mineiro, Vossa Excelência nos acompanhou lá por duas vezes, ele explicou, explicou, e nós consentimos, muito mais em consideração ao Senador José Alencar do que ao Partido dos Trabalhadores, Vossa Excelência sabe disso; muito mais em consideração a um senhor de 70 anos de idade, um empresário bem sucedido, do que a perspectiva de ser governo com o PT.

E a decisão de Mato Grosso, senhoras e senhores, Sr. Presidente, Vossa Excelência é testemunho vivo da história; a decisão de Mato Grosso é o nó na garganta do PL, porque todos os outros estados, a maioria estava esperando a nossa decisão. Mato Grosso era o Estado que mais batia contrário a essa coligação. Naquela época, parece-me que estávamos antevendo o péssimo governo que poderia vir. Espero que isso não aconteça, que seja apenas uma visão passageira Nós confiamos que o Presidente esteja empenhado em fazer uma boa administração e torcemos por isso.

Deputado J. Barreto, a história testemunhará. No momento em que o PL de Mato Grosso deu um sim à coligação, antes disso, o Presidente Valdemar da Costa Neto telefonou-me dezenove vezes. Eu estava andando pelo interior do Estado. Fiz questão de anotar os dias que o Presidente do Partido me ligou. O Vice-Presidente da República telefonou para mim, principalmente, num momento difícil da sua vida. Ele queria ser Vice-Presidente; ele via a possibilidade de ser Vice-Presidente.

E aí, Sr. Presidente, nós demos aquele sim, onde estava presente toda a direção regional do Partido; onde estavam presentes todos os deputados estaduais, e nós éramos três: Vossa Excelência, o ex-deputado Amador Tut e eu; o deputado federal Welinton Fagundes, a maioria dos nossos prefeitos. Ocorreram as eleições gerais e fomos vitoriosos. Portanto, eu tenho uma rápida passagem pelo Partido Liberal, mas, uma passagem que eu considero importante na minha vida, porque fui bem recebido.

Eu tive, Sr. Presidente, a felicidade de ser o segundo deputado mais votado do País. Uma outra honra que me coube, foi porque o primeiro lugar é, também, do meu Estado, o deputado Riva. Nós dois, proporcionalmente, fomos os deputados mais votados do País. Talvez, isso levante essa fúria contra nós dois; talvez, seja resultado de que sozinho nós fizemos quase cento e trinta mil votos.

ZÉ CARLOS DO PÁTIO - Vossa Excelência me concede um aparte?

HUMBERTO BOSAIPO - Concedo um aparte a Vossa Excelência.

ZÉ CARLOS DO PÁTIO - Deputado Humberto Bosaipo, ouvindo o seu discurso, eu pensei nos Prefeitos que tanto gostam de Vossa Excelência. Vossa Excelência, como disse, levou vinte e um Prefeitos para o PL, vários Vice-Prefeitos e mais de duzentos vereadores. Vossa Excelência não achava melhor, ao invés de deixar o PL, lutar internamente no PL para que o Partido possa mudar sua posição política? Primeira pergunta. Segunda: eu falo isso, tenho essa liberdade, somado ao respeito por Vossa Excelência .porque eu era um deputado que, na época, lutei muito para coligarmos com o PT dentro do Partido, mas nós não conseguimos coligar com ele, fomos coligar com o PSDB. O PMDB coligou com o PSDB, mesmo com voto contrário nosso. E o Roberto Requião, candidato nosso do Paraná apoiou o PT. Esse eu acho que é uma pessoa que merece todos os méritos porque apoiou o PT.

Agora, eu vejo o meu Partido, o PMDB, Michel Temer, Renan Calheiros, indo para a base do Governo. Aquilo que eu queria antes da eleição, eles estão fazendo agora. E a mesma sensação que Vossa Excelência está tendo, que são alguns encaminhamentos, eu também tive, deputado Humberto Bosaipo. Eu tive uma sensação muito ruim de ver o PMDB tomando essa direção. Nós estamos com uma posição política, luta por aquele ideal e, de repente, o Partido nos tira daquele ideal e coloca num outro encaminhamento. Tem uma postura na eleição e depois muda.

Então, eu estou questionando: por que Vossa Excelência não brigou internamente dentro do Partido? Vossa Excelência tem força dentro do Partido, tem peso, construiu esse Partido aqui dentro do Estado de Mato Grosso.

