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Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso


Sexta-feira, 10 de março de 2006 14h55


“MULHERES MATO-GROSSENSES, E QUE MULHERES!” ESSE é O TEMA DA EXPOSIçãO QUE COMEçOU NA QUINTA-FEIRA (09), NO SAGUãO DA ASSEMBLéIA LEGISLATIVA, ORGANIZADA PELO INSTITUTO MEMóRIA, SOB COMANDO DA SECRETáRIA ISIS CATARINA BRANDãO EM PARCERIA COM A SALA DA MULHER...

Exposição homenageia mulheres na Assembléia

Mostra foi organizada pelo Instituto Memória do Poder Legislativo em parceria com a Sala da Mulher

HAROLDO ASSUNÇÃO / COM SECRETARIA DE C



“Mulheres mato-grossenses, e que mulheres!” Esse é o tema da exposição que começou na quinta-feira (09), no saguão da Assembléia Legislativa, organizada pelo Instituto Memória, sob comando da secretária Isis Catarina Brandão em parceria com a Sala da Mulher. A exposição homenageia cerca de 30 mulheres, personagens que se destacaram de alguma forma na história de Mato Grosso entre 1.770 e os dias atuais. Nem todas são mato-grossenses de nascimento, mas foi no estado que elas se destacaram e se realizaram, segundo ressalta Isis. O público poderá visitar a exposição até o dia 18 de março, das 8h às 18 horas.

Há nove anos o Instituto Memória da Assembléia realiza essa exposição que também já teve caráter itinerante, acontecendo em locais como escolas públicas e nos Correios. A iniciativa surgiu em 1998, quando a então deputada estadual – hoje senadora - Serys Marli (PT) realizou uma sessão solene em comemoração ao Dia da Mulher. “De lá para cá a exposição só vem crescendo. Nossa intenção é homenagear aquelas mulheres pioneiras, que avançaram no tempo e se posicionaram nunca se apegando a preconceitos ou imposições da sociedade em qualquer tempo”, frisa Isis.

Senadoras, deputadas federais e estaduais, vereadoras, prefeitas, reitoras, professoras, magistradas, pintoras, poetizas, guerrilherias, parteiras, enfim, uma mistura de forças que mudou a história do Estado. “São mulheres fantásticas; com esta exposição nossa idéia não é esgotar o assunto, e sim fomentar nas pessoas, sejam pesquisadores, historiadores, acadêmicos, que pesquisem e se aprofundem na história destas mulheres de todos os tempos”, assinala Ísis Catarina.

Conforme Isis, a exposição é muito importante para mostrar à população em geral mulheres que, apesar de terem destaque na história de Mato Grosso, não são conhecidas do grande público. O Instituto Memória está buscando inclusive um outro espaço, além do saguão da Assembléia, para também mostrar a sua exposição.

A coordenadora da Sala da Mulher, Roseli Barbosa, prestigiou a abertura da exposição, logo após o término das palestras, dirigidas ao público feminino, que a Sala da Mulher promoveu – tudo na esteira das comemorações do 08 de março, Dia Internacional da Mulher. Ao final, foi oferecido um coquetel aos presentes.

“Tanto a Sala da Mulher, quanto o Instituto Memória, desenvolvem um trabalho no sentido de aproximar a sociedade do Poder Legislativo, trazer os cidadãos e as cidadãs mato-grossenses para dentro da Casa, assim como, em sentido inverso, procuramos levar a Casa até o povo de Mato Grosso”, assinalou Roseli Barbosa.

HOMENAGEADAS - Este resgate histórico começa com Teresa Bengüela, líder quilombola, mais conhecida como Rainha Tereza do Quariterê. Ela nasceu na África e foi trazida como escrava para Mato Grosso, no século XVIII. O quilombo de Quariterê foi destaque por sua organização e auto-suficiência e por ter sido comandado durante 27 anos por uma mulher. Tereza reinou até sua morte. Suicidou-se, num último ato de protesto, contra a destruição do Quilombo Quariterê. A organização do quilombo fez com ele sobrevivesse, por mais de três décadas, às investidas dos bandeirantes.

