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Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso


Sexta-feira, 3 de maio de 2002 00h00


ESTUDO DE RIVA TRAZ DESAFIOS PARA O DESENVOLVIMENTO DE MT

Estudo de Riva traz desafios para o desenvolvimento de MT

Dados serão apresentados durante “I Seminário sobre Desemprego Juvenil”, que será realizado a partir das 14 horas na Fiemtec, em Cuaibá

MARIA NASCIMENTO / ALMT



“O desafio político de Mato Grosso consiste em saber transformar o atual processo de crescimento econômico num efetivo processo de desenvolvimento humano”. A afirmação consta de um estudo elaborado pelo deputado José Riva (PSDB) e que será apresentado hoje(03) durante o “I Seminário sobre Desemprego Juvenil em Mato Grosso”.

No estudo, Riva salienta que os dados do crescimento econômico no Estado estão sempre acima do crescimento populacional. “Crescemos a taxas acima da nacional, porém não mais nos ritmos “alucinantes” dos anos 70 e 80, quando os grandes investimentos estratégicos nacionais para cá atraiam migrantes de todos os lugares”, afirma.

Segundo os levantamentos realizados pelo parlamentar, estatísticas do SINE (Sistema Nacional de Emprego), demonstram que a procura de emprego em Mato Grosso cresceu, entre 1995 e 2001, mais de 300%, enquanto que a oferta de vagas teve um incremento de 226%.

A relação entre procura de trabalho e emprego efetivo, em 1995, era de 4,5 trabalhadores para cada 1 que conseguia trabalho. Em 2001, a situação havia se alterado, com 5,1 trabalhadores para cada 1 que conseguia colocação.

“Os dados revelam uma tendência de desequilíbrio. Mesmo a economia oferecendo crescentemente vagas, o número dos que buscam trabalho continua mais alto do que a oferta de postos de trabalho. A distância entre a mão-de-obra inscrita no SINE e a efetivamente empregada ampliou-se nos últimos anos, revelando uma baixa qualificação da mão-de-obra, bem como a existência de um processo de possíveis inovações tecnológicas, que resultam em demanda de mão-de-obra com maior escolaridade e qualificação”, afirma Riva.

Empregos na administração pública

Segundo ele, o emprego formal no Estado teve incremento em quase todos os setores de atividade econômica. Assim, no período estudado, ampliou-se significativamente o mercado de trabalho formal no Estado (37%), enquanto no Brasil foi muito menor (10,8%).

“Em relação a Cuiabá, no entanto, entre 1994 e 2000 o número absoluto de empregos formais diminuiu (-1,9). Um dos setores mais afetados, e importante pelo seu peso na mão-de-obra formal da Capital, é o da Administração Pública”, observou.

Os dados de seu estudo revelam que em 1994, 46,2% dos empregos formais vinculavam-se à administração pública. Seu peso diminuiu para 36,4% em 2000. Resultado: 12.838 pessoas deixaram de trabalhar nesta atividade econômica.

“Isso mostra que Cuiabá sofreu, ou ainda está sofrendo, uma transformação na alocação de sua mão-de-obra nos diferentes setores de atividade econômica. De uma cidade predominantemente administrativa, a mesma tenta construir um novo perfil”, afirma.

Sugestões

Tentando identificar esta nova tendência e buscando contribuir para um debate, Riva enumerou algumas iniciativas fundamentais para se conciliar o crescimento econômico do Estado com uma maior qualidade de vida para sua população.

“Primeiro, precisamos continuar crescendo, buscando diversificação produtiva e de atividades econômicas, incorporando às tecnologias produtivas conhecimentos científicos sobre o uso adequado do meio ambiente, em especial dos recursos hídricos”, afirmou.

“Precisamos também reconhecer a defasagem educacional e de qualificação profissional de jovens e adultos como problema que, se não for resolvido, impossibilitará que o crescimento transforme-se em desenvolvimento”, salientou.
“E, por último, precisamos identificar os problemas das regiões, gerar programas de desenvolvimentos regionais, contemplando as suas peculiaridades. Caso isto não ocorra, as desigualdades internas serão ainda mais agravadas”, concluiu.

Além de autoridades e entidades estaduais, o evento contará com a participação de Armand Pereira, diretor da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, órgão ligado à ONU. O seminário será realizado a partir das 14 horas, no auditório da FIEMTEC. Secretaria de Imprensa
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