Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso

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Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso


Quinta-feira, 10 de março de 2005 15h05


A PECUáRIA BRASILEIRA – EM ESPECIAL, A MATO-GROSSENSE – ESTá APOSTANDO PARA FUTURO BEM PRóXIMO NA ABERTURA E NO INCREMENTO DE UMA RELAçãO COMERCIAL ESPECíFICA ENTRE ESTADOS UNIDOS E BRASIL, ENVOLVENDO A CARNE IN NATURA PRODUZIDA EM NOSSO PAíS...

Estado quer incremento de carne bovina in natura

Uma preocupação foi o anúncio de estudos da redução do consumo de carne vermelha nos Estados Unidos, por conta da obesidade local

FERNANDO LEAL / SECRETARIA DE IMPRENSA



A pecuária brasileira – em especial, a mato-grossense – está apostando para futuro bem próximo na abertura e no incremento de uma relação comercial específica entre Estados Unidos e Brasil, envolvendo a carne in natura produzida em nosso país. Essa possibilidade veio à tona durante o Congresso Internacional Livestock, ocorrido entre 26 de fevereiro e 05 de março, em Houston -Texas (EUA).

O encontro reuniu produtores rurais brasileiros – mobilizados pela Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), através do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte do órgão – e de diversos outros países. A intenção é abrir novos mercados, aumentar a competitividade e a renda do produtor mato-grossense, no caso específico do nosso Estado.

“Esse é um fato importante porque temos a maior população bovina, mas em contrapartida o menor número de consumidores e essa relação nos impõe exportar 90% da carne produzida no Brasil, particularmente em Mato Grosso”, frisaram em consenso o deputado Zeca D’Ávila (PFL) e o superintendente da Administração Regional-Mato Grosso (AR-MT) do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Antonio Carlos Carvalho de Souza.

Um dos principais alertas para os representantes mato-grossenses foi o anúncio de estudos envolvendo a redução do consumo de carne vermelha nos Estados Unidos, por conta da situação da população obesa local, que representa 30% dos norte-americanos.

“A relação da obesidade dos americanos com o colesterol da carne vermelha é irreal e ruim para o produtor brasileiro. O grande vilão não é o colesterol da carne, como dizem, mas o oriundo de outros produtos como a maionese, além do alto grau de sedentarismo existente entre eles”, salientaram Zeca D’Ávila e Souza.

O parlamentar liderou o grupo de brasileiros na missão internacional. Além de Mato Grosso, o bloco foi composto por representantes de Goiás, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Brasília, e acompanhado pelo brasileiro João Faustino – especialista em agricultura da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil e funcionário daquele órgão há 30 anos.

O tema do congresso foi “rastreabilidade e nutrição”, e a participação no evento serviu para reconhecimento do sistema produtivo norte-americano. Segundo Antonio Carlos, o sistema de rastreamento desenvolvido e praticado pelo Brasil é visto como o mais perfeito do mundo. “Ele envolve a identificação do animal e o acompanhamento dos sistemas de criação, abate e comercialização da carne”.

O modelo brasileiro já está sendo largamente utilizado em alguns países. Ele permite identificar doenças como a da “Vaca Louca” e a aftosa, e preveni-las, através de possibilitar o rastreamento da vida do animal – até sua origem, verificando inclusive seu sistema alimentar.

Segundo Zeca D’Ávila, cerca de 15% da população bovina brasileira, estimada em 200 milhões de cabeças – o equivalente a 30 milhões – já foram rastreadas. “A previsão do setor é reverter esse índice até o final deste ano com o rastreamento de 85% do gado nacional”, observou o parlamentar. O rebanho bovino brasileiro é considerado o maior do mundo e o de Mato Grosso já está em primeiro lugar entre os Estados.

Desejo revisto e ampliado

Há exato um ano, técnicos do Mapa e do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estiveram reunidos em Brasília para elaborar propostas de interesse comum envolvendo as áreas sanitária, zoosanitária, fitossaniatária e capacitação técnica e comércio.

Na ocasião, estava previsto que o Brasil deveria embarcar, dois meses depois, as primeiras remessas de carne bovina in natura para os Estados Unidos – estimadas entre 6 e 8 mil toneladas.

A notícia foi divulgada pela edição de março do ano passado da Revista Nacional da Carne – especializada no setor e há 46 anos no mercado editorial tratando dos segmentos da carne e da cadeia láctea no Brasil e no mundo.

Ainda de acordo com a publicação, durante a primeira reunião do Comitê Consultivo de Agricultura Brasil-Estados Unidos (CCA), realizada na mesma oportunidade, o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Amauri Dimarzio, afirmou que o país americano dependia da aprovação dos requisitos sanitários para importação da carne bovina brasileira, com a finalização da avaliação quantitativa de risco.

A matéria da revista tinha como título principal “Carne brasileira pode ir para os EUA” e dizia em sua introdução: “A bovinocultura nacional caminha para abertura de novos mercados e para elaboração de um manual que pretende auxiliar o produtor a manter um rebanho de qualidade”.

Pela posição de Zeca D’Ávila e Antonio Carlos Souza, a certeza de um ano atrás se transformou em novo desejo de expansão – agora revisto e ampliado.

No Congresso de Livestock, o grupo internacional foi recepcionado pela segunda maior autoridade do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos –equivalente ao cargo imediatamente inferior ao de um ministro na hierarquia do governo brasileiro – o fazendeiro e produtor texano Jim Butler.

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