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Quinta-feira, 10 de março de 2005 15h30


Documentário sobre Silva Freire

FERNANDA BORGES / SECRETARIA DE IMPRENSA



Logo mais, às 20:00, será lançado no Sesc Arsenal o documentário Fração- Silva Freire que conta a vida do poeta telúrico Roberto Silva Freire, um intelectual da vanguarda mato-grossense que se dedicou a registrar em texto a cultura popular do Estado. Na ocasião, a filha mais velha do poeta, Daniela Freire apresentará a reedição do livro “Águas de Visitação” – obra do poeta que reúne exclusivamente poesias em homenagem a Cuiabá.

O documentário faz parte do projeto cultural ‘Cuiabá Gente Daqui’- projeto que visa reproduzir obras de personalidades que fizeram história no Estado, como Marechal Rondon e Filinto Muller. Aliás, a trajetória dos ‘Muller’ em Mato Grosso, deve ser a próxima obra lançado pelo projeto, ainda neste semestre.

O diretor e produtor cultural do vídeo, Joel Leão explicou, durante o programa Entrevista da Hora, da TV Assembléia, que por iniciativa própria mil cópias do documentário, em DVD, serão distribuídas nas escolas públicas e privadas e em faculdades mato-grossenses.

“Não há um registro amplo sobre o que realmente Silva Freire significou para Mato Grosso. Um grande líder político; um intelectual; um boêmio que nunca deixou de valorizar suas raízes e literalmente lutou até a morte”, explicou Leão.

A iniciativa da família de Silva Freire em propor a distribuição gratuita da obra se deve a falta de material que os estudantes encontram ao pesquisarem sobre a trajetória do poeta que além do legado intelectual, conseguiu reconhecimento nacional pela sua atuação política. Freire foi o responsável pela reestruturação do PTB no Estado, na década de 60.

“Ele foi um idealista. Seus grandes amigos foram João Goulart e Juscelino Kubitscheck, pessoas que marcaram a história do país- trabalhistas incansáveis como meu pai. É preciso que se interessem em saber sobre ele tenham material para isso”, explicou a filha do poeta, Daniela Freire.

Histórico

Nascido em 1928, Silva Freire iniciou sua vida como líder estudantil na capital federal e posteriormente, no Rio de Janeiro entre 1952 e 1959. Também dirigiu e lutou pelas causas da Associação Mato-Grossense dos Estudantes (AME) e pela União Metropolitana de Estudantes do RJ (UME). Foi secretário de cultura do Rio de Janeiro e logo após, secretário geral da União Nacional dos Estudantes (UNE)- a mais importante união universitária do país. Foi um dos coordenadores da Marcha ao Palácio do Catete contra o monopólio do FMI à Petrobrás. Desde então se embrenhou nas causas políticas até que em 1964 foi cassado ficando 68 dias preso.

Em Cuiabá, atuou como advogado, político, professor, jornalista e intelectual. Em qual fosse o legado que trabalhava, Silva Freire não abria mão da boemia e de seu trabalho poético com aguçado sentimento ufanista pela capital do Estado. “Nunca entendemos porque meu pai deixou o Rio de Janeiro quando já estava estruturado lá, para começar nova vida em Cuiabá. Hoje, vemos que ele fez valer apenas o que sempre defendeu: ser universal a partir do local. De onde estivesse, voltaria para Cuiabá”, falou Daniela.

Silva Freire morreu em Cuiabá, em 1991, de câncer. Além de ‘Águas de Visitação’, editou outros sete livros e 11 cadernos de poesia.

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