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Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso


Terça-feira, 23 de julho de 2002 00h00


ENTREVISTA DO CANDIDATO BLAIRO MAGGI A TV ASSEMBLéIA

Entrevista do candidato Blairo Maggi a TV Assembléia

O programa Pela Ordem, da TV Assembléia abriu espaço hoje para o candidato a governador, pela coligação Mato Grosso Mais Forte

MARIA NASCIMENTO / ALMT



Crescimento econômico e ajuste social foram as principais propostas do candidato Blairo Maggi da coligação “Mato Grosso Mais Forte” ao participar do debate da TV Assembléia, Canal 36, nesta terça-feira, 23, respondendo perguntas de jornalistas representantes dos três principais jornais do estado. Representando o jornal Folha do Estado participou do debate Celso Bejarano, editor adjunto, pelo Diário de Cuiabá, Gustavo Capilé, diretor de redação, e por A Gazeta, Romilson Dourado, editor de Política. O público também participou através do telefone 613 2560 e e-mail: Central@al.mt.gov.br. Inicialmente, Blairo Maggi falou que aceitou concorrer após vários contatos de lideranças empresariais de Mato Grosso que querem mudança. “Eu quero fazer no governo o mesmo que venho fazendo nos negócios em Mato Grosso”, disse ele, acrescentando que tem um projeto político embasado nesses dois eixos mestres de trabalho.

Promover o crescimento econômico e ajuste social - sinto que o social não cresceu na mesma velocidade que a economia. São aproximadamente 450 mil pessoas passando fome ou na linha de pobreza absoluta. “Quero resolver a situação dessas famílias que estão vivendo debaixo de barraca de lona”, frisou Maggi, prometendo triplicar a economia do Estado, promover um melhor crescimento econômico, geração de empregos e renda através do trabalho.

Fethab - Nossa proposta é continuar com o Fethab, mas de forma diferenciada. Os municípios, através de um consenso com a população, terão autonomia de decidir onde aplicar 50% dos recursos. O restante, como é previsto em lei, será destinado para habitação e conservação das rodovias não contempladas pelos municípios.

ICMS - Reduzir o ICMS (Imposto de Circulação de Mercadoria e Serviço). “Queremos cobrar o mesmo que todo o Brasil cobra e não o absurdo que é hoje”, criticou. Blairo diz que fica indignado com o que vê. Por exemplo, 34% do que o contribuinte paga em forma de imposto não é investido em segurança, estradas, enfim, nas prioridades para a população.

IPVA - Maggi lembrou também que a cobrança do IPVA mato-grossense é um dos mais caros do país, o que faz, por exemplo, com que muitos proprietários de veículos estejam emplacando os carros em Goiânia. Blairo Maggi foi taxativo ao afirmar que não cobrará nem um centavo a mais nem a menos em impostos do que é cobrado no resto do país, “quero que o contribuinte pague impostos justos e tenha certeza de que eles serão aplicados para o bem comum”.

Críticas - Blairo Maggi foi incisivo ao afirmar que o atual governo, “é um governo virtual, de mídia, que engana a população de maneira coletiva, afirmando no sul que investe no norte, no leste que o oeste tem recebido investimentos do governo e, assim sucessivamente. Na realidade, ele poderia ter feito muito mais. “Não sou irresponsável em afirmar que não houve avanços em determinados setores do estado, mas sem medo de errar sei que o grande mérito é da iniciativa privada, o governo contribuiu muito pouco com esse desenvolvimento. “O governo compra mal”. Ele exemplificou os preços praticados pelo governo muito distantes daqueles praticados pela iniciativa privada - “um metro de asfalto nós fazemos por R$ 1.600,00, enquanto o governo gasta R$ 9.000,00”. Além de fazer muito pouco, o governo ainda pega carona em projetos alheios, como o gasoduto, expansão da soja e do algodão, ferrovia, entre outros e, contabiliza para si os méritos dessas conquistas.

Avanços - Blairo admitiu avanços no governo tucano. Lembrou do Proalmat que surgiu em seu grupo empresarial e foi aprovado e endossado pelo governo Dante de Oliveira.