HUMBERTO BOSAIPO - Eu agradeço o aconselhamento de Vossa Excelência. Eu quero dizer que essa posição minha facilita a vida dos prefeitos, porque uma das primeiras perguntas que o Secretário de Transportes, que é um dos homens fortes do Governo Blairo Maggi, faz ao Prefeito é a seguinte: Você é ligado ao deputado Humberto Bosaipo? Ele fez essa pergunta ao Prefeito de Torixoréu, a outros prefeitos. Se ele responde que é ligado ao deputado Humberto Bosaipo, vai ter dificuldade. Esta posição libera todos os prefeitos. Eu não vou pedir que ninguém saia do PL, como não pedi que ninguém saísse do PPS.

Libero todos os vereadores que queiram ficar no Partido e queiram ir para a base governista. Eu até entendo que os prefeitos, mais do que ninguém, precisam de Governo. Precisam, sim e muito. Eu estou vendo aqui o Prefeito de Cocalinho, Nicanor Freire, de uma cidade pequena, um município pobre, distante, sem a presença do Governo Estadual, sem a presença do Governo Federal. No ano passado, nós conseguimos fazer pontes, fazer convênio com o Prefeito, arrumar recursos... Isso é o que ele precisa.

Agora, a minha posição na Assembléia o prejudica. O Deputado Humberto Bosaipo está contra? Eu vou atrás do Governo. Não, estão liberados os perfeitos para tomarem as suas decisões. E eu aconselho aos prefeitos que pensem primeiro no município, porque - Vossa Excelência já foi prefeito e sabe - a população não quer saber de que partido você é, quer o resultado prático do seu trabalho.

Agora, Deputado, esse conflito com o qual Vossa Excelência vive, eu não consigo viver, não consigo. Eu não sei servir a dois senhores. Na verdade, Vossa Excelência está aí com um nó na garganta. Nós temos a possibilidade do deputado e Pastor Nataniel de Jesus ser prefeito de Cuiabá, pelo PMDB e, Vossa Excelência sabe que o líder do Governo, do PMDB, está aliado ao Prefeito Roberto França, do PPS, e não o aceita candidato.

Nós estamos vendo a saída do deputado Campos Neta do PFL para buscar espaço político, porque é um jovem idealista, promissor e, se ficar no PFL, vai ser engolido pelo diretório municipal. Então, o jus esperniandi do deputado é legítimo. E sabem, senhores deputados porque isso ocorre? Porque não existe a fidelidade partidária, não existe, na maioria dos políticos, o sacerdócio pelos partidos.

Eu vou dar um exemplo: partido político é como time de futebol. Eu, por exemplo, o meu time apanha, nem precisa falar que é o Botafogo, está na segunda divisão, o time arranha, mas sou um botafoguense convicto. Outro dia quem estava nessa situação eram os tricolores, o Fluminense do deputado Joaquim Sucena, que ficou tão alegre com a classificação do Fluminense, mas padeceu com a decida do Palmeiras, que também é seu time - quer dizer, ele vive num sobe e desce.

Estou dando este exemplo para dizer que, quando se cultiva o partido político, quando se cultiva companheiros, quando há respeito dentro dos partidos, só crescemos.

E há nos partidos, uma coisa que vejo muito no PSB, vejo em alguns partidos, que são os institutos de pesquisas de estudos, e aqui no PSB temos o Instituto João Mangabeira.

HUMBERTO BOSAIPO- ... que eu vejo muito no PSB, vejo em alguns Partidos, que são os institutos de pesquisa de estudos. E aqui no PSB, nós temos o Instituo Mangabeira, que tem promovido seminários, debates, no PFL, temos o instituto Tancredo Neves do qual eu já participei de debates de simpósio.

O Senador Marco Maciel é um dos mais competentes políticos desse País, já lançou diversos livros sobre o Liberalismo, já tive a oportunidade de ler dezoito livros já do Senador Marco Maciel, é um homem extremante competente, formado em história política, conhece profundamente as questões partidárias. Enquanto nós não tivermos esse denodado ardor pelos partidos, serão todos partidos incipientes. Vocês vejam agora, o Partido, que ganhou o Governo, as mesmas teses que eram contrárias, agora, são a favor. Quer dizer, a resposta devia ser, mas, agora, eu sou o Governo, quer dizer, é uma incoerência muito grande.

De forma Sr. Presidente, eu quero em seu nome como meu Líder, aqui Partidário, como amigo, agradecer a convivência fraterna, harmônica que nós tivemos, saio dos mais tranqüilo, e com a cabeça erguida, deixando amigos sinceros no Partido Liberal, desejando que esse Partido cresça, e que Vossa Excelência, tenha futuro, o Deputado Wellinton também, tenha um futuro promissor. Mas, lhe lembrando lá em Rondonópolis, se ficar água com açúcar, o Percival elege até o porteiro dele lá, para Prefeito novamente. Muito obrigado.

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