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Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso


Segunda-feira, 6 de março de 2006 08h06


TRINTA E TRêS MULHERES, CONSIDERADAS PIONEIRAS NAS MAIS DIVERSAS áREAS EM MATO GROSSO, SERãO HOMENAGEADAS NO DIA 09 DE MARçO PELA EXPOSIçãO “MULHERES MATO-GROSSENSES E QUE MULHERES” – Já EM SUA 9A EDIçãO -, ABERTA AO PúBLICO...

Exposição homenageia pioneiras de Mato Grosso

A exposição busca despertar o interesse de pesquisadores por mulheres que desde 1800 estão quebrando barreiras no Estado

ANDRÉIA FONTES / SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO



Trinta e três mulheres, consideradas pioneiras nas mais diversas áreas em Mato Grosso, serão homenageadas no dia 09 de março pela exposição “Mulheres Mato-grossenses e que Mulheres” – já em sua 9a edição -, aberta ao público até o dia 16 de março, na Assembléia Legislativa. Nem todas nasceram no Estado, mas aqui desenvolveram suas atividades e quebraram barreiras, segundo afirma a secretária do Instituto Memória da Assembléia Legislativa, Isis Catarina, organizadora da exposição. Este é o nono ano que da exposição, que vem crescendo ao longo dos anos.

São mulheres que viveram no Estado do ano de 1800 a 2005. Senadoras, deputadas federais e estaduais, vereadoras, prefeitas, reitoras, professoras, magistradas, pintoras, poetizas, guerrilherias, parteiras, enfim, uma mistura de forças que mudou a história do Estado.

“São mulheres fantásticas. Cada uma tem uma história impressionante. Com esta exposição nossa idéia não é esgotar o assunto, e sim fomentar nas pessoas, sejam pesquisadores, historiadores, acadêmicos, que pesquisem e se aprofundem na história destas mulheres de todos os tempos”, acrescentando que a idéia do Instituto é fazer com que a exposição se torne itinerante, indo para outros órgãos após a apresentação na Assembléia.

Este resgate histórico começa com Teresa Bengüela, líder quilombola, mais conhecida como Rainha Tereza do Quariterê. Ela nasceu na África e foi trazida como escrava para Mato Grosso, no século XVIII. O quilombo de Quariterê foi destaque por sua organização e auto-suficiência e por ter sido comandado durante 27 anos por uma mulher. Tereza reinou até sua morte. Suicidou-se, num último ato de protesto, contra a destruição do Quilombo Quariterê. A organização do quilombo fez com ele sobrevivesse, por mais de três décadas, às investidas dos bandeirantes.

Zulmira Canavarros, professora, musicista, promotora cultural e teatróloga (14/11/1895 à 14/09/1961) também é lembrada e homenageada. Foi ela a fundadora do Mixto Esporte Clube, do Conservatório Musical de Cuiabá e a 1ª transmissora de Rádio da Capital, que ficou conhecida como a Rádio a Voz do Oeste. Zulmira foi uma grande propulsora da música popular cuiabana, deixando inúmeras composições.

Na área política a exposição mostra a primeira prefeita mulher eleita no Brasil, Lígia Borges Figueiredo, que conduziu a prefeitura de Rosário Oeste. A primeira senadora de Mato Grosso, Serys Marly, a primeira deputada federal, Teté Bezerra, a primeira secretária de Estado de Mato Grosso, Horminda Pitaluga de Moura, a primeira presidente mulher da Câmara Municipal de Cuiabá, Ana Maria Couto (May), a primeira mulher deputada em Mato Grosso, Olívia Enciso, a primeira deputada Constituinte do Estado, Thaís Barbosa, a primeira deputada estadual após a divisão do Estado, Sarita Baracat e todas as mulheres que deram continuidade a esta conquista do espaço feminino na política.

Outros grandes nomes femininos que quebraram barreiras em áreas até então predominantemente masculina são Shelma Lombardi, a primeira magistrada, primeira Corregedora Geral de Justiça e primeira desembargadora de Mato Grosso; Maria Helena Póvoas, primeira mulher a presidir a Ordem dos Advogados do Brasil - seccional Mato Grosso; Luzia Guimarães, a primeira reitora mulher da Universidade Federal de Mato Grosso e primeira presidente do Conselho Regional de Contabilidade; Leila Conceição da Silva Boccoli, a primeira Juíza Presidenta do Tribunal Regional do Trabalho da 23a Região Mato Grosso; Madalena Rodrigues dos Santos Vieira, fundadora e Coordenadora do Núcleo de Estudo, Pesquisa e Organização da Mulher – NEPOM/UFMT desde 1992 e Marilza Ribeiro, primeira presidente da Associação de Mulheres de MT.

A exposição mostrará ainda a líder religiosa Doninha do Tanque Novo; a pintora Inês Maria Luísa Corrêa da Costa; a heroína da Guerra do Paraguai, baronesa do Forte de Coimbra, Ludovina Alves de Albuquerque Portocarrero; a religiosa, educadora e desbravadora madre Marta Cerutti; a primeira poetiza do Estado, Arlinda Pessoa Morbeck; a primeira funcionária pública, Maria Dimpina Lobo Duarte; a professora, escritora e política Maria Muller; a guerrilheira Jane Vanini; a pianista, musicista, compositora, literata, historiadora e contadora Dunga Rodrigues; a professora Benilde Borba de Moura.

Também são homenageadas por suas histórias Maria da Glória Amorim Viana Ribeiro, filha e mulher de político, mãe de preso político, mãe de deputado, integrante do Movimento das Mães pela Anistia; a parteira Dona Micaela de Souza; a vereadora que mais tempo permaneceu no mandato, seis mandatos consecutivos, Maria Nazareth Hahn; a empresária e comunicadora Maria Antonieta Reis Coelho, responsável pela implantação e instalação da Televisão em Mato Grosso, a televisão “Centro América”, em 1969; Malba Thânia, primeira mulher Barra-garcense a se eleger deputada estadual; Zilda Leite, deputada estadual, professora, administradora pública; Vera Araújo, professora, vereadora, deputada; Thelma de Oliveira, deputada federal; Ana Carla Muniz; professora, empresária, política; China Siqueira, política; Nelida Abalem de Castro, política; Celcita Pinheiro, professora, historiadora, deputada federal; Giovaneta Borba, funcionária pública, artista plástica e poetiza; Vera Randazzo, arquivista, historiadora e jornalista; Dona Micaela de Souza, parteira, entre outras.

“Temos a consciência de que, com certeza há muitos mais nomes a serem acrescentados a este catálogo, como também mais informações sobre cada uma delas. Cremos ser esta tarefa da órbita dos historiadores, escritores e pesquisadores, o nosso é despertar, seus olhares para o universo das mulheres mato-grossenses, que por terem ido muito além de seu tempo quebraram tabus, preconceitos e venceram, conquistando o patamar do reconhecimento de seus méritos”, finaliza Isis Catarina.

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