Zulmira Canavarros, professora, musicista, promotora cultural e teatróloga (1895-1961) também é lembrada e homenageada. Foi ela a fundadora do Mixto Esporte Clube, do Conservatório Musical de Cuiabá e a 1ª transmissora de Rádio da Capital, que ficou conhecida como a Rádio a Voz do Oeste. Zulmira foi uma grande propulsora da música popular cuiabana, deixando inúmeras composições.

Na área política a exposição mostra a primeira prefeita mulher eleita no Brasil, Lígia Borges Figueiredo, que conduziu a prefeitura de Rosário Oeste. A primeira senadora de Mato Grosso, Serys Marly, a primeira deputada federal, Teté Bezerra, a primeira secretária de Estado de Mato Grosso, Horminda Pitaluga de Moura, a primeira presidente mulher da Câmara Municipal de Cuiabá, Ana Maria Couto (May), a primeira mulher deputada em Mato Grosso, Olívia Enciso, a primeira deputada Constituinte do Estado, Thaís Barbosa, a primeira deputada estadual após a divisão do Estado, Sarita Baracat e todas as mulheres que deram continuidade a esta conquista do espaço feminino na política.

Outros grandes nomes femininos que quebraram barreiras em áreas até então predominantemente masculina são Shelma Lombardi, a primeira magistrada, primeira Corregedora Geral de Justiça e primeira desembargadora de Mato Grosso; Maria Helena Póvoas, primeira mulher a presidir a Ordem dos Advogados do Brasil - seccional Mato Grosso; Luzia Guimarães, a primeira reitora mulher da Universidade Federal de Mato Grosso e primeira presidente do Conselho Regional de Contabilidade; Leila Conceição da Silva Boccoli, a primeira Juíza Presidenta do Tribunal Regional do Trabalho da 23a Região Mato Grosso; Madalena Rodrigues dos Santos Vieira, fundadora e Coordenadora do Núcleo de Estudo, Pesquisa e Organização da Mulher – NEPOM/UFMT desde 1992 e Marilza Ribeiro, primeira presidente da Associação de Mulheres de MT.

A exposição mostrará ainda a líder religiosa Doninha do Tanque Novo; a pintora Inês Maria Luísa Corrêa da Costa; a heroína da Guerra do Paraguai, baronesa do Forte de Coimbra, Ludovina Alves de Albuquerque Portocarrero; a religiosa, educadora e desbravadora madre Marta Cerutti; a primeira poetiza do Estado, Arlinda Pessoa Morbeck; a primeira funcionária pública, Maria Dimpina Lobo Duarte; a professora, escritora e política Maria Muller; a guerrilheira Jane Vanini; a pianista, musicista, compositora, literata, historiadora e contadora Dunga Rodrigues; a professora Benilde Borba de Moura.

Também são homenageadas por suas histórias Maria da Glória Amorim Viana Ribeiro, filha e mulher de político, mãe de preso político, mãe de deputado, integrante do Movimento das Mães pela Anistia; a parteira Dona Micaela de Souza; a vereadora que mais tempo permaneceu no mandato, seis mandatos consecutivos, Maria Nazareth Hahn; a empresária e comunicadora Maria Antonieta Reis Coelho, responsável pela implantação e instalação da Televisão em Mato Grosso, a televisão “Centro América”.

Em 1969; Malba Thânia, primeira mulher Barra-garcense a se eleger deputada estadual; Zilda Leite, deputada estadual, professora, administradora pública; Vera Araújo, professora, vereadora, deputada; Thelma de Oliveira, deputada federal; Ana Carla Muniz; professora, empresária, política; China Siqueira, política; Nelida Abalem de Castro, política; Celcita Pinheiro, professora, historiadora, deputada federal; Giovaneta Borba, funcionária pública, artista plástica e poetiza; Vera Randazzo, arquivista, historiadora e jornalista; Dona Micaela de Souza, parteira, entre outras.

“Temos a consciência de que, com certeza há muitos mais nomes a serem acrescentados a este catálogo, como também mais informações sobre cada uma delas. Cremos ser esta tarefa da órbita dos historiadores, escritores e pesquisadores, o nosso é despertar, seus olhares para o universo das mulheres mato-grossenses, que por terem ido muito além de seu tempo quebraram tabus, preconceitos e venceram, conquistando o patamar do reconhecimento de seus méritos”, finaliza Isis Catarina.

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