Porque governar Mato Grosso - Empresário bem sucedido, Blairo foi claro ao afirmar que quer governar Mato Grosso para retribuir a oportunidade que o estado lhe ofereceu desde que aqui chegou há 23 anos. Assegurou que em suas empresas pagam até o 14º salário, além de distribuir entre seus funcionários parcela dos lucros, “meus colaboradores se sentem donos das empresas, a defendem e trabalham com mais dedicação”. Essa experiência de administrador bem sucedido Blairo quer levar para o governo.

Vocação agrícola- Mato Grosso é um estado essencialmente agrícola, daí o carro chefe da economia ser a agricultura. Isso independe da minha atividade particular ser a atividade agrícola. Mas não vou administrar apenas para o setor agrícola, ele será apenas o eixo do desenvolvimento. Quero aproveitar a aptidão da mão de obra mato-grossense, para enfrentarmos a miséria que tem apresentado índices preocupantes.

Serviços - Em termos de serviços, Mato Grosso está longe de ser um dos grandes destaques nacionais.

Preservação e Meio Ambiente- Desenvolvimento pode combinar com preservação e meio ambiente, desde que se trabalhe dentro das normas vigentes. O que não pode é em nome da preservação deixarmos de explorar nossas riquezas e limitar o desenvolvimento do país e dos estados. Lei é para ser cumprida. “A questão do meio ambiente tem que respeitar as leis da sociedade”, pontuou. Blairo criticou as ONGs que trabalham a serviço de outros interesses, inclusive internacionais que, segundo ele, com certeza vão de encontro com o desenvolvimento que almejamos.

Segurança - Em todas as regiões por onde andamos, a reclamação é apenas uma - a polícia recebe baixos salários, não se paga periculosidade, enfim o policial é desestimulado e desmotivado por falta de condições de trabalho. Quando o cidadão precisa da polícia, sabe que precisa colocar combustível na viatura porque não há verba destinada a manutenção do carro. Diferenças entre Blairo e Antero - Podemos ter os mesmos projetos porque conhecemos a realidade do estado. A diferença é que eu vou fazer e ele não. Ele não vai fazer porque faz parte de um governo e de um projeto que está aí há oito anos e não mudou estruturalmente o estado. Eu vou me empenhar em proporcionar mudanças estruturais, eu tenho compromisso com esse estado.

Pesquisas - Os dados da Gazeta Dados não me preocupam. O que me intriga são os desdobramentos da pesquisa. A cada dia as manchetes do jornal A Gazeta tratam do assunto de maneira tendenciosa, com clara intenção de influenciar o leitor. Respeito o direito do grupo em apoiar a candidatura Antero, só questiono a parcialidade em tratar as candidaturas. Estou confiante na lei eleitoral que obriga um tratamento igualitário para todos os candidatos. E se for preciso acionaremos o grupo por meios judiciais para preservar o nosso direito, da mesma forma que respeitamos o direito de cada um em apoiar o candidato que lhe convém. Em breve estaremos publicando uma pesquisa realizada pelo jornal Diário de Cuiabá.

Vingança - Não levarei para o governo nenhuma mágoa e nenhum ressentimento. Tratarei os órgãos de comunicação com o mesmo respeito e as verbas oficiais destinadas a publicidade do governo serão distribuídas de acordo com a audiência, tiragem de jornais, enfim obedecendo a critérios rígidos e justos. Quero que todos cresçam.

Assembléia Legislativa - Jamais quero ter a Assembléia na mão. Quero ter uma relação institucional, de respeito, porque qualquer outra relação custa caro. Muitos têm o costume de bajular o governo e, eu não quero ser bajulado. Muito pelo contrário, quero uma relação institucional, até porque entendo como salutar e importante o papel da oposição. E, com certeza oposição e aliados não deixarão de votar em projetos de interesse público, como o que pretendo enviar retirando o ICMS sobre a cesta básica. Quem votaria contra? Se agir de outra forma, fica muito caro. Hoje a diferença entre o que a Assembléia teria que receber e o que recebe é muito grande, esse quadrilátero é muito caro para o governo.

Reforma Agrária - A Reforma Agrária é preocupação do governo federal e deve ser tratada pelo governo federal. Derrota- Quanto a ser derrotado nas eleições Maggi disse que não acredita nesta possibilidade, mas caso venha a ocorrer garante que retorna para o trabalho em suas empresas sem fazer oposição que possa interferir na governabilidade do vencedor.

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